Vinte e sete obras da cidade estão sendo sinalizadas pela Secretaria de Conservação. Segundo informações, Prefeitura do Rio já gastou R$ 98 milhões em reparos e medidas de prevenção
Gabriella Lourenço
Vinte e sete monumentos históricos do Rio de Janeiro, que até então estavam sem identificação, vão receber novas placas de alumínio em uma iniciativa da Prefeitura em parceria com a Secretaria Municipal de Conservação. Entre as obras contempladas estão o jaguar “Luar do Sertão,” na Praça General Osório, em Ipanema, e o busto de “Francisco Morazan,” na Praia de Botafogo [foto]. A medida tem como objetivo proteger e preservar a memória cultural da cidade.
Muitas das placas que serão
instaladas haviam sido furtadas anteriormente. Para prevenir novos atos de
vandalismo, as equipes da prefeitura decidiram substituí-las por versões em
alumínio, um material menos lucrativo para revenda. Após a instalação de todas
as placas, a Gerência de Monumentos e Chafarizes realizará
uma nova pesquisa para identificar outras obras de arte que possam ser
valorizadas pelos cariocas.
Vale lembrar que na última
quarta-feira (28), uma estátua feminina de bronze, que representa A
Glória, teve o braço arrancado por vândalos, que também danificaram o
monumento em homenagem ao senador Pinheiro Machado, do qual
foram removidas duas hastes de sustentação. Ambas as obras, localizadas
na Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, Zona Sul, foram
recolhidas para reparo pela prefeitura. Testemunhas indicaram que usuários de
drogas podem ter sido os responsáveis pela depredação. O caso está sendo
investigado pela 14ª DP (Leblon).
Prefeitura já gastou R$ 98
milhões em reparos e medidas
As agressões aos monumentos do Rio de Janeiro têm um impacto significativo. Entre janeiro de 2022 e outubro de 2023, a Prefeitura do Rio gastou R$ 98 milhões em reparos e medidas de prevenção contra o vandalismo. Esse valor seria suficiente para comprar 31 novos ônibus articulados do BRT ou construir oito escolas.
Alguns monumentos, no entanto, não são revitalizados com a rapidez necessária, e outros acabam sendo negligenciados. Um exemplo é a estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade, na Praia de Copacabana [foto], cujos óculos já foram restaurados diversas vezes, gerando um custo elevado para a prefeitura.
De acordo com um levantamento
do SOS Patrimônio, 90% dos 2.400 monumentos e chafarizes da cidade
estão com alguma parte faltando. Em resposta aos ataques frequentes, a
prefeitura começou a monitorar alguns desses monumentos com câmeras 24 horas
por dia. Além disso, Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram
que, em 2022 e no primeiro semestre de 2023, foram registrados mais de 1.400
casos de danos ao patrimônio público no estado.
Como parte das medidas
preventivas, a prefeitura do Rio iniciou a instalação de
aparelhos de GPS em peças de metal em áreas públicas. A localização dessas
peças é monitorada em tempo real pelo Centro de Operações, permitindo
que agentes acompanhem o trajeto do material e identifiquem os receptadores.
Título e Texto: Gabriella
Lourenço, Diário do Rio, 31-8-2024
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