quinta-feira, 10 de julho de 2014

Copa do Mundo: sua real dimensão (II)

Prezado Jim,
Tenho lido muitas reclamações sobre o número de participantes nas manifestações. Penso que o responsável por isso é a descrença, o desencanto. A maior parte não acredita mais que possa haver solução para o nosso problema. Não com este governo!  

Eu mesmo não sei o que pensar. Acho que cada um de nós que ainda temos disposição para lutar, devemos continuar com as armas que cada um dispõe. Eu mesmo, que virei matuto (o homem que vive a maior parte do seu tempo no meio do mato), uso meu computador e continuarei batendo e batendo forte, por isto aqui vai mais este artigo.
Abraços,
Paulo Contreiras, 10-07-2014

Meu artigo Copa do Mundo: sua real dimensão, publicado na véspera do jogo Brasil x Alemanha, no blog O CÃO QUE FUMA, parece que foi uma premonição do que iria acontecer. Não foi uma 'TRAGÉDIA', volto a insistir e a repetir Nelson Rodrigues: coisas do futebol! A honra e a dignidade do país não estavam em jogo. Perdemos apenas uma partida de futebol.

Tragédia no esporte é o que aconteceu com Ayrton Senna, ou quando caiu uma arquibancada matando dezenas de pessoas. Vexame também não foi. Vexame é ver um ex-presidente da Republica não saber falar sem dizer meia dúzia de palavrões e ainda achar que está abafando.

No esporte de competição existem dois lados, um perde, outro ganha. Agora mesmo vimos o espetacular tenista Nadal, número UM do mundo, perder para um novato no torneio de Wimbledon. Nem por isto ele deixou de ser o grande tenista que é e recebeu com esportividade sua derrota. Repito, a derrota do Brasil por goleada na copa do mundo não foi "tragédia" nem "vexame". O que foi então? TRISTE, apenas isto, e não devemos levar este "trauma" para as próximas competições. 

Grandes times já foram goleados, tais como Real Madri e Barcelona e nem por isso deixaram de ser grandes times. É mais fácil vencer do que saber perder. Neste ponto dou meus parabéns ao Felipão que soube perder e teve a hombridade de assumir a culpa. Certamente ninguém sofreu mais com esta derrota do que ele. Felipão, em sua carreira, embora como tudo na vida tenha altos e baixos, foi na maior parte um vitorioso e não será por uma goleada que será destruído o que ele fez.

Falemos agora de HONRA E DIGNIDADE.
A honra e a dignidade "deste país" já estavam perdidas quando vimos a foto publicada aqui no CÃO QUE FUMA de um paciente defecando numa lata de lixo, na frente de outros pacientes, por não ter vaso sanitário. Isto ocorreu em um hospital na Bahia. Assim são as condições de saúde da maior parte dos hospitais públicos no Brasil, apesar do ex-presidente Lula já ter dito que a saúde pública no Brasil estar próxima da perfeição.

A honra e a dignidade "deste país" já estavam perdidas quando vemos os níveis de corrupção a que chegamos! Há quem diga que corrupção é endêmica, eu diria pandêmica.

A honra e a dignidade "deste país" já estavam perdidas quando somos a 8ª economia do mundo e entretanto somos 85º em IDH, o que fazemos com o nosso dinheiro?

A honra e a dignidade "deste país" já estavam perdidas quando vemos uma categoria constituída em sua grande maioria de idosos, aposentados do AERUS, lutar infrutiferamente para receber seus direitos que já foram reconhecidos pela mais Alta Corte de Justiça do Brasil, o Supremo Tribunal Federal.

A honra e a dignidade "deste país" já estavam perdidas quando vemos o tratamento dado aos idosos aposentados que a cada ano que passa perdem seu poder aquisitivo até que cheguem ao patamar mais baixo de "um" salário mínimo. Quanto mais velhos ficamos menos ganharemos. Isto apesar da Constituição, Seção III DA PREVIDÊNCIA SOCIAL,art. 201 V § 4º - dizer: É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20 de 1998). Não ficarei enumerando todas as mazelas que hoje afligem nosso país. Só espero que a "tragédia" sirva de uma grande lição para o Brasil: Que deixemos de ser apenas o país do futebol e passemos a ser um país com JUSTIÇA SOCIAL. Para isto é preciso que a política deixe de ser um toma lá dá cá. Que a política deixe de ser como um leilão do "QUE$M DÁ MAIS".
Título e Texto: Paulo Drummond de Macedo Contreiras, 82 anos de idade (mais próximo dos 83), aposentado AERUS, aguardando por seus direitos. 10-07-2014  

Relacionados:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-