Maria Lucia Victor Barbosa
Na sua obra 'Espanha
Invertebrada' escreveu José Ortega y Gasset: “A história de uma nação não é
somente a do seu período formativo e ascendente, mas também a história de sua
decadência”. Tudo indica que entramos na história de nossa decadência desde que
o governo petista assumiu o cargo mais alto da República.
Lula da Silva reinou em seu
primeiro mandato sobre as águas mansas do Plano Real, das políticas públicas do
governo anterior. Viajou muito, tornou-se amigo dos piores ditadores mundiais,
gozou como nenhum outro presidente das delícias do poder. Delícias, aliás,
compartilhadas com os companheiros cortesãos.
No segundo mandato se iniciará
a decadência, desenhando-se o que viria em termos econômicos enquanto
escândalos de corrupção aumentavam de volume e velocidade. Entretanto, o
endeusamento de Lula da Silva, o inocente que nada via, de nada sabia, se
mantinha pela força de sua lábia e ele emplacou o “terceiro mandato” através da
eleição de Dilma Rousseff.
Os quatro anos desta senhora
podem ser descritos como descalabro total. Sob as ordens de Lula ela quebrou a
Petrobras e outras estatais, destruiu a indústria, arrebentou o país como um
todo. Mesmo assim, com pequena diferença sobre seu adversário Rousseff foi
reeleita pregando que Aécio Neves seria o exterminador do futuro brasileiro.
Logo no início do segundo
mandato de Rousseff emerge, porém, o inevitável resultado da incompetência
governamental, dos truques contábeis, da distorção dos dados: aumento da
inflação, do desemprego, da inadimplência, das contas públicas, dos juros, dos
impostos. Situação que Joaquim Levy tenta consertar preparando a volta de Lula,
mas jogando o peso dos erros do governo sobre as costas do povo. São tempos
duríssimos que não acabarão tão cedo, em que pesem as otimistas e sempre
erradas previsões dos economistas.
Mas não é apenas econômica a
decadência em que o governo de Lula da Silva nos mergulhou. Houve perda de
valores e uma crescente amoralidade.
Aqui darei apenas um exemplo
dos muitos que poderiam ser apresentados nesse aspecto. Como atinge a formação
de crianças desde a mais tenra idade considero criminosas as tentativas que vem
sendo feitas pelo governo de se impor como manipulador educacional sexual. No
momento ressurge a ideologia de gênero, elaborada através de documento que
servirá para formulação de planos municipais, pelo Fórum Nacional de Educação.
Nesta construção arbitrária não existe diferença entre menino ou menina, não
são levados em conta dados biológicos e psicológicos da identidade humana. O
ser humano é considerado como assexuado e deverá escolher se quer ser masculino
ou feminino. Seria como revogar a lei da gravidade.
Em magistral artigo, Educação
Sexual Compulsória, publicado no Estado de S. Paulo em 08/06/2015, analisa
Carlos Alberto di Franco as distorções dessa, diria eu, deseducação:
1) “A confusão causada nas
crianças no processo de formação de sua identidade, fazendo-a perder
referências; 2) a sexualização precoce, na medida em que a ideologia de gênero
promove a necessidade de uma diversidade de experiências sexuais para a
formação do próprio gênero; 3) a abertura de um perigoso caminho para a
legitimação da pedofilia, uma vez que a ‘orientação’ pedófila é considerada
também um tipo de gênero; 4) a banalização da sexualidade humana, dando ensejo
ao aumento da violência sexual, sobretudo contra mulheres e homossexuais; 5) a
usurpação da autoridade dos pais em matéria de educação dos filhos,
principalmente em temas de moral e sexualidade, já que todas as crianças serão
submetidas à influência dessa ideologia, muitas vezes sem o conhecimento ou
consentimento dos pais”.
Ao tratar desse grave tema que
toda sociedade devia tomar conhecimento fatalmente serei tachada de
conservadora, o mais novo xingamento utilizado pelo neoesquerda para
desqualificar os que não rezam por sua cartilha. Quero lembrar que a tese
conservadora, assim como a progressista evoluiu ao longo do tempo em seu
significado, mas, em essência, o conservadorismo se refere à natureza humana
não modificável pela ação prática, porquanto mergulha suas raízes em uma
realidade sobre-humana, a vontade divina. Em outras palavras, somos dotados de
uma consciência e sabemos distinguir o bem do mal, em que pesem as várias
noções de moral de cada sociedade.
Ao mesmo tempo, o
conservadorismo indica que o poder político confiado ao homem é intrinsecamente
tirânico se não for controlado. Daí a constante preocupação dos conservadores
com a existência de mecanismos de limitação do poder e, principalmente, pela
supremacia da lei.
Nesse sentido assumo ser conservadora,
sendo ao mesmo tempo uma entusiasta de todo progresso que traga benefícios à
humanidade. Lamentável é a decadência em que os autodenominados progressistas
da neoesquerda impingiram à nação brasileira.
Título e Texto: Maria Lucia Victor Barbosa, Socióloga,
10-6-2015
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