domingo, 2 de maio de 2021

Moradores de prédio da rua Paissandu vivem sob ameaça constante

Terror é o que vivem diariamente os moradores do edifício Macedo Costa. Ex-presidiário ocupou uma unidade do edifício, e é suspeito de traficar drogas, realizando festas barulhentas madrugada adentro e abrindo as portas de casa para viciados e abrigando procurados pela polícia. O imbróglio é objeto de pelo menos uma ocorrência policial e uma ação na justiça

Diário do Rio

A Rua Paissandu, no bairro do Flamengo, é conhecida como uma rua pacata, ladeada por palmeiras imperiais plantadas por ordem do Imperador Dom Pedro II, e por seus edifícios bucólicos, arborizados, cujos apartamentos abrigam muitos idosos e casais jovens que buscam a calmaria característica do logradouro, que era o caminho original até o Palácio Guanabara, antiga residência da princesa Isabel.

Na rua, um dos destaques é o edifício Macedo Costa, no número 228 da Paissandu [foto], entre as ruas Senador Correia e Paulo VI. Localizado em centro de terreno, cercado de um jardim agradável, o prédio é tradicional reduto de classe média, com seus amplos apartamentos de dois e três quartos que têm em média 100 metros quadrados. Mas a paz dos moradores do pacífico edifício Macedo Costa foi colocada em xeque, quando, há mais de dois anos, um apartamento pertencente a uma senhora falecida foi ocupado por Felipe Costa de Oliveira, egresso do sistema prisional.

Felipe é ex-companheiro de uma antiga inquilina da senhora falecida, e, com a saída dela do imóvel, tomou o mesmo para si. O Diário do Rio conversou com diversos moradores e todos têm medo de identificar-se. Segundo J., vizinho do imóvel, Felipe é suspeito de traficar drogas nas imediações, e atuaria na Praça São Salvador. Segundo averiguamos com a administradora do imóvel, o Condomínio chegou a multar o espólio da proprietária, durante vários meses, em mais de 5 mil reais por mês, pela conduta de Felipe, que ameaçaria moradores e funcionários do edifício, realizaria eventos (mesmo durante a pandemia) com distribuição de entorpecentes, além de ter depredado o apartamento.

Para D., outra moradora, a situação está insustentável. “Já fizeram Boletim de ocorrência contra ele, e nada é feito. Inclusive, o mesmo não paga a conta de luz, que foi cortada. Mas realizou um gato de energia e ameaça matar quem denunciá-lo às autoridades“.

Ainda segundo D., a síndica do prédio teria medo de tocar os processos contra o ocupante ilegal do apartamento, pois já teria sido ameaçada por Felipe. “A síndica preferiu brigar com a dona do imóvel, mas a mesma já ingressou há mais de um ano com ação para retirá-lo da propriedade“, complementa.

Conversamos com Wilton Alves, da administradora que é responsável pelo apartamento. “Todas as ações que poderiam ser tomadas contra o ex-companheiro da inquilina inadimplente já foram tomadas. Corre um processo na justiça para despejar o rapaz, distribuído pela 42ª Vara Cível. Não há mais nada que possamos fazer, pois os supostos crimes cometidos por ele não foram presenciados por nós, e sim pelos condôminos, que parecem ter medo de levar adiante o problema, gerando uma pressão em cima da administradora, que já tomou atitude que poderia tomar, e estamos arcando com o condomínio, que ele não paga, e com o IPTU, enquanto dura a ocupação irregular dele“. O prejuízo material mais grave seria o da proprietária: “Tivemos acesso a fotografias que mostram o apartamento totalmente destruído, depredado, e as obras para recolocá-lo nas condições originais superam os 200 mil reais“, finaliza o administrador.

Segundo moradores, são vividos momentos de terror, com a presença de Felipe no edifício. Além das festas, barulhos, ameaças, ele aluga quartos para outros egressos e criou uma espécie de pensão no apartamento, frequentada por moradores de rua que são dependentes químicos. Sem contar o entra e sai de jovens, que sobem e descem com dinheiro na mão como se fossem adquirir alguma coisa. “O odor que o apartamento exala às vezes é insuportável“, disse J.

A situação já perduraria há muito mais de um ano, e nada indica que terá solução. “Vivemos sob ameaça constante, eu estou pensando em vender meu apartamento e sair daqui“, comentou conosco G., outra moradora preocupada.

Título e Texto: Redação, Diário do Rio, 1-5-2021

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