Cesar Maia
1. Desde uns dez anos atrás, os programas eleitorais de TV e Rádio
já não produzem a emoção que produziam durante muitos anos anteriores. Isso não
quer dizer que não sejam importantes. Certamente são. É pela TV e Rádio que o
eleitor entra para valer na eleição.
2. Nesse sentido, as pesquisas de opinião só começam a sinalizar
tendências após o terceiro dia, para presidente, para governador e para
senador, ou seja, uma semana depois do horário eleitoral ser iniciado.
3. Se os programas e comerciais eleitorais já não produzem a emoção
que produziam, por outro lado cumprem uma função vital: informar ao eleitor
quem são os candidatos, que cargos disputam e o que pretendem. Isso exige
domínio de técnicas de publicidade, para que a informação seja memorizada. Aí
entram imagens, comunicação visual, legitimações, expressões dos candidatos,
etc.
4. Os programas e comerciais eleitorais podem produzir inversões de
opinião. Por exemplo, um candidato melhorar sua imagem. Numa campanha em dois
turnos – para presidente e governador- isto é fundamental, pois a rejeição no
primeiro turno não elimina ninguém, mas no segundo inviabiliza o candidato. Por
isso, este terá o primeiro turno na TV e Rádio para inverter parte da opinião
pública e se tornar competitivo no segundo turno.
5. Há dois tipos de mistificação no horário eleitoral. Um deles é a
demagogia eletrônica, ou populismo eletrônico, quando o candidato usa a
tecnologia, especialmente na TV (marketing político), para iludir o eleitor com
promessas falsas. Esse é um caminho de alto risco se uma vez eleito.
6. O outro tipo é a recriação virtual do governo numa situação de
reeleição. Ou seja, um governo medíocre, que através da TV mostra o que não
fez, ou que pretendia fazer como tendo feito, ou destaca casos específicos como
se fossem a generalidade.
7. O tempo de TV é muito importante nesses dois tipos citados de
populismo eletrônico. Mas é fundamental no caso da reconstrução virtual dos governos.
Por isso, a pressão dos candidatos à reeleição – com pouco o que mostrar- para
conseguir aglomerar apoios e conquistar um grande tempo de TV.
8. A partir desta terça se poderá avaliar que tipo de comunicação
farão os candidatos majoritários pela TV e em setembro – através das pesquisas
eleitorais- o que conseguiram, ao informar ou tentar iludir o eleitor.
Título e Texto: Cesar Maia, 19-08-2014
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