Os partidos do regime assinaram um acordo com a ‘troika’ e suspenderam a política nacional. Verdade que o PS diz que não: há sempre uma ‘margem’ (no orçamento, na acção governativa, quem sabe na cabeça dos seus deputados) para fazer ‘diferente’. Mentira.
João Pereira Coutinho
Ou o país cumpre o que assinou; ou não cumpre - e tenta negociar outros prazos; outras condições de empréstimo; um perdão parcial da dívida; uma saída amparada do euro. Se nada disto está no cardápio, o resto é paisagem - uma paisagem onde faltam ideias e abundam ‘casos'. O último deles foi a exortação de Passos para que os portugueses deixem de ser ‘piegas'. A frase pode soar ridícula no seu moralismo de mestre-escola. Mas ganhou proporções de escândalo porque a política a sério, feita por adultos e para adultos, desapareceu quando entregámos a chave a uma gerência estrangeira. A política portuguesa é hoje uma conversa de bêbedos: implicativa e estéril. Mas os bêbedos não gerem a tasca.
Título e Texto: João Pereira Coutinho, Correio da Manhã, 10-02-2012
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