sábado, 4 de agosto de 2012

A crise contada para totós


Alberto de Freitas
A crise começou como crise do euro que evoluiu para crise da zona euro e, finalmente (até ver), crise das dívidas soberanas.
Mas na realidade, trata-se da crise provocada pela gastança amalucada de euros emprestados. Culpar o euro pela credibilidade e a zona euro pelo crédito a juros baixos, é como quem conduz um Porsche ser apanhado em excesso de velocidade e culpar o carro por ser demasiado potente.
Pelo exemplo apresentado, parece que só gente estúpida pode pensar assim… Pois não pensam (porque não pensam), mas acreditam nos que sabem que a coisa não é assim, mas os convencem do contrário.
E ser estúpido ou não, vale 1 voto.
À Grécia já só falta lavar o rabo com água de malvas. Aquilo é a gruta do Ali-babá, com os ladrões lá encafuados, mas os estúpidos continuam a ser convencidos da obrigação de se continuar a levar ouro aos bandidos. Bem, “convencidos” enquanto o ouro for dos outros.
No nosso caso, podemos ser estúpidos, mas não somos bandidos. Somos é estúpidos conscientes dos direitos. Razão para ser estupidez considerarem-nos estúpidos; sim, porque a coisa constitucional diz que as coisas são para quem merece e não para quem pode. Se eu mereço ir para a reforma aos 50 anos, por que raios não devo ir? Só porque não posso? E depois o estúpido sou eu…
E até porque em Portugal todos sabem que a culpa é do governo. Não dos que comeram a carne, mas deste; o que ficou com os ossos e não sabe o que fazer com eles.
E sempre que na Espanha se descobre mais um “buraco” (na Espanha é tudo em grande, incluindo os buracos), logo as vozes estúpidas se levantam, não contra o emburacado, mas contra os gajos que se mantêm à tona.
O termo mais estupidamente utilizado é: “falta de soluções da Europa”. Quer dizer: o alemão chega do trabalho, liga a televisão e pimba, fica a saber que a Andaluzia está tesa. E a Catalunha também (deve ter a ver com os ganhos do Messi). E que aos Bancos, ao contrário do previsto, não se vai levantar massa, mas sim, entregar.
O alemão fica estupidificado, sem saber o que fazer (daí os acusarem de indecisão).
E fica de tal maneira estúpido que, nem repara que o vizinho que tem a mania que é rico, e tinha prometido abrir os cordões à bolsa, ter fechado para obras e nunca mais lhe puseram a vista em cima. Em Portugal por exemplo, há uma catrefada de anões políticos que, na expectativa do crescimento anunciado, se fartaram de andar em bicos-dos-pés.
E mais buracos vão aparecer, razão para a gritaria em tom de ameaça dos estúpidos: “Ó estúpidos (para eles, os estúpidos são sempre os outros), preparem pilim que chegue para tapar os buracos”.
E claro que o dito pilim demora. Gajos com estradas cheias de carros, aeroportos à conta e comboios do século passado, demoram a chegar.
Gente estúpida.
Título e Texto: Alberto de Freitas, 04-8-2012
Grifo: JP

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