domingo, 18 de maio de 2014

O efeito dominó


José Manuel
Os seguintes parágrafos estão publicados na revista virtual O cão que fuma, sob o título "A apatia de uma classe" e foram escritos por uma pessoa que não pertence ao nosso meio, conheceu muito a Varig em suas viagens internacionais, e foi por mim convidado como observador externo à causa a participar da palestra do dia 15, da Aprus/Aerus.

Saí revoltado, como se ex-funcionário fosse, pois, já presenciei passeatas classistas onde estavam presentes dos mais novos aos mais velhos e os já aposentados. Até cadeirantes participam demonstrando que, mesmo impossibilitados de andar, formavam à frente de milhares de colegas.

Vocês já conseguiram vitórias na Antecipação de Tutela, em Ação Civil Pública e numa Ação Tarifária, por que desanimaram na reta final?

É uma observação imparcial, independente e que mostra rotundamente, como os que estão de fora do problema, ou seja a sociedade, nos percebe, nos aplaude ou nos execra pela falta de responsabilidade que temos para conosco em horas cruciais como esta, e com a vitória nas mãos.

Continuamos a nos ofender gratuitamente, quando fazemos a pergunta surrada "onde estavam vocês quando começamos"?
Essa pergunta ou afirmação é, de certa forma, a mesma que o país continua a dizer seiscentos anos depois, que a culpa por estarmos assim deste jeito em que nos encontramos foi da colonização.

Ora, enquanto não nos livrarmos desses estigmas retrógrados e não pensarmos positivamente, modernamente, com estratégias inteligentes e desenhadas, não chegaremos a lugar nenhum e a sociedade que nos envolve, o poder judiciário, o próprio governo vão continuar rindo morbidamente e sarcasticamente de todos nós.

Tudo o que foi feito até agora desde 2006, é aplaudível, inesquecível e estamos gratos a todos aqueles que participaram.
Só tem um problema:
Tudo o que foi feito, o foi em "virtual", porque até então não tínhamos sentenças proferidas. Se foi válido? Claro que foi e mostrou à sociedade e ao poder constituído até onde podemos chegar e que não estamos mortos.
Agora, o momento é outro, o momento é de traçarmos estratégias e sentarmos para fazer o desenho dos próximos movimentos, pois o tempo urge e não mais estamos no "virtual".
Agora nós estamos sentados em três bases sólidas e garantidas, como a Civil Pública, a Antecipação de Tutela e a Tarifária.
E aí o nosso entorno observa:
Vocês já conseguiram vitórias na Antecipação de Tutela, em Ação Civil Pública e numa Ação Tarifária, por que desanimaram na reta final?

Foi simplesmente patético ver que de 140 pessoas presentes à palestra apenas 17 se dirigiram ao aeroporto para o início de uma ocupação simbólica e serem alvo de chacotas por parte de pessoas que se sentem incomodadas com meia dúzia de palhaços fazendo barulho.

Na realidade e como vimos afirmando desde o dia 8 de maio, temos que estar em todos os aeroportos, com mais de 50 pessoas, sejam participantes aposentados ou não, familiares ou simpatizantes, não importa.

Com certeza com um número grande de presenças não mais seremos vistos como palhaços, nem seremos alvos de chacotas por aqueles que certamente irão pensar que nós somos a representação do seu futuro.

Esta semana três grandes e inteligentes lideranças,após o ocorrido na palestra Aprus/Aerus manifestaram por escrito que não estão nada satisfeitos com o rumo que o caso do público Aerus está tomando.
Amanhã, segunda-feira, dia 19 de maio, indiscutivelmente será o dia em que duas coisas podem acontecer.

Acontecerá uma reação e vamos partir para uma luta contra o judiciário, pensando grande e em bases sólidas com um número expressivo nos aeroportos, ou o início da queda da primeira pedra do DOMINÓ, arrastando consigo as outras pedras num efeito em que começaremos perdendo as nossas lideranças, os nossos parcos e o que resta desses salários ainda pagos, e o início da nossa tragédia maior como cidadãos que não conseguiram mostrar o seu valor pela omissão e irresponsabilidade que perpetram contra si mesmos.
Título e Texto: José Manuel, ex-tripulante Varig, 18-05-2014

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