Conab prevê crescimento de 2,9% na área destinada a plantio
Pedro Peduzzi
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já estima uma produção recorde de 312,4 milhões de toneladas, volume que, caso seja confirmado, superaria em 41,5 milhões de toneladas o recorde de 270,9 milhões de toneladas obtido na safra anterior, tendo por base o 1º Levantamento da Safra de Grãos para o período 2022/2023.
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Foto: Wenderson Araujo/Trilux |
De acordo com a estimativa
apresentada nesta quinta-feira (6), houve crescimento de 2,9% na área destinada
a plantio, em comparação com o ciclo 2021/22. O levantamento estima que a
produção de grãos será feita em uma área de 76,6 milhões de hectares.
“Vale ressaltar que no Brasil,
considerando a sua vasta extensão territorial, há o cultivo de três safras em
períodos distintos. Assim, para todas as culturas são utilizados,
aproximadamente, 52,6 milhões de hectares”, explicou o presidente da Conab,
Guilherme Ribeiro.
Soja e milho
Os destaques serão a soja e o
milho, que, juntos, devem resultar em uma produção de 279,3 milhões de
toneladas. “No caso da soja, os agricultores brasileiros devem destinar uma
área de 42,89 milhões de hectares, um crescimento de 3,4% se comparada com a
safra passada”, informa a Conab.
O órgão lembra que a semeadura
do grão, quando feita na janela dos principais estados produtores, chega a 4,6%
da área. No Paraná, estado que apresentou o maior índice de área, esse
percentual está em 9%. Em Mato Grosso, 8,9%; e em Mato Grosso do Sul, 6%. Com
esse avanço das áreas cultivadas, a estimativa da companhia para a produção de
soja é de 152,4 milhões de toneladas.
Com relação ao milho, a Conab
prevê, para a primeira safra, uma redução de 1,5% na área a ser cultivada. Isso
se deve à alta de custos e à substituição da produção para cultivos mais
rentáveis.
No entanto, apesar de produzido em área reduzida, a expectativa é de aumento de 14,6% na produção do grão, devido à expectativa de recuperação da produtividade. Com isso, o total a ser colhido está estimado em 28,69 milhões de toneladas na primeira safra; e um total de 126,9 milhões de toneladas nas três safras.
“Nos três estados do Sul, onde
a semeadura já está avançada, os produtores estão atentos para possível
incidência de ataques de cigarrinha, principalmente com o aumento das
temperaturas nos próximos meses”, informou a superintendente de Informações da
Agropecuária da Conab, Candice Romero Santos.
Arroz e feijão
Há expectativa de queda na
área plantada também para a produção de arroz e feijão. No caso do arroz, a
expectativa é de serem colhidas 10,8 milhões de toneladas; e no caso do feijão,
2,96 milhões de toneladas, o que garante o abastecimento no país, diz a Conab.
“O feijão é uma cultura de
ciclo curto, o que apresenta uma vantagem para o produtor que consegue adequar
o seu plantio dentro de uma janela menor, sem ter que renunciar à produção de
outros grãos ainda no mesmo ano-safra. Nesse cenário, o Brasil tem três épocas
distintas de plantio, favorecendo assim uma oferta constante do produto ao
longo do ano”, disse o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas
Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.
Algodão e culturas de inverno
A expectativa da companhia é
de que a produção de algodão aumente 1,9% em termos de área, alcançando um
total de 1,63 milhão de hectares na safra 2022/23. O resultado esperado é uma
colheita de 2,92 milhões de toneladas da pluma.
As culturas de inverno
apresentam lavouras em fase de colheita ou estágio avançado de desenvolvimento.
“Principal produto semeado, o trigo já está colhido em 22,4% da área plantada
no país”, informa a Conab referindo-se à “expectativa de novo recorde”, com uma
produção de 9,4 milhões de toneladas, volume 22% maior que o da safra anterior.
Mercado
Segundo a Conab, as primeiras
projeções para a safra 2022/23 “apontam incremento nos estoques finais de milho
(20%), algodão (17%), feijão (31%) e soja (45%)", na comparação com a
safra 2021/22.
“No que se refere ao consumo
interno, o levantamento aponta estabilidade no consumo de arroz e feijão, leve
incremento na demanda por algodão (2%) e um aumento no consumo de milho e de
soja, de 6,2% e 5% respectivamente”, diz a Conab.
No caso do trigo, as
estimativas da balança comercial foram ajustadas, “reduzindo as importações de
6,3 milhões de toneladas para 6,1 milhões de toneladas e elevando as vendas
externas de 200 mil toneladas para 2,7 milhões de toneladas”. Caso as expectativas
se confirmem, ao encerrar a safra (em agosto de 2023), o país deverá ter um
estoque de passagem de 1,19 milhão de toneladas.
A estimativa de exportação da
soja para o ano que vem é de um aumento de 22,5%, totalizando 95,87 milhões de
toneladas, na comparação com 2022. Acréscimo que, segundo o superintendente de
Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira, é motivado por
uma “maior oferta brasileira do grão na safra 2022/23, aliado a uma elevação na
demanda mundial e a uma previsão de redução das exportações dos Estados
Unidos”.
Já para o óleo de soja, a
perspectiva é de queda das exportações de 2,1 milhões de toneladas em 2022 para
1,8 milhão de toneladas em 2023, motivada pela expectativa de aumento da
produção de biodiesel e a retomando com mais força ao mercado exportador do
óleo em 2023 pela Argentina.
“Situação semelhante ocorre
com as estimativas de exportação do milho, com a projeção de uma maior produção
e de uma demanda externa aquecida”, informa a Conab, ao estimar que 45 milhões
de toneladas do produto sairão do país via portos, “o que representa uma
elevação de 21,6% das exportações do cereal em 2023”.
Título e Texto: Pedro
Peduzzi; Edição: Fernando Fraga – Agência Brasil, 6-10-2022, 11h06
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