As parcerias público-privadas –
a porta de entrada para o socialismo
Chris Brown
Escândalos como o da Construtora Delta, da Camargo Corrêa e da Gautama,
além de obras públicas malfeitas — como as do metrô de São Paulo, que desabaram no início de 2007 —, são meros sintomas de um arranjo
político-econômico que premia aquelas empresas que têm fortes conexões com o
estado.
Tal arranjo político-econômico,
conhecido tecnicamente como parcerias público-privadas, nada mais é
do que um arranjo corporativista no qual estado e grandes empresas se aliam
para, sob o manto de estarem fazendo obras, extorquir os cidadãos e dividir
entre si o butim, dando em troca algo que lembra um pouco, com muita boa
vontade, um serviço de infraestrutura.
Este arranjo é excelente para
ambos os lados: os políticos ganham o crédito pela obra, recebem
"agrados" das empresas que ganharam a licitação e, como consequência,
garantem uma reeleição; e as empreiteiras contratadas ganham obras que serão
pagas com o dinheiro do contribuinte — logo, sem qualquer zelo e critério, pois
ninguém gasta o dinheiro dos outros com parcimônia —, o que faz com que os
lucros sejam garantidos, a necessidade de qualidade, nula, e as chances de
superfaturamento, uma certeza.
Na outra ponta do arranjo está
o cidadão desamparado, obrigado a sustentar a farra e sem qualquer voz ativa
neste arranjo que está sendo financiado com o seu suado dinheiro.
Por não estarem sujeitas a um
ambiente concorrencial, empresas e empresários não precisam se preocupar em
mostrar resultados. Vale mais fazer lobby e subornar políticos para
ganhar licitações do que prestar um bom serviço no mercado. E é justamente
por não estarem sujeitas à disciplina do livre mercado que os problemas surgem
— e são muito sérios.
São dois os principais
problemas de uma parceria público-privada: o monopólio garantido pelo estado e
a ausência de propriedade privada. Para começar, as empreiteiras estão
ali apenas para receber o dinheiro subsidiado pelos pagadores de impostos e
entregar a obra dentro do prazo especificado. Não há livre
concorrência. Uma empresa não tem que mostrar um serviço melhor que o de
uma concorrente para sobreviver. Adicionalmente, as empresas não irão
gerir o empreendimento para sempre, pois se trata apenas de uma concessão, um
aluguel. Uma vez findado o prazo de concessão, o empreendimento volta
para as mãos do estado. Logo, as empresas não têm interesse em primar
pela qualidade e eficiência de suas obras. Não haverá punição de mercado.
(…)
Texto: Chris Brown, Instituto Ludwig Von Mises Brasil
Título: Ricardo Campelo de Magalhães, O Insurgente
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