João Bosco Leal
Em uma rede social reli uma
frase bastante antiga: “Não se conhece o
valor de uma árvore por sua aparência, mas pelos frutos que ela dá.”
Atualmente, é muito comum
vermos pais assustados com os mais diversos comportamentos de seus filhos,
principalmente nos que já passaram da idade de sair de casa, de alçar vôo solo,
se auto-sustentar, mas lá permanecem e acham-se no direito de aí dormirem com
seus atuais “ficantes”, sem pensar nas consequências que isso provoca na mente
dos pais que, mesmo tendo evoluido, tentando achar tudo muito normal, não foram
assim educados e ficam sim, horrorizados, por não saberem onde isso vai dar.
Por mais que alguns tentem e até mesmo digam que isso é uma bobagem, que não se
importam, que há coisas mais importantes, os que realmente amam seus filhos e
temem por seu futuro, certamente não pensam assim.
Pensam nos problemas de uma
gravidez consumada com alguém que mal se conhece, nas DST, no uso excessivo de
bebidas alcoólicas, na possibilidade do uso de drogas, no fato de demorarem
cada vez mais para buscarem seu primeiro emprego e todas as milhares de preocupações
diárias, hoje muito maiores do que nas gerações passadas, principalmente pelas
mudanças sociais ocorridas pós década de sessenta, do Rock’n Roll e da
liberação sexual, que continua ocorrendo com intensidade -e precocidade- cada
vez maior. Apesar da maioria desses pais terem vivido exatamente nessa época,
os que fizeram parte dos mais radicais, dos Hippies e da geração Paz e Amor
como dizíamos, eram uma minoria e os que se iniciaram no uso de drogas, menos
ainda.
Há muitos anos não me reunia
com filhos e netos em um ambiente diferente do habitat de cada um como fiz
nesta passagem de ano. Por sugestão de minha filha, nos reunimos em um hotel no
litoral paulista para passarmos juntos o fim de ano em uma praia onde já
havíamos estado juntos há exatamente dezoito anos, quando eles ainda eram
adolescentes.
Acordar, passar o dia e dormir
próximo dos filhos, genro, nora e netos é – para quem reside a mais de 1.000
quilômetros de distância de cada um – uma experiência inesquecível para todos.
A carinha das crianças com a preguiça da manhã, o desjejum, a escolha dos
programas do dia, a praia, as conversas amenas e sem nenhuma profundidade, são
acontecimentos raros no dia a dia das pessoas.
Mas o que mais me trouxe
alegrias foi a certeza de que, próximo dos sessenta, já posso me sentir
realizado com relação aos filhos, genro, nora e netos que tenho. Penso não ser
fácil, com o aumento da família, só visualizar coisas boas em todos os seus
descendentes, mas é o que vejo em relação aos meus. Claro que, como em todas as
famíllias as pessoas podem pensar, planejar, se vestir, ter ambições e se
comportar um pouco diferente umas das outras, mas a existência de algumas
características me fazem sentir muitíssimo abençoado, e feliz, com o que vejo
em meus frutos.
Caráter, educação,
honestidade, humildade, trabalho e respeito ao próximo, não são predicados
fáceis de ser encontradas em uma única pessoa e o que me alegra mais é
exatamente encontrar tudo isso, tanto nos filhos quanto no genro, na nora e no
reconhecimento de que, por mais exigente que seus pais tenham sido em sua
educação, isso produziu um resultado hoje aprovado por eles próprios, pois pode
ser notado na maneira como educam seus filhos e isso certamente fará com que,
no futuro, possam sentir o mesmo que sinto agora – orgulho de minha família.
Só quando os filhos já possuem
seus próprios filhos podemos observar, mais detalhadamente, o resultado da
educação que demos durante décadas e que agora também é transmitida aos seus.
Muito mais do que possa aparentar, o que realmente importa é o que a pessoa é e
o que transmite para seus descendentes, tanto geneticamente quanto em sua
moldagem educacional.
Como o tronco de uma árvore, que olhando seus galhos admira seus frutos
– e no chão suas sementes, olho à minha volta e só posso agradecer a Deus pelo
quanto fui abençoado.
Título, Imagem e Texto: João
Bosco Leal, 10-02-2012
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