O PL, Cláudio Castro, Molon, PT e PSol foram vencedores das eleições 2022 do Rio. Enquanto Marcelo Freixo e o grupo de Rodrigo Maia os maiores perdedores, e quanto a Paes?
Quintino Gomes Freire
O grande vencedor das eleições do Rio
de Janeiro foi o PL de Jair Bolsonaro, fez dezenas de deputados
estaduais e federais, o governador, mais o senador e, apesar do que dizia a
maioria das pesquisas (exceção da Prefab Future que publicamos aqui
no DIÁRIO com exclusividade) o presidente do PL também venceu aqui. Altineu
Côrtes passa a ser a maior liderança política do Rio de Janeiro, a
grande figura por trás dos panos.
O governador Cláudio Castro, ao conquistar a própria cadeira no 1º turno, também é um grande vencedor. Terá um governo mais calmo no seu princípio, teve o referendo da população que o aprovou e às suas realizações. Fez seus compromissos? Fez, mas ainda assim pode governar com calma, pelo menos até as próximas eleições municipais. Pode manter seu excelente time técnico, coordenado pelo competente Nicola Miccione, quase uma unanimidade quando o assunto é competência.
Alessandro Molon (PSB)
também é uma espécie vitorioso, brigou com toda a esquerda política para ser
candidato ao Senado. Perdeu, mas acabou terminando em 2º lugar, e talvez se o
PT o tivesse apoiado, hoje teria sido eleito como Senador. E isso mesmo levando
a pecha de causador do bloqueio das operações da PM nas favelas. Vira uma força
política para 2024, pode ser candidato contra Eduardo Paes nas
eleições municipais, ou pode ser candidato ao Senado de novo em 2026. Não
importa, contra tudo e contra todos, Molon conquistou seu espaço e está de
parabéns.
O PT e o PSol também saíram-se bem por aqui, conquistaram várias cadeiras na Alerj e na Câmara, e devem formar uma bancada juntos para fazer oposição aqui no estado ao governo Castro. Em Brasília, bem, vamos esperar o 2º turno; a coisa está bem embolada.
Derrotados? Marcelo Freixo (PSB)
sem dúvidas, ele fica menor, cada vez menor. Deixa aquela impressão de que é o
”inimigo ideal”, daqueles que estão mesmo carimbados pra perder.
Simplesmente há que se reconhecer que não tem capacidade de vir para uma
eleição majoritária, perdeu como candidato a prefeito até para Marcelo
Crivella, ao governo não conseguiu, mesmo com todos os apoios, ir ao 2º
turno. Deve vir vereador nas próximas eleições e aumentar a bancada de seu
partido e voltar a ser deputado federal, talvez. Sua guinada em direção ao
centro acabou deixando ele menor ainda. É um dos maiores perdedores do pleito.
Crivella é outro derrotado, com uma
promessa de puxador de voto, teve pouco mais de 100 mil votos; irrisório, para
um puxador de votos evangélicos. O Republicanos fez 3 cadeiras, nada demais,
faria isso tendo ele como candidato ou não. Talvez se o partido tivesse
cumprido o desejo dele ser candidato ao Senado, ele poderia ter sido eleito e
tivesse sido melhor para o partido.
Os Maias foi outro grupo mais que
derrotado, o PSDB de Rodrigo Maia não conseguiu fazer uma
única cadeira para deputado federal ou deputado estadual. O grupo político agora deverá repensar todos os seus movimentos políticos, e até mesmo se continua existindo. Acabaram engolidos de forma triste e melancólica, como
que por um buraco negro.
O Novo, que elegeu 2 estaduais e 1
federal em 2018, este ano não conseguiu fazer nenhuma cadeira, apesar das
promessas de Carol Sponza para federal e George Neder para
estadual, ambos fizeram uma boa campanha. Agora o partido precisa repensar
seu modus operandi: o vereador Pedro Duarte é
elogiado em todos os círculos, e é uma liderança mesmo como vereador júnior.
Chegou a hora do Novo escutar o jovem.
E quanto a Eduardo Paes (PSD)?
Fez 3 federais e 6 estaduais (embora 2 efetivamente ’seus’), é um vencedor ou
um derrotado? Ele esperava fazer bem mais mas não conseguiu; mas ainda assim, o
PSD cresceu. Daniel Soranz (PSD) salvou o dia mas meio que
decepcionou na votação; apesar de ter sido o mais votado do partido, com quase
100.000 votos. Pedro Paulo também entrou, mas sem votação surpreendente. A
veterana Laura Carneiro não brilhou, mas atingiu quase 50.000
votos e fez sua esperada cadeira. Parou por aqui. O queridinho Marcelo
Calero naufragou feio e inesperadamente (para ele). Todo incensadinho,
quase um Big Brother, mas padeceu no paredão do povo. Renan
Ferreirinha até fez bonito pra alguém jovem que defende uma pauta como
a da educação (quase sempre desvalorizada), mas não entrou. Chicão
Bulhões, que parecia querido, teve votação bem pífia, apesar de queridinho
de muitos empresários. Não atingiu nem 10.000 votos. Por outro lado, como
deputado estadual conseguiu emplacar seus correligionários Guilherme Schleder e Eduardo
Cavaliere e mais 4 menos próximos pro PSD, o que é um belo gol.
Paes não viu ainda surgir nenhum nome
que possa avançar contra ele em 2024: há quem creia que até Molon não seria
grande perigo. Freixo já deu. Quem sabe um candidato de Castro? Bem, talvez…
seu partido terá 6 estaduais para tentar segurar os ímpetos do governador na
capital: dois, de sua confiança.
Outros grandes derrotados são
Chiquinho da Mangueira e os irmãos Picciani.
Título e Texto: Quintino Gomes
Freire, Diário do Rio, 3-10-2022
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não aceitamos/não publicamos comentários anônimos.
Se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-