Hoje, acordei mais cedo, mamãe
pois um frio extenso se
debruçou sobre o meu corpo magro
e olhando o teto branco do meu
quarto, senti, como antigamente
pingos e respingos sobre a
cama, de uma goteira ausente
que me lembrou você, sobre
nossas redes,
preocupada em velar o sono de
quem ainda precisava de afagos...
As telhas do nosso casarão na
rua São Pedro, falavam entre pingos
do seu amor materno. Cuidados
de uma mãe exemplar.
Diziam da sua labuta
diária,sem cansaços ou reclamações
e depositavam na gente uma
confiança sem medidas,
algo que nos marcou a vida
inteira.
Agora, sob o túmulo e poucas
rosas amareladas pelo tempo,
sinto a sua ausência
caracterizada pela leve chuva de verão
e busco em imagens remotas
a sua fé destemida, sua
coragem e sua luta por dias melhores.
- Mamãe querida,
revolve a terra que lhe cobre
o coração e voa em espírito
para o largo salão verde do
Congresso Nacional. Eu quero vê-la!
Preciso confidenciar rumores
que de lá partem
contra um grupo de pessoas que
nos são caras
e que estão sofrendo muito.
Lembra-se da Varig, mamãe?
Pois é. Estamos todos nós com os dias contados pelo governo
e uma senhora, ignorando nossa
dor,
desfila ilusões futebolísticas
de um país sonhador
e assassina nossas esperanças
minguadas de sobrevivência...
Ô mãe, faz um apelo aí
e derrama sobre nós a sua fé!
Marca uma audiência com Ruben Berta
e com o nosso advogado
Castagna Maia (seus vizinhos),
pois já é tarde demais para amanhã!
Título e Texto: João Sobreira Rocha, aposentado Varig-Aerus,
Goiânia, 11-05-2014
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