Prezado Waldo Deveza, saudações noturnas.
Decerto não trocaria uma
palavra do seu texto em réplica às minhas afirmações contidas no “Integrar para não Entregar”, posto que não teria como refutar suas discordâncias.
Reafirmo tudo o que
escrevi e considero que a “população variguiana” era, como é em qualquer
grupo empresarial, heterogêneo. Óbvio: essa heterogeneidade provocou
isoladamente situações que você habilmente explicitou nesse seu
manifesto. Você vivenciou por quase trinta anos um universo de situações que
considerou não como união mas como dissociação, desarmonia e desagregação.
Muitos também experimentaram
situações idênticas mas, mesmo assim, “pesaram” isso tudo na mesma balança que
você usou e obtiveram um peso bem menor. Consequentemente, diriam
os especialistas em comportamento humano, que cada um sente de forma diferente,
pois somos todos diferentes. Você disse não ter observado um clima de
fraternidade, fora exceções (sic).
Há divergências, sim... e de muitos
que consagram até hoje com saudade descritível, os ambientes de camaradagem e
amizade vividos durante a vida laboral na Varig. Existe até um jargão
muito escutado, já velho e desgastado, usado por muitos que conheço: “ Faria
tudo de novo e melhor!”
Isso significa saudosismo
causado por excelentes momentos em meio àqueles que eram iguais em
vontade e atitudes e se valeram desses comportamentos enquanto funcionários,
participando e alicerçando a qualidade dos seus serviços.
Uma empresa que cresceu e
durou setenta e nove anos não foi alicerçada com palitos frágeis, mas sim com o
aço que amalgamava os bons relacionamentos que aqui reafirmo, foi a liga
essencial para a fixação, continuidade e crescimento da maior empresa de
aviação comercial sul-americana e uma das “grandes” internacionais.
Com certeza existiram, e
muitas, situações cujas queixas indicavam desunião e desarmonia entre
departamentos e bases, mas o fluido que energizava a Varig era a
convergência de todos seus funcionários para a melhor prestação de serviços e
isso eu considero inquestionável. Era essa altivez que todos tinham e se
“exibiam” disso. Era “ufanismo” empresarial...
Sua apreciação está muito
distorcida quanto ao que escrevi ao formular que “que a mesma
apenas se desuniu com a quebra da Varig.
Peço que releia e interprete
corretamente, pois tenho a certeza que é esse o sentimento de 99% dos
variguianos.
Eu escrevi:
“Sim, éramos diferentes, mas, mesmo assim, éramos
todos UNIDOS POR ESSE ORGULHO!!!
Entretanto agora, órfãos dessa imagem, SOMOS
TODOS IGUAIS EM INFORTÚNIO... E por mais paradoxal que possa
parecer, ESTAMOS DESUNIDOS!!!”
Retroagindo no tempo, afirmo
que houve falhas na Administração sim, mas é inequívoco que a Defasagem
Tarifária prejudicou extremamente a saúde financeira da empresa produzindo
efeitos catastróficos, porém, poderia ter sido salva, disso todos sabem.
O que dizer daqueles que
trabalharam sem receber seus salários, acreditando e esperando a revitalização
e o reerguimento da companhia?
O que dizer então, quando os
próprios funcionários SE UNIRAM e tentaram comprar a empresa?
Isso seria desunião?
Era o ORGULHO de pertencer à
Varig que era a “liga” dessa UNIÃO, repito.
Existiram injustiças,
sim! Existiram uns que “usaram” o pescoço de outros para galgar status
em cargos ou funções, sim! Existiram uns praticantes do “mau-caratismo”,
sim!
Existiu protecionismo de uns
em detrimento ao reconhecimento e a valorização de outros, sim!
Evidentemente, isso repercute
de forma bastante significativa dentro de um ambiente pequeno como,
por exemplo, num departamento com cem funcionários, ou seja, isso
visto num ambiente micro. Mas a RG era MACRO!!!
Numa oportunidade, um sábio
Chefe me disse que em situações de avaliação e/ou cobrança de atitudes, 5% de
injustiças são cometidas e isso é razoável pois é impossível ter a certeza
absoluta sobre tudo, em particular, ao se julgar o sentimento
humano. “Uma criança pode estar rindo, mas será que ela está plenamente feliz
ou tendo uma alegria num lapso de tempo?” É muito difícil julgar e
julga bem quem tem técnica para julgar; julga melhor quem tem conhecimento e
experiência mas julgará sempre melhor e com mais acerto, aquele que reúne
técnica, conhecimento, experiência e sensibilidade.
Acreditando que somente mentes
privilegiadas como a sua, que é brilhante mas que também tem suas
queixas, que aqui conclamo que continue escrevendo, tentando também a reINTEGRAÇÃO
daqueles que quiserem participar escrevendo como sugeri; demonstrando à mídia
a nossa total indignação com tudo o que nos tem acontecido nestes oito
anos de espera, sem respostas positivas ao nosso infortúnio, para seja
resgatado de tudo que nos é de direito. Senão, permanecendo nesse SILÊNCIO
ensurdecedor, ENTREGAREMOS nosso “dim-dim” de “mão beijada”.
“Vasudeva disse para
Sidartha ouvir o rio e procurar entendê-lo pois assim entenderia a verdade da
vida. Sidartha Gautama entendeu que o rio está na nascente, no curso, no
leito, na foz e até quando se mistura ao mar. Entendeu que cada verdade,
pertence a cada momento como sombras do passado para alguns mas... que até
estes momentos desaparecem.”
Eu digo que o rio continua sem
parar... e para ele só existe o tempo presente, sem sombras.

Por favor, escrevam e usem
seus sentimentos.
Afinal, o que é a caneta ou o
teclado sem o sentimento e os dedos da mão que os utiliza?
Título e Texto: Jonathas Filho, 05-08-2014
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