Paulo Pinto
Foi a 17 de abril de 1982 (faz hoje
precisamente 40 anos) que Pinto da Costa se tornou presidente do FC Porto pela
primeira vez.
Esta dupla acabou por ser preponderante
no crescimento nacional e internacional do clube portista. Foi a partir de
1976/1977 que se encetou uma ligação profícua, ao ponto de os dragões quebrarem
a hegemonia que o rival Benfica demonstrava no futebol nacional e ultrapassarem
fronteiras, com sete títulos internacionais, num total de 63 troféus.
Esta parceria de sucesso teve o condão de escolher boas equipas e treinadores, que guindaram o FC Porto para um patamar nunca antes visto, sempre num clima de guerrilha contra aquilo que consideravam ser um poder instituído em Lisboa em benefício dos rivais da Segunda Circular - Benfica e Sporting.
Pinto da Costa sobreviveu ao
famigerado verão quente, em 1980, ano em que a equipa técnica se mostrou
solidária com Pinto da Costa e também foi afastada. Em traços gerais, o
presidente Américo Sá, ao iniciar novo mandato, substituiu Pinto da Costa na
chefia do departamento de futebol por Luís Teles Roxo e Pedroto reagiu com
violência e apresentou a sua demissão, no que foi acompanhado restante equipa
técnica e não só.
Quando começou a pré-época de
1980/1981, sob o comando de Hermann Stessl, grande parte do plantel, em
solidariedade com Pinto da Costa e indiretamente instigado por Pedroto,
boicotou os treinos, que passou a fazer à margem, no Pinhal de Santa Cruz do
Bispo, sob a orientação de Hernâni Gonçalves, o Bitaites. As coisas acabaram
por se compor e os jogadores regressaram às Antas, com a exceção da estrela da
companhia, António Oliveira, o qual, mercê dos bizarros regulamentos de então,
conseguiu libertar-se do contrato que tinha com o clube e apareceria pouco
tempo depois como treinador-jogador do Penafiel (e na época seguinte rumaria a
Alvalade).
Com o slogan 'Se queres um FC
Porto forte em Portugal e na Europa', vota na lista B, Jorge Nuno Pinto da
Costa, o líder dos dragões prometeu na primeira vitória «colocar ao serviço do
clube toda a nossa boa vontade, toda a nossa experiência e saber, para
corresponder aos anseios, aos desejos que senti existirem nos sócios».
Título e Texto: Paulo Pinto, A
Bola, 17-4-2022, 9h07
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