quinta-feira, 8 de outubro de 2020

[Foco no fosso] Não querendo PIXar o produto

Haroldo Barboza 

A propaganda do PIX está sendo apresentada como um saboroso bolo recheado com uva, morango e cereja, para criar o desejo do povo em “engolir” esta nova refeição. 

Quando governos e bancos nos “oferecem” muitas vantagens, claro que ficamos desconfiados. O histórico de produtos (camuflados) que nos trouxeram prejuízos após implantados, povoam a história. Basta ter paciência para encontrá-los. O “plano verão” é um bom exemplo. 

Ofertas atraentes no PIX: rapidez na conclusão (10 segundos), no preenchimento de campos (basta um “apelido”) e custo de R$ 0,02!!

Fora a possibilidade de “sacar” dinheiro no comércio, evitando pagar por saque nos caixas 24 horas! E a futura “aposentadoria” de cartões que não mais precisaremos esquecer ou perder dentro de veículos. 

O Banco do Brasil até vai sortear R$ 600.000,00 entre adeptos do novo esquema (PIX)!!! Creio que o Nubank também. Santander: deve dar R$ 1.000.000,00! Estas diferenças podem provocar algumas migrações de clientes. 

Se um produto é bom os consumidores correm para ele sem prêmios. 

Se a ideia é “fidelizar” clientes, bastam quatro sorteios trimestrais de R$ 50.000,00. Mais barato que R$ UM milhão. Que é um “cascalho” diante dos lucros anuais destas entidades. 

Na condição de desconhecedor do mercado financeiro, um item que me causa estranheza é a composição da chave PIX (apelido) que permite exibir CPF, celular e e-mail. Itens que normalmente desejamos esconder para dificultar ações de trapaceiros que compram cadastros para terem acesso a estes dados. 

Esta chave poderia ser composta (exemplo) juntando ...

2 alg (Estado) + 3 alg (município) + 3 alg (CPF) + sigla do clube (3) + ano de nosso nascimento (4) + 3 letras de nosso nome + nº do banco (3) + min + seg (4) do instante do acesso. Isto pode ter tamanho até menor do que e-mail. E seria constante. E facilitaria a triagem do programa na hora do preenchimento. 

O 2º item que mais nos incomoda na novela PIX, é o seguinte:

O uso de DOC, TED, maquininhas de pagamentos e assemelhados, rendem perto de UM bilhão (por semestre?) aos bancos. Eles abrem mão desta grana “sem gemer”? 

Creio que logo criarão umas taxas tipo: cliente pode abrir APP 3 vezes por dia de forma gratuita. Da 4ª vez em diante, pagará R$ 3,00 por acesso. Outra taxa: Se passar pela porta giratória do banco mais de 2 vezes por dia, pagará R$ 2,00 como “pedágio”. Se o alarme de metal tocar, mais R$ 1,00 para cobrir o gasto do aparelho. Pronto: Recuperam a grana em seis meses. 

Imaginação para cobrar é tão fértil quanto à da turma que cria “penduricalhos” para aumentar salários públicos. 

Se um especialista em finanças desejar nos esclarecer, poderemos aderir à proposta com menos insegurança. 

Título e Texto: Haroldo Barboza, 8-10-2020

Relacionado:
Pix: como novo meio de pagamento desafia indústria de cartões, maquininhas e grandes bancos

Anteriores:
O menu secular
Evitar caos nos dedos
A fábula do chaveiro
Pandemia pede economia
Fogos sem pólvora

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-