terça-feira, 8 de outubro de 2024

Um ano de holocausto, revisitado

Walter Biancardine

A 7 de outubro de 2023, às 6h30 da manhã (hora de Israel), o exército terrorista Hamas lançou o que designou por Operação Tempestade Al Aqsa, contra Israel. Foram lançados quase 6.000 mísseis e foguetes de Gaza contra alvos israelitas, em zonas povoadas ao redor da Faixa de Gaza e em direção a grandes cidades como Telaviv e Ashkelon. 

O ataque terrorista deixou um saldo de 1145 mortos e 251 sequestrados, sendo que 101 deles ainda se encontram em cativeiro – dentre eles um bebê, na época com 9 meses, e que hoje tem mais tempo de vida junto aos terroristas do que com seus verdadeiros pais.

Foram anos de preparação, milhões de dólares gastos pelas potências apoiadoras, planejamento meticuloso e mesmo automóveis preparados com suportes para lança-granadas, RPG’s e infindável armamento individual, composto por fuzis, pistolas e até facas e adagas.

O objetivo era matar, estuprar, sequestrar e humilhar os judeus, que comemoravam seu Dia de Alegria da Torah, chegando ao ponto de muitos corpos de israelitas mortos terem sido levados pelos terroristas para sequer conceder, aos familiares de suas vítimas, o direito a um sepultamento digno – o que traz a imediata lembrança dos campos de concentração nazista, empilhando e queimando milhares de corpos à revelia de quaisquer preceitos religiosos ou morais.

Após o ataque, cerca de 1600 automóveis das vítimas foram resgatados pelas autoridades israelenses, as quais tiveram de recorrer aos serviços até mesmo de arqueólogos, para tentar separar corpos e restos humanos que restaram nos mesmos – e muitas vítimas, após identificação, foram sepultadas ainda com partes destes automóveis juntos aos corpos, por serem de impossível separação.

Estes automóveis, incluindo ambulâncias, foram bombardeados para impedir a fuga dos judeus do local do massacre, e tal intenção obteve sucesso.

Fora de dúvidas que o mundo não muito se importou com tal massacre, com as ações terroristas do Hamas. A Organização das Nações Unidas pouco ou nada fez, e Benjamin Netanyahu sofreu o constrangimento de manifestações contrárias ao seu discurso, nesta Organização.

Países como o Brasil – que contou com a vital ajuda de Israel no resgate aos corpos após o rompimento da barragem da cidade de Brumadinho (MG) – chegou a emitir declarações condenatórias contra a nação judaica, já que hoje esta nação vive sob uma ditadura comuno-globalista indiscutível, e alinha-se a países patrocinadores do terrorismo internacional.

O objetivo deste artigo, além de não permitir o esquecimento de tal barbárie, é perguntar como o mundo deve reagir a tal ataque. Recorrer à ONU? Mas a mesma é globalista, não serve. Condenar as reações militares de Israel? Mas seremos acusados de sionismo, e o mesmo – alega-se – é globalista. O que Israel deve fazer? Enviar flores aos assassinos estupradores terroristas, e agradecê-los? Dizer “muito obrigado, estávamos precisando mesmo de um puxão de orelhas”?

Ou o problema maior chama-se “Benjamin Netanyahu”, apontado pela mídia global como “extrema-direita”?

A verdade é que tudo pode ser feito, cada uma das opções acima. Invariavelmente, para todas elas, haverá uma matilha de lobos furiosos – muitos deles na grande mídia – a condenar quaisquer ações adotadas.

Propor soluções é uma tarefa grande demais para mim, e mesmo para qualquer um que se atreva a comentar o mesmo. O assunto é quase bíblico, reveste-se de nuances que transcendem a mera compreensão pragmática dos fatos, e por aqui me calo.

O que não posso evitar de fazer, entretanto, é manter viva a lembrança e a dor de tal carnificina.

Shehem Yehaya itch yisral (Que Deus esteja contigo, Israel)

Título e Texto: Walter Biancardine, ContraCultura, 8-10-2024

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