O Palácio Nacional de Queluz
assinala os 180 anos sobre a morte de D. Pedro IV com a inauguração, na tarde
de quinta-feira, do novo projeto museológico do quarto onde nasceu e morreu o
primeiro imperador do Brasil.
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Quarto de D. Pedro IV pode ser
visto em Queluz. Foto: Antonio Cotrim/Lusa
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“É um quarto que tem uma carga
histórica muito grande”, disse à agência Lusa a diretora do palácio de Queluz,
Inês Ferro, sublinhando que, à semelhança das 18 pinturas alusivas às aventuras
da literatura de Cervantes, também D. Pedro IV teve “uma vida quixotesca”.
O projeto procura ir ao
encontro do interesse que a figura do monarca português, que se tornou no
primeiro imperador do Brasil, desperta, principalmente nos visitantes
brasileiros, “que já representam 10% das visitas do palácio”, disse Inês Ferro.
O quarto D. Quixote foi objeto
de um “aturado levantamento histórico e iconográfico” e de trabalhos de
restauro da pintura decorativa que remonta à reconstrução do palácio após um
incêndio em 1934, com a renovação de todo o equipamento museográfico.
Documentos, artigos de
imprensa e literatura da época permitiram contextualizar o aposento onde D.
Pedro d’Alcântara de Bragança nasceu, em 1798, e veio a morrer, 35 anos depois,
ficando diretamente ligado à independência do Brasil e à consolidação do liberalismo
em Portugal.
O novo projeto museológico
assenta em meios digitais, como painéis informativos e um “tablet”, onde os
visitantes podem aceder a informação sobre os objetos expostos e a uma imagem
de 360º da sala.
No quarto e nos dois espaços
adjacentes reuniram-se 48 peças, entre as quais 15 pinturas e miniaturas, nove
peças de mobiliário e 15 objetos pessoais, incluindo o chapéu usado no
desembarque no Mindelo ou o estojo de viagem e o óculo utilizados no cerco do
Porto.
A escrivaninha de viagem de D.
Pedro, pertencente ao acervo do Palácio Nacional da Ajuda, foi restaurada e
permanecerá exposta alguns meses até ser devolvida à origem.
O mesmo acontecerá com objetos
expostos que resultam de empréstimo temporário de outras instituições
portuguesas, como o Museu Nacional de Arte Antiga, Museu Nacional dos Coches,
Museu Militar de Lisboa e Museu Nacional Soares dos Reis.
A par da inauguração, hoje à
tarde, ficará acessível num quiosque no local e online
(www.dpedroiv.parquesdesintra.pt) um “micro site” com a biografia cronológica
de D. Pedro IV, ilustrada com imagens e documentos da época, nomeadamente a sua
árvore genealógica e artigos com relatos de episódios de relevo do seu tempo.
“Pela primeira vez numa
intervenção museológica portuguesa vamos ter uma exposição virtual no Google
Art Project”, destacou Inês Ferro.
A iniciativa, além da
divulgação do projeto, “é mais um prolongamento da visita ao próprio palácio,
que tem muito mais para oferecer do que o quarto” agora renovado, apontou a
diretora.
A iconografia mais emblemática
do projeto poderá ser consultada e visualizada, em alta definição, na exposição
virtual, com destaque para a aguarela de Ferdinand le Feubure, que reproduz o
quarto D. Quixote em 1850.
O projeto incluiu a renovação
do sistema de segurança e a instalação de lâmpadas de tecnologia LED,
prosseguindo com a política de redução de consumo energético no palácio,
informou a sociedade Parques de Sintra-Monte da Lua, responsável pela gestão do
monumento.
O Palácio Nacional de Queluz regista
anualmente cerca de 140 mil visitantes e os seus jardins históricos ilustram a
evolução do gosto da Corte nos séculos XVIII e XIX, período marcado pelo
barroco, rococó e neoclassicismo.
Fonte: Agência Lusa/Observador,
25-9-2014
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Os Bolsonaristas sempre dando informações erradas. Essa foto não é do quarto de Dom Pedro IV. Ela é a foto da sala dos embaixadores no mesmo palácio. Vai estudar filho do Bozo...
ResponderExcluirMarcelo
Tem toda a razão o senhor Marcelo.
Excluir“É um quarto que tem uma carga histórica muito grande”, disse à agência Lusa a diretora do palácio de Queluz, Inês Ferro, sublinhando que, à semelhança das 18 pinturas alusivas às aventuras da literatura de Cervantes, também D. Pedro IV teve "uma vida quixotesca".
O post é uma republicação (com os méritos devidos) da Agência Lusa (Estatal portuguesa) e o jornal online português, Observador, habitual papagaio dessa agência.
Este editor não sabia da colusão destes com o ex-presidente Jair Bolsonaro.