terça-feira, 5 de agosto de 2014

Minha visão e resposta

Jonathas Filho
Prezado Waldo Deveza,  saudações noturnas. 
Decerto não trocaria uma palavra do seu texto em réplica às minhas afirmações contidas no “Integrar para não Entregar”, posto que não teria como refutar suas discordâncias.

Reafirmo tudo o que escrevi  e considero  que a “população variguiana” era, como é em qualquer grupo empresarial, heterogêneo. Óbvio:  essa heterogeneidade provocou isoladamente  situações que você habilmente explicitou nesse seu manifesto. Você vivenciou por quase trinta anos um universo de situações que considerou não como união mas como dissociação, desarmonia e desagregação.

Muitos também experimentaram situações idênticas mas, mesmo assim, “pesaram” isso tudo na mesma balança que você usou  e obtiveram um peso bem menor.  Consequentemente, diriam os especialistas em comportamento humano, que cada um sente de forma diferente, pois somos todos diferentes.  Você disse não ter observado um clima de fraternidade, fora exceções (sic).

Há divergências, sim... e de muitos que consagram até hoje com saudade descritível, os ambientes de camaradagem e amizade  vividos durante a vida laboral na Varig. Existe até um jargão muito escutado, já velho e desgastado, usado por muitos que conheço: “ Faria tudo de novo e melhor!”

Isso significa saudosismo causado por excelentes momentos  em meio àqueles que eram iguais em vontade e atitudes e se valeram desses comportamentos enquanto funcionários, participando e  alicerçando a qualidade dos seus serviços.
  
Uma empresa que cresceu e durou setenta e nove anos não foi alicerçada com palitos frágeis, mas sim com o aço que amalgamava os bons relacionamentos que aqui reafirmo, foi a liga essencial para a fixação, continuidade e crescimento da maior empresa de aviação comercial sul-americana e uma das “grandes” internacionais.

Com certeza existiram, e muitas, situações cujas queixas indicavam  desunião e desarmonia entre departamentos e  bases, mas o fluido que energizava a Varig era a convergência de todos seus funcionários para a melhor prestação de serviços e isso eu considero inquestionável. Era essa altivez que todos tinham e se “exibiam” disso.  Era “ufanismo” empresarial...

Sua apreciação está muito distorcida  quanto ao que escrevi ao formular que “que a mesma apenas se desuniu com a quebra  da Varig. 
Peço que releia e interprete corretamente, pois tenho a certeza que é esse o sentimento de 99% dos variguianos.
Eu escrevi:
“Sim,  éramos diferentes, mas, mesmo assim, éramos todos UNIDOS POR ESSE ORGULHO!!!
Entretanto agora, órfãos dessa imagem,   SOMOS TODOS IGUAIS EM INFORTÚNIO... E por mais paradoxal que possa parecer, ESTAMOS  DESUNIDOS!!!”

Retroagindo no tempo, afirmo que houve falhas na Administração sim,  mas é inequívoco que a Defasagem Tarifária prejudicou extremamente a saúde financeira da empresa produzindo efeitos catastróficos, porém, poderia ter sido salva, disso todos sabem.

O que dizer daqueles que trabalharam sem receber seus salários, acreditando e esperando a revitalização e o reerguimento da companhia?
O que dizer então, quando os próprios funcionários SE UNIRAM e tentaram comprar a empresa?
Isso seria desunião?

Era o ORGULHO de pertencer à Varig que era a “liga” dessa UNIÃO, repito.

Existiram injustiças, sim!  Existiram uns que “usaram” o pescoço de outros para galgar status em cargos ou funções, sim! Existiram uns praticantes do “mau-caratismo”, sim!
Existiu protecionismo de uns em detrimento ao reconhecimento e a  valorização de outros, sim!
Evidentemente, isso repercute de forma  bastante significativa dentro de um ambiente pequeno como,  por exemplo, num departamento com cem funcionários,  ou seja, isso visto num ambiente micro.  Mas a RG era MACRO!!!

Numa oportunidade, um sábio Chefe me disse que em situações de avaliação e/ou cobrança de atitudes, 5% de injustiças são cometidas e isso é razoável pois é impossível ter a certeza absoluta sobre tudo, em particular,  ao se  julgar o sentimento humano. “Uma criança pode estar rindo, mas será que ela está plenamente feliz ou tendo uma alegria  num lapso de tempo?”  É muito difícil julgar e julga bem quem tem técnica para julgar; julga melhor quem tem conhecimento e experiência mas julgará sempre melhor e com mais acerto, aquele que reúne técnica, conhecimento, experiência e sensibilidade.

Acreditando que somente mentes privilegiadas como a sua, que é brilhante mas que também tem suas queixas, que aqui conclamo que continue escrevendo, tentando também  a reINTEGRAÇÃO daqueles que quiserem participar escrevendo como sugeri; demonstrando à mídia  a nossa total  indignação com tudo o que nos tem acontecido nestes oito anos de espera, sem respostas positivas ao nosso infortúnio,  para seja resgatado de tudo que nos é de direito. Senão, permanecendo nesse SILÊNCIO ensurdecedor, ENTREGAREMOS  nosso “dim-dim” de “mão beijada”.

“Vasudeva disse  para Sidartha ouvir o rio e procurar entendê-lo pois assim entenderia a verdade da vida.  Sidartha Gautama entendeu que o rio está na nascente, no curso, no leito, na foz e até quando se mistura ao mar. Entendeu que cada verdade, pertence a cada momento como sombras do passado para alguns mas... que até estes  momentos  desaparecem.”

Eu digo que o rio continua sem parar... e para ele só existe o tempo presente, sem sombras.

Sugiro também a todos que me leem,  que concordam ou discordam  das minhas assertivas, que empunhem a caneta ou digitem no teclado, dando  as respostas relativas aos comentários aqui contidos.
Por favor, escrevam e usem seus sentimentos.
Afinal, o que é a caneta ou o teclado sem o sentimento e os dedos  da mão que os utiliza? 
Título e Texto: Jonathas Filho, 05-08-2014

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