sexta-feira, 5 de junho de 2020

[Aparecido rasga o verbo] Recheios de sanduíches

Aparecido Raimundo de Souza

VIVEMOS UM MOMENTO ÚNICO. Um momento restrito, peculiar, incomum. Respiramos dias e horas obscuras, mastigamos infortúnios que jamais imagínávamos fossem chegar até nós. Além de contarmos os ladrões e flibusteiros, mundo afora, picaretas e filhos da puta em brazzzilia, agora nos divertimos também em contarmos carneirinhos (carneirinhos, aqui, vistos e entendidos como jazigos), ou, se as senhoras e os senhores preferirem, buracos abertos (a maioria em “covas solidárias”) para enterrarmos amigos, vizinhos, parentes e até pessoas que nunca fizeram parte do nosso convívio; menos ainda do nosso cotidiano.

Até bem pouco tempo atrás, nos limitávamos, ou nos restringíamos em alardearmos larotas e  fanfarrices. Nos atínhamos, em paradinhas nos finais de noite, nos bares das esquinas, antes de chegarmos em casa. Éramos felizes jogando partidas de sinuca, palitinhos  ou bolas de pau. Nos livrávamos dos estresses tomando umas geladas com os companheiros de sempre. Hoje, os bares das esquinas se fecharam em sisudas portas aldraveadas, sem dia para reabrirem aos sorrisos de seus frequentadores. As partidas de sinuca e os certames das bolas de pau, se trancaram amedrontadas em cantos e recantos escondidos.

Para completar a nossa vida de palhaços de carteirinha e sindicato, nos vimos obrigados a usar aquela venda, tipo a que a puta da justiça usa nas vistas, com a diferença de que a puta da justiça continua bem mais puta e safada. A infeliz adora tomar no pescoço em francês, uma vez que resolveu se dar, ou se doar, aos deuses intocáveis do “olimpo”, ou dito de forma mais transparente, para que os leitores entendam (se permutar ou se vender àqueles senhores “cavaleiros da suprema corti do colegiado cagado maior, esses, não outros, senão os mi’SI’nistros que por lá chafurdeiam).

Devemos lembrar que os ratos de esgoto daquele “Parlajumento”, não podem ser melindrados, magoados, ofendidos ou  escandalizados... Afinal de contas, eles são deuses (ainda que de merda fedorenta), mas  soberanos, seres poderosos, assim como o STF, ou “Superior Tribundal de Falcatruas”, o seu maior palco para ruminarem “certas ações” em desfavor da sociedada e até do Executivo em exercício. No STF, as desgraças e os cânceres abundam com seus traseiros sujos. Eles gozam da “sombra das leis”. Carregam, no peito, o  crachá pomposo dos ilibados e acima de quaisquer suspeitas. Tudo em nome de uma bosta que conhecemos por constituição federal, ou de forma mais povão, “desconstituição fedemal.

Alías, caríssimos, a constituição, fede a carniça, catinga à coisa podre. A catinga da caatinga que nos perdoe.  Voltando ao foco, antes ríamos, contávamos piadas, troçávamos dos políticos, dos perús empanados, tipo Sergio Moro, do magrelo e desbundado Rodrigo Maia, do Davi Alcolumbre, enfim, de uma caralhada de sujeitos suspeitosos... Agora computamos cadáveres, enquanto o “Estrado Derrocrático de dirreito”, ou “Estrado Demoniacrático de Direito” tenta nos colocar, além da venda, ou da birosca em nossos fucinhos, nos impõe  sobre vara, a ficarmos em casa, trancados iguais animais num zoológico construído às carreiras,  esperando Chico Buarque e a sua bunda, perdão, a sua banda passar.

Coisa de trinta ou quarenta dias passados,  pasmem, não contabilizávamos vidas. Preferíamos preservá-las. Hoje, entre outras coisas, perdemos a oportunidade de velarmos nossos entes queridos, de enterrarmos nossos mortos em nome de um Estado que se diz, que se afigura, um Estado Democrático de Direito, que preserva tudo, tudo, menos a porra do ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. Vivemos, ou melhor, vegetamos, a bem da verdade, num planeta onde nos tormamos robôs, nos transformaram em autômatos, em seres sem vontade própria, sem poder de decisão. Somos velhas linguiças para cachorros quentes, azeitonas para empadas, pior, merdas para serem jogadas nos ventiladores da raia míuda...  

Em resumo, nos metamorfoseamos num bando de paus mandados. Um imenso barco de Arrelias e Carequinhas navegando, a esmo, em proceloso mar revolto. Nos quedamos, pés e mãos atdos, num punhado de Chaves, de Patatís e Patatás, igualmente de Piolins e Tiriricas, Gerónimos Medranos e  outros tantos Grens Littles. Bem sabemos, o que manda nesse proletariado de tolos e babaquaras, o que dá as ordens e as cartas à essa chusma de operários de ingênuos e simplórios, é a Casa do Capeta, ou  (STF) e seus milhares de Tinhosos com espíritos devoradores, sem tirar nem pôr, evidentemente com as suas inocentes e meigas carinhas de divindades. Entre mortos e ferdos,  viva o  “ESTRADO DEMOCRACRACRATITICA-TI-TI-CO DE DIRRRREITO”.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de Vila Velha,  Espírito Santo. 5-6-2020

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