Valdemar Habitzreuter
Diz um ditado que “a vida é um
vale de lágrimas”; outro, que “a vida é um mar de rosas”. Os dois fazem
sentido. Mas, eu diria que a vida é uma mescla dos dois, e proferiria o
seguinte: “a vida é inundada de lágrimas e rosas”.
Tudo depende de como somos
afetados com o que a vida nos traz em seu lombo e o descarrega sobre os nossos
ombros, e, principalmente, o que fazemos com essa carga: se a carregamos com
disposição de construir algo positivo, se temos projetos que viabilizem
satisfatoriamente nossa vida, ou simplesmente lamentamos angustiados o incômodo
do peso.
O filósofo Heidegger diz que a
vida é perpassada pela angústia, pois somos seres para a morte... e estamos
sujeitos, a qualquer momento, a mergulhar no nada do ser...
Sem dúvida, nossa entrada
neste mundo, ‘no qual fomos jogados’, segundo o jargão de Heidegger, já foi dolorosa
no ato mesmo do nascimento, e o primeiro choro já se deu aí. Seria um
pressentimento do que poderia advir dali para a frente: sofrimentos, angústias,
doenças e dores físicas? A persistência contínua dessas mazelas tornaria
realmente a vida num vale de lágrimas. E muitos de nossos irmãos humanos, desde
o nascimento - sem culpa, no entanto -, assim a experimentam, porque a vida
lhes reservou esta desdita, sem que lhes seja possível um resquício do “mar de
rosas”. Seu único alívio talvez seja a resignação e saber lamuriar
positivamente (se isto for possível) e dizer: chegará o dia em que não estarei
mais ‘nesse vale’...
Não saberia dizer se algo
muito significativo poderia ajudar. Religião? Esperança de uma vida feliz no
Além... Reencarnação?... Bom, cada qual com suas crenças para mover-se a
contento em seu “vale de lágrimas”...
Mas, há muitos também que
constroem, por culpa própria, seu ‘vale de lágrimas’, pois usam a dádiva da
vida para infernizar e tumultuar seu mundo pelas más avaliações que fazem, por
ignorância ou estupidez, de como levar a vida com chances de possibilidades
satisfatórias, não sabendo, pois, tirar proveito dela e, assim, a maldizem,
pelos sofrimentos e doenças que daí advêm. Estes, creio, sentem um peso maior
em seu “vale de lágrimas”, pois desprezam os convites que a vida lhes faz para
uma passagem aprazível. E ao olharem para o passado sentem-se frustrados de não
terem construído nada de positivo.
Não podemos, no entanto,
dizer, em absoluto, que a vida possa apresentar-se como um pacífico “mar de
rosas” onde pudéssemos nadar tranquilos sem incômodo algum. Nadar em suas águas
sem arranhões não é possível, pois um ou outro espinho pontiagudo sempre estará
boiando no mar de pétalas de rosas da vida com os quais todos nós, com certeza,
nos espetamos. O segredo é saber desviar-nos o máximo deles e num eventual
fincão ou arranhão fazer o possível para que aconteça sua cicatrização.
Assim, as fases de nossa vida,
desde a infância até a velhice, para alguns são um verdadeiro “vale de
lágrimas” e para muitos, uma intermitência ora de lágrimas de um vale sombrio,
ora do perfume doce das pétalas de rosa da vida. Todos temos de enfrentar os
caminhos da vida, ora enfrentando suas curvas sinistras e perigosas, sem que
possamos nos desviar dos percalços que vem pela frente, ora retos onde
experimentamos um caminhar alegre, ditoso e seguro - com lampejos de
felicidade.
O importante é saber
sincronizar lágrimas e rosas para levar uma vida satisfatória. E isto é
realizável, basta saber avaliar o que ela nos reserva e tentar resolver os
problemas com que nos presenteia. Todos já experimentamos que, ao resolvermos
problemas quaisquer na vida, há nisso satisfação. Sem dúvida, os problemas da
vida dão satisfação se bem resolvidos... Lágrimas e rosas inundam a vida...
Aos amigos do Cão que fuma quero comunicar que este que
vos escreve já ultrapassou os limites da idade madura, 69, e, ao longo da vida,
soube sincronizar a existência com lágrimas e rosas e está satisfeito com a
vida. É de minha índole avaliar aquilo que a vida me reserva, e os problemas
que ela me presenteia eu tento resolver. Assim, por algum tempo estarei em off para resolver um problema de saúde,
vou submeter-me a uma RTU (a ver
com a próstata). Sem dúvida, contarei com sua torcida para que tudo dê certo...
So long!...
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 12-6-2015
Tem a minha "torcida" Valdemar!
ResponderExcluirSo long!!!
Ivan Ditscheiner
Prezado Valdemar,
ResponderExcluirA 'equipe' do CqF e eu desejamos êxito absoluto na intervenção e pronto restabelecimento.
Muita fé e confiança!
Grande abraço./-
Tenha certeza de que estamos todos, e em especial este seu velho amigo, em uma torcida feroz para que o seu procedimento cirúrgico tenha o êxito que você certamente merece.
ResponderExcluirUm pronto restabelecimento e uma volta rápida ao campo dos sonhos.
Um abraço a você e recomendações à sua família, do amigo
José manuel
Estou com 64, e quando fiz meu PSA deu 40, fiz uma ecografia, estava normal.
ResponderExcluirUm médico muito bom me disse que o PSA pode ser as vezes mentiroso.
Se você não tem problemas de urinar , deixe como está.
O exame de toque só indica a parte inferior da tal de próstata.
Se por acaso o abcesso está na parte superior, nem toque, nem ecografia mostra.
Então alguns sugerem biopsia.
Biopsia na parte superior da próstata só com laparoscopia ou cirurgia.
Aos 65 anos se eu tiver que fazer biopsia, mando arrancar fora tudo.
Ah, as mulheres, eu me lembro muito bem que talvez tenha sido muito bom nisso.
Hoje eu gasto e muito tempo pensando nisso.
Dos dois dilemas que nós homens temos, se vamos morrer antes de ficar brocha ou se vamos ficar brocha antes de morrer, fico com a última, aliás sexo nunca foi masculinidade, os gays provam isso, apesar de quererem ser mulheres, jamais deixarão de serem masculinos.
Estimo melhoras....