Por duas ou três vezes estive, como Portugal,
falido, com o acesso ao crédito negado. Com razão, pois havia estourado todos
os limites. Paguei as consequências…
Vou contar uma dessas vezes que estive na m… por
me parecer a que melhor pode ajudar a entender o caso de Portugal.
Em setembro de 1997, o meu contracheque veio
negativo em 12 mil e tantos reais. Eu ganhava uns 1.350 reais. Por que cheguei
a essa situação? Por várias razões, claro. Mas, o que quero ressaltar, é o
elevado valor negativo do meu contracheque. Porque naquela época, a empresa
onde trabalhava não tinha um limite aos descontos nos salários, isto é, ia
descontando em folha tudo o que lhe era apresentado pelas associações. De certa
forma, reconheçamos, ela ia financiando o meu descalabro financeiro. Eu dirigia
uma das associações e através de uma empresa financeira com a qual tínhamos convênio
eu ia pegando empréstimo sobre empréstimo… Como Portugal, eu ia agindo como se
estivesse tudo normal, me “distraía” e me envolvia nas minhas atividades na
associação.
Até aquele setembro, quando aconselhado por um
colega, Fadel Santos, procurei a Assistência Social da Fundação Ruben Berta. E,
como Portugal, fui ajudado. Foi através de uma Assistente Social da Fundação
Ruben Berta que consegui o “impossível”: o instituto Aerus (é, esse mesmo)
pagou a minha dívida com a Varig e parcelou esse total em 36 meses. Isso me
permitiu voltar a receber salário já no mês seguinte.
É evidente que foi um período de cortes
mandatórios e poupanças lógicas. Um período bem severo.
Então, como Portugal, fui pagando o que me
emprestaram. Ah, muito importante, jamais culpei quem me emprestou dinheiro,
quem me vendeu a crédito e quem foi aceitando todos esses descontos em folha.
Pelo contrário, só tenho a agradecer a esses agentes, eu é que não fui correto,
fui eu que não cumpri as minhas obrigações.
Bom, então como eu ia dizendo, passei a receber
salário, tive a sorte de ir para um mini baseamento em Hong Kong (dezembro de
1997), trouxe uma poupancinha de lá; comecei a voar normalmente, quer dizer,
cumpria escala mensal normal. E ia economizando as diárias, até comecei a
comprar umas coisinhas para vender às amigas da minha mulher. Foi o tempo dos
produtos “FA”, dos bonecos “He-Man”.
Enfim, consegui recuperar uma vida
econômico-financeira estável e próspera. Para isso, diferentemente de Portugal,
contei com torcida a favor e empenho e envolvimento da minha mulher.
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