sexta-feira, 12 de junho de 2015

Lágrimas e rosas inundam a vida...

Valdemar Habitzreuter

Diz um ditado que “a vida é um vale de lágrimas”; outro, que “a vida é um mar de rosas”. Os dois fazem sentido. Mas, eu diria que a vida é uma mescla dos dois, e proferiria o seguinte: “a vida é inundada de lágrimas e rosas”.

Tudo depende de como somos afetados com o que a vida nos traz em seu lombo e o descarrega sobre os nossos ombros, e, principalmente, o que fazemos com essa carga: se a carregamos com disposição de construir algo positivo, se temos projetos que viabilizem satisfatoriamente nossa vida, ou simplesmente lamentamos angustiados o incômodo do peso.

O filósofo Heidegger diz que a vida é perpassada pela angústia, pois somos seres para a morte... e estamos sujeitos, a qualquer momento, a mergulhar no nada do ser...

Sem dúvida, nossa entrada neste mundo, ‘no qual fomos jogados’, segundo o jargão de Heidegger, já foi dolorosa no ato mesmo do nascimento, e o primeiro choro já se deu aí. Seria um pressentimento do que poderia advir dali para a frente: sofrimentos, angústias, doenças e dores físicas? A persistência contínua dessas mazelas tornaria realmente a vida num vale de lágrimas. E muitos de nossos irmãos humanos, desde o nascimento - sem culpa, no entanto -, assim a experimentam, porque a vida lhes reservou esta desdita, sem que lhes seja possível um resquício do “mar de rosas”. Seu único alívio talvez seja a resignação e saber lamuriar positivamente (se isto for possível) e dizer: chegará o dia em que não estarei mais ‘nesse vale’...

Não saberia dizer se algo muito significativo poderia ajudar. Religião? Esperança de uma vida feliz no Além... Reencarnação?... Bom, cada qual com suas crenças para mover-se a contento em seu “vale de lágrimas”... 

Mas, há muitos também que constroem, por culpa própria, seu ‘vale de lágrimas’, pois usam a dádiva da vida para infernizar e tumultuar seu mundo pelas más avaliações que fazem, por ignorância ou estupidez, de como levar a vida com chances de possibilidades satisfatórias, não sabendo, pois, tirar proveito dela e, assim, a maldizem, pelos sofrimentos e doenças que daí advêm. Estes, creio, sentem um peso maior em seu “vale de lágrimas”, pois desprezam os convites que a vida lhes faz para uma passagem aprazível. E ao olharem para o passado sentem-se frustrados de não terem construído nada de positivo.

Não podemos, no entanto, dizer, em absoluto, que a vida possa apresentar-se como um pacífico “mar de rosas” onde pudéssemos nadar tranquilos sem incômodo algum. Nadar em suas águas sem arranhões não é possível, pois um ou outro espinho pontiagudo sempre estará boiando no mar de pétalas de rosas da vida com os quais todos nós, com certeza, nos espetamos. O segredo é saber desviar-nos o máximo deles e num eventual fincão ou arranhão fazer o possível para que aconteça sua cicatrização. 

Assim, as fases de nossa vida, desde a infância até a velhice, para alguns são um verdadeiro “vale de lágrimas” e para muitos, uma intermitência ora de lágrimas de um vale sombrio, ora do perfume doce das pétalas de rosa da vida. Todos temos de enfrentar os caminhos da vida, ora enfrentando suas curvas sinistras e perigosas, sem que possamos nos desviar dos percalços que vem pela frente, ora retos onde experimentamos um caminhar alegre, ditoso e seguro - com lampejos de felicidade.

O importante é saber sincronizar lágrimas e rosas para levar uma vida satisfatória. E isto é realizável, basta saber avaliar o que ela nos reserva e tentar resolver os problemas com que nos presenteia. Todos já experimentamos que, ao resolvermos problemas quaisquer na vida, há nisso satisfação. Sem dúvida, os problemas da vida dão satisfação se bem resolvidos... Lágrimas e rosas inundam a vida...

Aos amigos do Cão que fuma quero comunicar que este que vos escreve já ultrapassou os limites da idade madura, 69, e, ao longo da vida, soube sincronizar a existência com lágrimas e rosas e está satisfeito com a vida. É de minha índole avaliar aquilo que a vida me reserva, e os problemas que ela me presenteia eu tento resolver. Assim, por algum tempo estarei em off para resolver um problema de saúde, vou submeter-me a uma RTU (a ver com a próstata). Sem dúvida, contarei com sua torcida para que tudo dê certo... So long!... 
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 12-6-2015

4 comentários:

  1. Tem a minha "torcida" Valdemar!
    So long!!!

    Ivan Ditscheiner

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  2. Prezado Valdemar,
    A 'equipe' do CqF e eu desejamos êxito absoluto na intervenção e pronto restabelecimento.
    Muita fé e confiança!
    Grande abraço./-

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  3. Tenha certeza de que estamos todos, e em especial este seu velho amigo, em uma torcida feroz para que o seu procedimento cirúrgico tenha o êxito que você certamente merece.
    Um pronto restabelecimento e uma volta rápida ao campo dos sonhos.
    Um abraço a você e recomendações à sua família, do amigo
    José manuel

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  4. Estou com 64, e quando fiz meu PSA deu 40, fiz uma ecografia, estava normal.
    Um médico muito bom me disse que o PSA pode ser as vezes mentiroso.
    Se você não tem problemas de urinar , deixe como está.
    O exame de toque só indica a parte inferior da tal de próstata.
    Se por acaso o abcesso está na parte superior, nem toque, nem ecografia mostra.
    Então alguns sugerem biopsia.
    Biopsia na parte superior da próstata só com laparoscopia ou cirurgia.
    Aos 65 anos se eu tiver que fazer biopsia, mando arrancar fora tudo.
    Ah, as mulheres, eu me lembro muito bem que talvez tenha sido muito bom nisso.
    Hoje eu gasto e muito tempo pensando nisso.
    Dos dois dilemas que nós homens temos, se vamos morrer antes de ficar brocha ou se vamos ficar brocha antes de morrer, fico com a última, aliás sexo nunca foi masculinidade, os gays provam isso, apesar de quererem ser mulheres, jamais deixarão de serem masculinos.
    Estimo melhoras....

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