sábado, 6 de fevereiro de 2021

Sem Maia no comando da Câmara, DEM se aproxima de Bolsonaro

Partido sinaliza que pode apoiar a tentativa de reeleição do presidente da República

Anderson Scardoelli

O DEM começa a sinalizar que pode fazer parte do grupo de partidos políticos coligados na eventual candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro em 2022. Ao menos duas lideranças da legenda indicaram essa possibilidade nesta semana, que foi marcada pela saída de Rodrigo Maia (DEM-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados.

Registro de 2019, durante encontro para discutir reformas estruturais. Da esquerda para a direta: o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o presidente Jair Bolsonaro e o prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto. Foto: Marcos Corrêa/PR

Governador de Goiás, Ronaldo Caiado não poupou palavras. De acordo com ele, o Democratas deve fechar questão quanto antes sobre o tema. Defende publicamente o apoio formal da legenda ao atual mandatário do país. “Desde que o Bolsonaro foi eleito, eu sempre me posicionei dizendo que caminhar com o presidente tinha muito mais a ver com o nosso eleitorado, tinha uma identidade. Eu sempre defendi essa tese”, afirmou Caiado, informa o site Mais Goiás.

“Haverá um reposicionamento [de Bolsonaro]?

Caiado não foi o primeiro a falar de uma possível relação mais próxima com Bolsonaro. Anteriormente, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o presidente nacional do DEM, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, abriu caminho para intensificar as relações com o atual ocupante do Palácio do Planalto. “Agora, haverá um reposicionamento [de Bolsonaro]? Para a construção de algo mais amplo, que não fique limitado à direita?”, chegou a questionar o dirigente partidário.

Apesar de abrir a possibilidade de ao menos conversar com a equipe próxima de Bolsonaro, ACM Neto negou que esteja interessado em se lançar como vice-presidente numa futura coligação. Nesse sentido, aproveitou para garantir que, por ora, a legenda atua com independência em relação ao governo federal.

Sem partido desde que deixou o PSL, em novembro de 2019, Jair Bolsonaro ainda não comentou o futuro de sua relação com o DEM.

Na contramão de Maia

As declarações de Ronaldo Caiado e ACM Neto mudam o tom do DEM em relação a Bolsonaro. Agora ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia passou os últimos meses marcando posição como crítico do chefe de Estado brasileiro.

Esplanada dos Ministérios

Apesar da presença de Maia no comando da Câmara desde o começo do governo de Bolsonaro, dois integrantes do DEM figuram como ministros. Tereza Cristina é a titular do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento desde janeiro de 2019. Inicialmente escalado para a chefia da Casa Civil, Onyx Lorenzoni foi deslocado para a Casa Civil. Além da dupla, Luiz Henrique Mandetta, outro político filiado ao Democratas, chegou a ser ministro (da Saúde), mas deixou a função em meio à pandemia da covid-19.

Título e Texto: Anderson Scardoelli, revista Oeste, 5-2-2021, 21h54

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