Pior para Dilma! E daí? Os
petistas, como o escorpião, têm a sua natureza!
Reinaldo Azevedo
Já sabemos o suficiente sobre
a greve dos metroviários, cuja legalidade será julgada na tarde deste domingo.
Para uma inflação de 5,2%, o governo ofereceu 8,7% de reajuste, além de ter
aumentado o valor do vale-refeição, do vale-alimentação (juntos, esses dois
benefícios somam R$ 960) e da bolsa-creche — que também vale para os pais com
filhos até sete anos: R$ 579. Considerados esses ganhos indiretos, mas que são
muito diretos, o aumento passa de 13%, mais do que o dobro da inflação. Ocorre
que o sindicato da categoria, cujo presidente, Altino Prazeres, é militante do
PSTU, tem uma agenda política. Em nome dela, os usuários que se danem — boa
parte deles recebendo um salário inferior ao que os nababos recebem só para se
alimentar! Pois bem: o sindicato ameaça deixar São Paulo sem metrô na abertura
da Copa do Mundo, daqui a quatro dias. E CONTA, PASMEM!, COM O APOIO INTEGRAL
DA CUT.
Vocês leram tudo direito. A
central sindical do PT, onde Lula manda — e não adianta fazer de conta que não
—, apoia um movimento que deixa milhões de brasileiros ao sabor da sorte,
obrigados, muitas vezes — como lembrou ontem uma empacotadora de um
supermercado a que fui no começo da noite — a fazer viagens de ônibus de até
três horas e meia, quando poderiam chegar às suas casas em 30, 40 minutos.
A paralisação gera transtornos
em cadeia porque atinge os outros meios de transporte. Passageiros habituais do
metrô que têm carro apelam, obviamente, ao próprio veículo. O rodízio é
suspenso. Os ônibus superlotam; a cidade fica caótica. Apoiar uma greve com
esse grau de oportunismo chega a ser escandaloso. Mas a CUT — leia-se: o PT —
não quer nem saber. É a história do escorpião que ferroa o sapo que atravessa
um rio levando-o nas cotas: o bicho tem a sua natureza!
A nota emitida pela CUT é de
uma delinquência política escandalosa. Leiam (em vermelho). Volto em seguida.
A CUT
– Central Única dos Trabalhadores é solidária à greve dos/as trabalhadores/as
do Metrô de São Paulo e também à população que utiliza o transporte coletivo.
Todos nós defendemos um transporte público de qualidade com trabalhadores/as
dignamente remunerados.
A CUT
entende que o governador de São Paulo-SP, Geraldo Alckmin, precisa agir com
mais responsabilidade, tanto na condução da negociação com os representantes do
Sindicato dos Metroviários quanto com a população da cidade. Quatro milhões de
pessoas estão sendo prejudicadas pela inabilidade do governo na negociação com
a categoria.
As
reivindicações são justas, do ponto de vista econômico e social. É uma greve
reivindicatória por melhores condições de trabalho e salário para os/as
metroviários/as, que só foi deflagrada, como último recurso, porque não houve
um processo de negociação democrático satisfatório entre as partes.
Foi
com greves como essa que os/as companheiros/as rodoviários/as e os professores
municipais de São Paulo conquistaram reajustes salariais acima de 10%.
A CUT
repudia veementemente a violência policial ao movimento grevista dos
metroviários de São Paulo. Polícia tem de proteger o cidadão, o trabalhador e a
trabalhadora. Não foi isso que a Tropa de Choque fez hoje. Para a CUT, o governador
tem o dever de abrir negociações sérias com a categoria.
A
greve é um direito legítimo conquistado pelos/as trabalhadores/a e não pode ser
reprimida com força policial e a solução tem de ser negociada.
A CUT
se coloca à disposição, tanto para a direção do Sindicato como para o governo
do Estado de SP e, principalmente, para os/as metroviários/as de São Paulo,
para contribuir na solução desse conflito.
São
Paulo, 6 de junho de 2014.
Vagner
Freitas
Presidente
Retomo
Como já deixei claro, o
reajuste é muito superior a 10%. O Metrô, se querem saber, foi excessivamente
generoso. A Polícia Militar, até agora, está se limitando a cumprir a sua
função. Violentos são os piqueteiros e baderneiros que cassam da população o
direito de ir e vir e usam o bem público como se fosse propriedade privada.
No site do próprio PT há um
texto flertando com a greve. Qual o propósito do partido? Deve ser aquele mesmo
que o levou a apoiar em São Paulo as
primeiras manifestações truculentas do Passe Livre, na certeza de que o
governador Geraldo Alckmin seria o principal prejudicado. Deu tudo errado para
os petralhas. As manifestações se generalizaram, a insatisfação abandonou a
casca do ovo, e a popularidade de Dilma é quase a metade da que ela tinha há um
ano. Leiam trecho do texto do partido.
Escrevi literalmente centenas
de textos alertando que os petistas estavam fazendo uma bobagem até contra si
mesmos estimulando o pega-pra-capar. Pois é… Dilma que o diga!
A pressão deve ser grande.
Espero que o governador Geraldo Alckmin não ceda e, caso declarada a
ilegalidade da greve, mande demitir algumas dezenas. Vocês verão o efeito
didático que isso tem.
Ah, sim! O tal Altino diz que
vai enviar uma carta à presidente Dilma pedindo que ela interceda junto a Alckmin.
É mesmo, é? Se não me engano, e não me engano, o governo federal, por meio da
Advocacia-Geral da União, foi à Justiça preventivamente para impedir greve de
policiais federais. Não consta que Alckmin tenha telefonado para Dilma cobrando
que ela abrisse negociações.
A central sindical ligada ao
PT estimula o caos em São Paulo apostando numa reação dura da PM para que possa
fazer proselitismo vigarista depois.
Título, Imagem e Texto: Reinaldo Azevedo, 08-06-2014
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