sexta-feira, 17 de agosto de 2012

STF: Quadrilha do lado de fora

Grupo de manifestantes dançou uma quadrilha em frente ao STF em alusão ao crime de formação de quadrilha, acusação de boa parte dos réus do mensalão. Foto: Valter Campanato/ABr
A escolha da dança ocorreu em alusão ao crime de formação de quadrilha, pelo qual a maioria dos réus do processo é acusada 
Representantes de diversas entidades anti-corrupção se manifestaram nesta quinta-feira (16) em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, dançando uma quadrilha tradicional. A escolha da dança ocorreu em alusão ao crime de formação de quadrilha, pelo qual a maioria dos réus do processo é acusada.
Os integrantes usavam máscaras de alguns dos acusados, como o ex-ministro José Dirceu, os publicitários Marcos Valério e Duda Mendonça, além do deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP). Os manifestantes também estenderam uma faixa, onde se lia "Acorda para votar, STF".
"Queríamos tirar os ministros desse cochilo, eles já tiveram muito tempo para dormir", afirmou o bancário Rodrigo Montezuma, um dos organizadores do protesto. Entre as entidades participantes estão o movimento 31 de Julho, Adote um Distrital, Congresso em Foco, Contas Abertas, IFC (Instituto de Fiscalização e Controle) e Mensalômetro.
Durante a manifestação, que durou cerca de 40 minutos, foi encenado o "casamento da impunidade com a Justiça". "Queremos mostrar que desse casamento pode nascer a corrupção, se o povo deixar, mas também a ética e a moral", afirmou Montezuma.
As entidades participantes afirmam que veem o julgamento do mensalão como "um teste para a democracia brasileira". Elas pedem que o veredito "seja não só o ponto final deste processo, mas também o ponto de partida para uma justiça democrática e republicana no Brasil".

"Ativistas de sofá"
Apesar da intensa mobilização via internet, poucos manifestantes -- cerca de 40, se contados os integrantes da quadrilha-- foram à frente do Supremo. "O ativista de sofá é fervoroso, se considera ético, critica as iniciativas alheias, condena as atitudes dos outros, mas na hora de pintar a faixa, perder final de semana e pedir abono no trabalho, menos de 10% efetivamente participa", criticou Montezuma, que afirmou ter pedido ele próprio abono para estar no protesto.
A professora aposentada Mercês Rocha, 65, foi uma das poucas a atender à convocação das entidades. Segurando um cartaz onde se lia "Cadê o Lula?", a aposentada cobrou a presença do ex-presidente no processo: "O mensalão não tem mãe, mas tem pai".
Ela, que disse estar esperando que "saia coisa boa" do julgamento, afirmou acompanhá-lo todos os dias via TV Justiça. E elegeu seu ministro preferido: "ah, o Joaquim Barbosa é dez, né? Ele vale por dez!".
Gazeta do Povo, 17-8-2012

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