A crise começou como crise do
euro que evoluiu para crise da zona euro e, finalmente (até ver), crise das
dívidas soberanas.
Mas na realidade, trata-se da
crise provocada pela gastança amalucada de euros emprestados. Culpar o euro
pela credibilidade e a zona euro pelo crédito a juros baixos, é como quem
conduz um Porsche ser apanhado em excesso de velocidade e culpar o carro por
ser demasiado potente.
Pelo exemplo apresentado,
parece que só gente estúpida pode pensar assim… Pois não pensam (porque não
pensam), mas acreditam nos que sabem que a coisa não é assim, mas os convencem
do contrário.
E ser estúpido ou não, vale 1
voto.
À Grécia já só falta lavar o
rabo com água de malvas. Aquilo é a gruta do Ali-babá, com os ladrões lá
encafuados, mas os estúpidos continuam a ser convencidos da obrigação de se
continuar a levar ouro aos bandidos. Bem, “convencidos” enquanto o ouro for dos
outros.
No nosso caso, podemos ser
estúpidos, mas não somos bandidos. Somos é estúpidos conscientes dos direitos.
Razão para ser estupidez considerarem-nos estúpidos; sim, porque a coisa
constitucional diz que as coisas são para quem merece e não para quem pode. Se
eu mereço ir para a reforma aos 50 anos, por que raios não devo ir? Só porque
não posso? E depois o estúpido sou eu…
E até porque em Portugal todos
sabem que a culpa é do governo. Não dos que comeram a carne, mas deste; o que
ficou com os ossos e não sabe o que fazer com eles.
E sempre que na Espanha se
descobre mais um “buraco” (na Espanha é tudo em grande, incluindo os buracos),
logo as vozes estúpidas se levantam, não contra o emburacado, mas contra os
gajos que se mantêm à tona.
O termo mais estupidamente
utilizado é: “falta de soluções da Europa”. Quer dizer: o alemão chega do
trabalho, liga a televisão e pimba, fica a saber que a Andaluzia está tesa. E a
Catalunha também (deve ter a ver com os ganhos do Messi). E que aos Bancos, ao
contrário do previsto, não se vai levantar massa, mas sim, entregar.
O alemão fica estupidificado,
sem saber o que fazer (daí os acusarem de indecisão).
E fica de tal maneira estúpido
que, nem repara que o vizinho que tem a mania que é rico, e tinha prometido
abrir os cordões à bolsa, ter fechado para obras e nunca mais lhe puseram a
vista em cima. Em Portugal por exemplo, há uma catrefada de anões políticos
que, na expectativa do crescimento anunciado, se fartaram de andar em
bicos-dos-pés.
E mais buracos vão aparecer,
razão para a gritaria em tom de ameaça dos estúpidos: “Ó estúpidos (para eles,
os estúpidos são sempre os outros), preparem pilim que chegue para tapar os
buracos”.
E claro que o dito pilim
demora. Gajos com estradas cheias de carros, aeroportos à conta e comboios do
século passado, demoram a chegar.
Gente estúpida.
Título e Texto: Alberto de Freitas, 04-8-2012
Grifo: JP
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