terça-feira, 15 de novembro de 2016

A importância de bater de frente com o politicamente correto

Luciano Ayan


Uma das coisas que mais fizeram a diferença para o avanço cultural da extrema-esquerda ocidental foi a criação do patrulhamento ideológico, mais especificamente pelo desenvolvimento dos Social Justice Warriors, os patrulheiros do politicamente correto que inundam hoje as redes sociais. Basta alguém fazer uma piada ou um comentário qualquer que logo surge o “problematizador”.

Embora em boa parte das vezes essa prática seja exercida por lunáticos, não se pode ignorar o peso que isso tem dentro do desenvolvimento de uma narrativa que beneficia partidos e movimentos que dizem lutar pelas “minorias”. E o politicamente correto tem um lado: é o da esquerda. Se existisse um patrulhamento ideologicamente imparcial (se é que isso é possível) a pessoa que faz piada com homossexuais seria tão rechaçada quanto aquela que faz piada com cristãos ou com loiras. No entanto, não é assim que a banda toca.

Levy Fidelix, por ter dito meia dúzia de besteiras em rede nacional, foi processado e obrigado a pagar uma indenização – indenizar o quê, se não houve danos? – de R$ 1 milhão para movimentos LGBT. Aquela travesti que se pendurou em uma cruz para satirizar a religião cristã, entretanto, não sofreu sanção alguma. Foi somente criticada por alguns devotos do cristianismo.

Esse tipo de disparidade acontece porque as pessoas que criaram esse tipo de patrulhamento são justamente aquelas que estão dispostas a levarem a coisa adiante. Cristão não têm o hábito de se reunirem em bandos, fazerem protestos seminus ou até mesmo nus em algum lugar, entrar com processo coletivo na Justiça por “crime de ódio”, etc. Esse é o tipo de coisa que feministas e ativistas do movimento negro fazem.

Portanto, há apenas dois caminhos para se combater esse tipo de avanço do totalitarismo: batendo de frente com eles e jamais aceitando o silenciamento que a extrema-esquerda quer promover em seus oponentes. Se toda vez que alguém é processado por opinar eles fossem processados também, e até por coisas mais graves como ameaça ou agressão, cedo ou tarde eles se veriam forçados a rever essa estratégia. Se toda vez que eles tentassem silenciar um opositor as pessoas se unissem para impedir o autoritarismo deles, eles também se veriam acuados.

Bolsonaro foi estúpido, sim, quando fez aquele comentário dirigido à Maria do Rosário, mas ele foi ainda mais estúpido por não tê-la processado primeiro quando ela o chamou de estuprador. Marco Feliciano já sofreu ataques coordenados em sua página por ter dito alguma coisa sobre homossexuais, e o que ele fez foi aceitar tudo aqui calado – sem falar no caso de Patrícia Lélis e a falsa acusação de estupro.

Essas coisas têm se intensificado. No Canadá há um professor que vem sendo processado e perseguido porque não aceita usar pronomes de “gênero neutro”, aquela bobagem de substituir, por exemplo, “ele” por “elx” ou el@”. O patrulhamento ideológico já chegou nesse nível e, garanto, não vai parar por aí. O que estamos vendo é o lento desenrolar de um processo que, ao fim, culminará em uma ditadura, ainda que disfarçada. 
Título, Imagem e Texto: Luciano Ayan, Ceticismo Político, 15-11-2016

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