Expectativa para o PIB sobe de 2,71% para
2,76%
Andreia Verdélio
A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu de 2,71% para 2,76%. A estimativa está no boletim Focus de hoje (24), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), em Brasília, com a projeção para os principais indicadores econômicos.
Para o próximo ano, a
expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e
serviços produzidos no país - é de crescimento de 0,63%. Em 2024 e 2025, o
mercado projeta expansão do PIB em 1,8% e 2%, respectivamente.
A previsão para o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - considerada a inflação oficial
do país - também variou para baixo, de 5,62% para 5,6% neste ano. É a 17ª
redução consecutiva na projeção. Para 2023, a estimativa de inflação ficou em
4,94%. Para 2024 e 2025, as previsões são de 3,5% e 3%, respectivamente.
A previsão para 2022 está
acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta,
definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5% para este ano, com
intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja,
o limite inferior é 2% e o superior 5%.
Em setembro, puxada
principalmente pela queda de preços de combustíveis, houve deflação de 0,29%,
de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse
foi o terceiro mês seguido de deflação e a menor variação para um mês de
setembro desde o início da série histórica, que começou em 1994. Com isso, o
IPCA acumula alta de 4,09% no ano e de 7,17%, nos últimos 12 meses.
Juros e câmbio
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Amanhã (25) e quarta-feira
(26), o Copom faz a penúltima reunião do ano para discutir possíveis mudanças
na Selic, mas previsão do mercado é que ela seja mantida e encerre o ano nos
mesmos 13,75%. Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia
para 11,25% ao ano. Já para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 8% ao ano e
7,75% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa
básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa
reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam
a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da
economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir
os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e
despesas administrativas.
Quando o Copom diminui a
Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à
produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a
atividade econômica.
A expectativa para a cotação
do dólar manteve-se em R$ 5,20 para o final deste ano. Para o fim de 2023, a
previsão é de que a moeda americana se mantenha nesse mesmo patamar.
Título e Texto: Andreia Verdélio; Edição: Kleber Sampaio – Agência Brasil, 24-10-2022, 9h34
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