quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Reino Unido: Think-Tank de Tony Blair Propõe Acabar com a Liberdade de Expressão

Judith Bergman
          
Inquietante é o fato da principal preocupação do think-tank de Tony Blair ser o ódio verbal expressado na Internet por cidadãos em resposta aos ataques terroristas e não as verdadeiras expressões físicas de ódio escancaradas nos assassinatos em massa perpetrados por terroristas contra inocentes. Ataques terroristas, ao que tudo indica, deveriam ser considerados coisa normal, incidentes inevitáveis que viraram parte integrante da vida cotidiana no Reino Unido.

Diferentemente de grupos proscritos que são banidos devido a ações criminais como violência e terrorismo, a classificação de "grupo que instiga o ódio" significará principalmente uma ação na justiça por crimes de pensamento.

Ao que tudo indica, os valores democráticos são o que menos interessa ao think-tank. O projeto de lei fará com que o governo britânico seja o árbitro do discurso aceitável, em especial o discurso político. Uma medida autoritária tão extraordinária e radical transformará a liberdade de expressão numa ilusão no Reino Unido.

O Home Office terá condições de acusar qualquer grupo que considerar politicamente inconveniente de "disseminar a intolerância" ou de "alinhamento com ideologias extremistas" e classificá-lo como "grupo que instiga o ódio".

Uma nova lei proposta pelo Tony Blair Institute for Global Change fará com que o governo britânico seja o árbitro do discurso aceitável, em especial o discurso político. Uma medida autoritária tão extraordinária e radical transformará a liberdade de expressão numa ilusão no Reino Unido. (Imagem: iStock)
O Tony Blair Institute for Global Change publicou o estudo: Delineando o Ódio: Novas Diretrizes para Acabar com os Crimes de Ódio, que recomenda iniciativas radicais para lidar com grupos que instigam o "ódio", ainda que não tenham incorrido em nenhuma prática violenta.

O problema, conforme definição do think-tank, consiste na "essência danosa dos grupos que instigam o ódio, entre eles os de extrema-direita como o Britain First e o Generation Identity. As leis em vigor não têm condições de impedir grupos de disseminarem o ódio e a dissidência, mas sem preconizar a violência". O think-tank define o que entende ser um dos principais problemas dos crimes de ódio da seguinte maneira:

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