quinta-feira, 11 de junho de 2015

O discurso “reduzir maioridade penal não resolve o problema” é perverso até dizer chega. Logicamente, saiba o motivo



Luciano Henrique
Normalmente, vemos a extrema-esquerda entoar o mantra “reduzir maioridade penal não resolve o problema”. Curiosamente, damos de ombros e vamos discutir outros assuntos. Isto é descuido, no mínimo, pois sempre que você ouvir esta frase significa que está diante de um crime moral de dimensões lúgubres. Praticamente um crime contra a humanidade. Argumentarei em favor disso com lógica, pura e simplesmente.

Para entender a perversidade por trás desta frase, tente imaginar a situação de um médico que acaba de diagnosticar seu paciente com câncer. Por algum tipo de sadismo, ele resolve esconder a doença do paciente. E, para além disso, ele convence seu paciente de que na verdade o que ele tem é gripe. Após este passo, ele diz “remédio (x) não resolve o problema”. O problema, neste caso, é a gripe, um “falso problema” que o médico inventou para distrair seu paciente e enganá-lo. Com isso, seu paciente perde a oportunidade de realizar um tratamento que poderia salvá-lo e morre, meses depois, em decorrência deste engano.

A pergunta que fica é: o quanto é imoral isto que acabou de acontecer? Resposta: esta é uma perversidade moral que vai além das típicas tretas do dia a dia. É uma mistura de uma sucessão de engodos com extrema dissimulação, sadismo e falta de empatia.

Veja em resumo todos os aspectos de imoralidade da situação:
1.       Há o componente do engano (a treta básica)
2.       Em seguida, há o componente de enganação adicional, para que a pessoa nem consiga se proteger da mentira original
3.       Como agravante, o médico se coloca em uma posição de “cuidar” de sua vítima, o que amplifica o potencial da desonestidade
4.       Outro elemento de imoralidade está no fato de uma extrema indiferença ao sofrimento de alguém que estaria em posição de confiar em você

Um amigo religioso resumiria isso como uma moralidade no “nível capeta”.
Pois é exatamente isso que a extrema faz a cada instância do uso do discurso “reduzir a maioridade penal não resolve o problema”.

Observe a situação da jovem de 17 anos que morreu ontem (8/6), após ter sido estuprada por quatro menores de idade. Há uma outra adolescente, também de 17 anos, que sofreu o mesmo destino e segue no hospital. Talvez ela sobreviva. Outras duas adolescentes, de 15 e 16 anos, foram estupradas e torturadas pelos menores.

Na visão das sobreviventes, há um problema adicional: assistir os estupradores estarem livres em alguns meses ou, na melhor das hipóteses, em três anos. Dificilmente, elas vão conseguir dormir tranquilamente sabendo dessa possibilidade. Sua família estará sendo humilhada e afrontada pelo estado por causa desta impunidade. É uma questão de matemática: no máximo até 2018, essas sobreviventes vão estar vivendo próximas aos seus algozes, que estarão liberados para voltarem, assim como os vampiros voltam por suas vítimas. Ademais, a família da menina que morreu também terá que tolerar esta impunidade.

A redução da maioridade penal resolveria este problema. E muitos outros problemas semelhantes. Nenhuma pessoal intelectualmente honesta seria idiota a ponto de dizer que a redução da maioridade penal não resolveria este problema. Se os estupradores ficassem 20 ou 30 anos na cadeia, as jovens teriam tempo para se recuperar do trauma, reconstruírem suas vidas e talvez mudar de cidade. Com o ECA, os marginais estarão liberados para irem visita-las em pouco tempo.

Logo, na visão das vítimas, e na perspectiva do indivíduo (que, moralmente, é o que importa), redução da maioridade resolve, ao menos parcialmente, o problema.
Sendo assim, quando alguém afirma que “redução da maioridade penal não resolve o problema”, atende aos vários elementos citados anteriormente. Revisemos:

1.       Há o componente do engano ao usar o mito de “não resolução”
2.       Em seguida, existe a enganação adicional, escondendo do cidadão o real problema que está sendo reclamando (a possibilidade de o estado ser injusto no seu tratamento na ocasião da violência bárbara praticada por menores)
3.       Como agravante, a extrema esquerda argumenta se colocando em uma posição simulando tomar a melhor opção para “cuidar” do cidadão, mas está inventando um outro “problema” para esconder o real problema do cidadão
4.       Por fim, sempre que fazem isso demonstram extrema indiferença ao sofrimento dos cidadãos.

Em resumo, se alguém diz “reduzir maioridade penal não resolve o problema”, estamos diante de alguém que praticou uma monstruosidade moral tão grande que fazemos bem em manter distância dessa pessoa. 
Título, Imagem e Texto: Luciano Henrique, Ceticismo Político, 10-6-2015

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