João Sousa
O PS queria fazer campanha com
"histórias reais" de emigrantes e desempregados. Para tal, achou por
bem retratá-las recorrendo, sem pedir autorização, a rostos de pessoas - que são colaboradores numa junta de freguesia por si controlada. Aqui está a
ironia de toda esta pulhice: o PS apresenta estas histórias com o slogan
"respeitem as pessoas" - e faz campanha sobre desemprego e emigração
usando a mesma metodologia que para uma campanha de sabonetes. Pior: pede
respeito pelas pessoas - e é o primeiro a não respeitar os direitos daqueles
que se prestaram a colaborar consigo.
Acrescentemos um facto que tem
passado por entre os pingos da chuva: há Presidentes de Junta do PS que usam
recursos materiais e humanos que pertencem ao Estado para a campanha
socialista. Servem-se do Estado - quando o deviam estar a servir. Assim se
explica como o director da campanha do PS, Ascenso Simões, planeia poupar 40% em relação aos gastos de 2011: o PS poupa - e nós gastamos.
[A propósito: este mesmo
Ascenso Simões, director de campanha de António Costa, ainda quer que o Presidente de República condecore o distintíssimo cidadão José Sócrates Pinto de Sousa?]
E a meio de toda esta história
criminosa, qual o grau de importância que os jornais de hoje lhe atribuíram?
Vejamos a área nas primeiras páginas, assinalada com rectângulos azuis (clicar
nas imagens para ampliar)…
O Correio da Manhã dá-lhe o
mesmo destaque que a uma orca; o DN atribui-lhe o mesmo espaço que às canelas
de Júlio Pomar; o I considera isto ao nível de um Vasco Santana; e o JN
consegue o milagre de atribuir-lhe tanta superfície - como a uma foto de, entre
todas as pessoas, Maria de Belém. De entre todos, o Público ainda é o que se
porta mais benzinho - mas, mesmo assim, desterrou-o lá para o canto da
esquerda, a ver se o leitor toma aquilo por um anúncio a aparelhos auditivos.
Título, Imagens e Texto: João Sousa, “nós andamos a pedi-las”, 8-8-2015
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