Aposentados fora das manifestações populares

Almir Papalardo

Nesta última manifestação popular ocorrida no dia 07 de setembro, em várias capitais, mais uma vez desperdiçando oportunidades, nada vimos que pudesse chamar a atenção da população brasileira e também mundial para os maus tratos que vêm sendo dados para os 9,5 milhões de aposentados, sempre amargando preconceitos e discriminação nesse longo e doloroso período de 15 anos consecutivos.

Excetuamos apenas o louvável esforço do nosso amigo Odoaldo Passos de Belém, sempre nos surpreendendo pela garra demonstrada, procurando, na verdade, incentivar-nos, despertando o amor-próprio dos aposentados, erguendo com entusiasmo suas mensagens alusivas ao nosso holocausto. Parabéns, amigo Odoaldo, pela persistência. Mas, é como uma voz ecoando em pleno deserto essa sua luta isolada.

Sabemos e compreendemos que o aposentado geralmente debilitado pelos males inevitáveis que o acúmulo da idade nos traz, não tem mais o pique necessário para aventurar-se numa empreitada como esta, quase sempre com atos de violência infiltrados. Mas os aposentados mais novos ainda têm pique suficiente, faltando apenas, no meu entender, um pontapé inicial, organizado, que certamente os animarão, conquistando ainda muitos outros adeptos não necessariamente aposentados.

Por isso sugiro que em todas as capitais brasileiras eleja-se um líder para controlar a seguinte estratégia: Confeccionar através de uma coleta financeira, aquisição de camisas, faixas, cartazes e bandeirolas, concernentes ao problema dos aposentados e, nas eventuais manifestações programadas, com o material já armazenado, emprestar-se-ia sob caução, anotando o nome da pessoa que receberia o material, como um simples empréstimo para participar do evento. Terminada a manifestação, seria obrigatório a devolução do material emprestado.

Por proibição médica não posso assumir esta incumbência, mas, proponho-me entrar na partilha para aquisição do material, não sendo por motivos óbvios, um valor incompatível com a real situação do aposentado. Assim, não perderemos mais nenhuma dessas preciosas manifestações, quando poderemos tirar um naco na cobrança por uma administração governamental mais justa, mais séria e contra este mal que atravanca o progresso do Brasil, que sabemos ser a maldita corrupção. Encaixemos assim o problema do aposentado também neste levante do povo brasileiro, que ficará registrado nos anais históricos do país!

Dia Nacional do Aposentado, 24-01-09, Copacabana, Rio de Janeiro

Poderemos para iniciar, encomendar por exemplo, duas dezenas de cada item acima mencionado, cuja tendência para esse nosso bloco é crescer cada vez mais, porque o brasileiro em geral adora novidades e movimentações, ainda mais quando não precisa colaborar financeiramente. Portanto, com movimentações como estas, com organização eficiente e bem planejada, a tendência é crescer cada vez mais nossa participação, já que teríamos sempre disponível o material necessário, porque ele seria usado como empréstimo e não como doação ou que só serviria apenas para uma manifestação.

Esta ideia ofereço principalmente ao nosso amigo Alcides dos Santos Ribeiro, presidente da FAPEMS, que tem se mostrado um valoroso defensor da classe de aposentados. A estratégia executada por uma Federação de aposentados teria maior sucesso, tanto na aquisição do material que poderia ser bem maior, como também, na convocação dos trabalhadores ativos e não ativos.

Fica aqui lançada uma despretenciosa sugestão. Acho que valeria a pena ser analisada.

Título e Texto: Almir Papalardo, 10-9-2013