Sobre a velha máxima que a esquerda tanto gosta de utilizar "Trabalho Igual, Salário Igual" deixo a minha reflexão
Marta Trindade
No dia 11 de novembro
assinalou-se o Dia Nacional para a Desigualdade Salarial e de Gênero, dia a
partir do qual, virtualmente, as mulheres deixam de ser remuneradas pelo seu
trabalho, enquanto os homens continuam a receber o seu salário. Em mesa redonda
com a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Gênero, a Secretária de Estado
para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, alertou que “as mulheres
continuam, inaceitavelmente (?), a receber salários, em média, mais baixos e a
ter menos oportunidades de receber melhores salários”, sem verdade seja dita,
apresentar qualquer explicação realista, conclusão ou apontar qualquer caminho
de inversão.
Em Portugal, as mulheres
ganham em média menos 14% do que os homens.
Sabemos hoje que o
empreendedorismo e o autoemprego feminino são instrumentos fundamentais para a
progressão social individual, mas também para a melhoria do bem-estar social de
toda família. Sabemos também que, na nossa sociedade tradicionalmente, são as
mulheres que assumem naturalmente as tarefas de “cuidar do outro”.
Orgulhosamente.
Quando se aborda o tema do
fosso salarial entre homens e mulheres, ouve-se a expressão muito utilizada
pela esquerda e extrema-esquerda: Trabalho Igual, Salário Igual. Portugal
adotou inclusive uma lei para promover a igualdade de remunerações entre
mulheres e homens e para efetivar este princípio desenvolveu um instrumento o
Barómetro das Diferenças Remuneratórias entre Mulheres e Homens, que pretende
oferecer informação estatística sobre esta matéria.
Mas será, o fosso salarial
entre homens e mulheres linear?
As mulheres ganham menos pelo
mesmo trabalho, só por serem mulheres? Será discriminação? Uma extensa
investigação em muitos países revela que a discriminação apenas explica uma
parte do fosso salarial. É um valor real, mas não nos diz praticamente nada
sobre as verdadeiras diferenças entre homens e mulheres.
A história em Portugal é
semelhante à de muitos países. Até há pouco tempo, a maioria das mulheres, não
trabalhava fora de casa. Se recuarmos à década de 50 não existiam muitas mulheres
a trabalhar, e as que trabalhavam não tinham a mesma formação que os homens.
Não tinham concluído estudos superiores, não tinham as mesmas qualificações ou
nem tinham chegado à universidade.
Mas em apenas algumas décadas,
uma vaga de mudança começou a desenhar-se. Hoje temos mulheres em todos os setores
profissionais… começaram até a superar os homens na formação superior, e atualmente
a maior parte dos fatores de disparidade salarial diminuíram, à exceção de um.
Qual é então esse fator que
nos faz ser indiscutivelmente diferentes na forma como gerimos as nossas
carreiras profissionais?
MATERNIDADE.
Mesmo quando pai e mãe
trabalham a tempo inteiro, a mulher despende mais 9h/semana a cuidar da família
do que o homem o que equivale a três meses de trabalho extra a tempo inteiro
por ano. Este é o cerne do fosso salarial. E para entendermos, dou como exemplo
um jovem casal de arquitetos em início de carreira:
- Ambos são exatamente iguais,
têm o mesmo percurso acadêmico, e a mesma experiência e o mesmo talento.
Analisemos o que começa a
acontecer, por volta dos trinta anos quando começam a pensar em ter filhos. Se
tiverem filhos e pese embora a oferta de equipamentos de apoio à primeira
infância exista, um dos progenitores terá de ficar em casa em diversas
situações – doenças súbitas, visitas ao pediatra, reuniões escolares etc.
Normalmente, a mãe terá de recusar algumas tarefas e dizer não a algumas
viagens. Aos 40 anos, muito provavelmente o pai já foi promovido a partner,
enquanto a mãe não progrediu na carreira nem aufere o mesmo salário, tem
horário flexível, talvez a tempo parcial, e a partir daqui os ganhos entre os
dois divergem.
Estudos demonstram como o
nascimento do primeiro filho afeta o rendimento de ambos, mas sobretudo e de
forma abrupta o da mulher. Se compararmos uma mulher com filhos com uma mulher
sem filhos, percebe-se que a disparidade salarial não tem tanto a ver com o
facto de ser mulher, mas sim com o facto de se ser MÃE.
A disparidade salarial não é
de gênero, mas sim entre mulheres com filhos e as outras pessoas, sejam elas
homens ou mulheres. É a família e a maternidade que se penaliza e não o gênero.
Felizmente, a maior parte das
mulheres Portuguesas não vê isso como um problema, quer passar mais tempo com
os filhos e não se importa de ganhar menos por esse facto. Há quem tome opções
profissionais porque quer constituir família e não há nada de errado nisso.
Ao caracterizarmos este fosso
salarial como uma penalização, estamos de certa forma a negar que seja essa a
escolha da mulher e essa opção é algo valioso tanto para as crianças como para
toda a família.
Políticas favoráveis às
famílias têm consequências fundamentais para o desenvolvimento econômico do
país, e que não têm sido valorizadas.
Se uma mãe tira muito tempo de
licença, o que faz o dono da pequena empresa que só tem dois ou três
empregados? Não devemos penalizar a mãe, nem as famílias, mas também não
podemos penalizar o pequeno empresário. Numa grande empresa a flexibilidade é
muito superior e poderá colmatar ausências sem causar prejuízos. É esta
sensibilidade que tem faltado aos nossos governantes.
A verdade é que tanto os
homens como as mulheres são cuidadores e quem sustenta a família. Medidas como
o aumento das licenças de maternidade, incentivos fiscais reais para famílias
numerosas, bonificações para jovens para compra de casa, abonos de família mais
generosos e que tenham impacto na vida das pessoas, entre variadas outras
medidas, podem e devem contribuir para que Portugal resista às agendas dos
radicais de esquerda que atacam de forma vil todos aqueles que defendem a
família, assim como os valores fundadores da nossa gênese como Povo e Nação.
Infelizmente a política deste
governo tem sido promover a imigração fácil para substituição da população,
valorizar os de fora e deixar desamparadas as nossas famílias, as nossas
crianças e os nossos idosos, ao invés de investir em políticas pró-família e de
recuperação econômica que segurem os nossos jovens qualificados e que lhes
permita nascer, crescer e envelhecer com qualidade em Portugal.
Obrigada e Bem Haja a todos!
Título e Texto: Marta Trindade, Facebook, 1-2-2022
Relacionado:Marta Trindade: “Não existe na esfera política atual ninguém que me inspire mais do que ele.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-