Judith Bergman
Inquietante é o fato da
principal preocupação do think-tank de Tony Blair ser o ódio verbal expressado
na Internet por cidadãos em resposta aos ataques terroristas e não as
verdadeiras expressões físicas de ódio escancaradas nos assassinatos em massa
perpetrados por terroristas contra inocentes. Ataques terroristas, ao que tudo
indica, deveriam ser considerados coisa normal, incidentes inevitáveis que
viraram parte integrante da vida cotidiana no Reino Unido.
Diferentemente de grupos
proscritos que são banidos devido a ações criminais como violência e
terrorismo, a classificação de "grupo que instiga o ódio" significará
principalmente uma ação na justiça por crimes de pensamento.
Ao que tudo indica, os valores
democráticos são o que menos interessa ao think-tank. O projeto de lei fará com
que o governo britânico seja o árbitro do discurso aceitável, em especial o
discurso político. Uma medida autoritária tão extraordinária e radical
transformará a liberdade de expressão numa ilusão no Reino Unido.
O Home Office terá condições
de acusar qualquer grupo que considerar politicamente inconveniente de
"disseminar a intolerância" ou de "alinhamento com ideologias
extremistas" e classificá-lo como "grupo que instiga o ódio".
O Tony Blair Institute for
Global Change publicou o estudo: Delineando o Ódio: Novas Diretrizes para
Acabar com os Crimes de Ódio, que recomenda iniciativas radicais para lidar
com grupos que instigam o "ódio", ainda que não tenham incorrido em
nenhuma prática violenta.
O problema, conforme definição
do think-tank, consiste na "essência danosa dos grupos que instigam o
ódio, entre eles os de extrema-direita como o Britain First e o Generation
Identity. As leis em vigor não têm condições de impedir grupos de disseminarem
o ódio e a dissidência, mas sem preconizar a violência". O think-tank
define o que entende ser um dos principais problemas dos crimes de ódio da
seguinte maneira:
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