O economista considera que “a concentração de riqueza no topo está minando a democracia” e que isso é assustador. Curiosamente, os três exemplos que ele oferece envolvem conservadores
Rodrigo Constantino
Paul Krugman [foto] tem uma trajetória fascinante: conseguiu um Prêmio Nobel de Economia por estudos sérios sobre a globalização, para logo depois se tornar um caricato militante esquerdista, que repete todos os chavões típicos de bobocas do DCE. Krugman conseguiu a façanha de errar praticamente todas as suas previsões, e, em momentos mais cômicos, demandou gastos estatais para uma hipotética proteção contra alienígenas, só para “aquecer a economia”.
Foto: University of Chicago Institute of Politics/Flickr |
Em artigo recente, o
esquerdista ataca os super-ricos que, segundo ele, podem destruir os
Estados Unidos. Krugman considera que “a concentração de riqueza no topo está
minando a democracia” e que isso é assustador. Curiosamente, os três exemplos
que ele oferece envolvem conservadores, e absolutamente nenhum traz à tona o
uso de fortunas pessoais ou de fundações para promover a agenda radical
“progressista”.
O primeiro caso explorado por
Krugman é o do relacionamento entre o juiz Clarence Thomas e o bilionário Harlan Crow:
“Até recentemente, eu teria dito que a corrupção direta — compra direta de
favores de formuladores de políticas — era rara. A revelação
do ProPublica de que o juiz da Suprema Corte Clarence Thomas
desfrutou de muitas férias luxuosas e não reveladas à custa de Crow sugere que
posso ter sido insuficientemente cínico”.
É impressionante como nenhum
bilionário financiador do Partido Democrata assusta Krugman. Quando Mark
Zuckerberg coloca seu Facebook e seu Instagram à disposição das pautas
“progressistas”, Krugman acha lindo
O fato de Thomas ser o primeiro justice negro nunca importou para a esquerda, normalmente tão ávida por pautas raciais, pelo simples motivo de se tratar de um negro conservador. Bastou um indício de amizade suspeita para a esquerda colocar no magistrado o rótulo de corrupto. Não preocupa Krugman, ao contrário, que alguém na Suprema Corte tenha vazado o voto de um justice sobre a questão do aborto, o que levou até mesmo a uma ameaça de morte e um sujeito que se aproximou da casa particular de Brett Kavanaugh.
Podemos apenas imaginar o que
Krugman diria sobre os relacionamentos promíscuos entre os nossos ministros
supremos e alguns de seus “pacientes”, que coincidentemente acabam recebendo habeas
corpus ou solturas e arquivamentos de casos aos montes. Provavelmente
Krugman não diria nada, pois são de esquerda e defendem a mesma agenda
estatizante do economista democrata. Se alguém atacasse dessa forma uma justice negra
com viés “progressista”, por outro lado, seria logo tachado de racista.
O segundo exemplo de Krugman
de por que devemos temer os super-ricos na política é a ajuda que
Ron DeSantis recebeu de doadores importantes do Partido Republicano.
Krugman odeia a política do governador da Flórida, mesmo que ela apresente bons
resultados, pois ela vai à contramão da agenda esquerdista. Segundo Krugman, o
apoio recebido por DeSantis desses doadores era para atender a
interesses financeiros, e eles desejavam um charlatão, não um “fanático
genuíno”. Krugman prefere exemplos de gestores como Cuomo em Nova
Iorque ou Gavin Newsom na Califórnia, apesar de seus resultados
medíocres e vários indícios de hipocrisia.
O último caso trazido por
Krugman envolve o bilionário Elon Musk, que comprou o Twitter. “A
loucura que ele ajudou a fomentar não tomou conta de sua organização — tomou
conta de sua mente”, afirma Krugman, a “voz da razão”. Krugman preferia
certamente o ambiente de censura e viés ideológico do Twitter antes de ser
libertado pelo dono da Tesla, já que antes a rede social não passava de um
instrumento democrata para endossar narrativas falsas.
É impressionante como nenhum
bilionário financiador do Partido Democrata assusta Krugman. Quando Mark
Zuckerberg coloca seu Facebook e seu Instagram à disposição das pautas
“progressistas”, Krugman acha lindo. Quando bilionários que se mostram
criminosos ou abusadores, como Jeffrey Epstein ou Harvey Weinstein, doam
fortunas para candidatos esquerdistas, Krugman aplaude. Existem
os super-ricos que são vilões — aqueles mais conservadores —, e
existem os “do bem” — aqueles que financiam os democratas, como George Soros.
Krugman só está preocupado com um lado nessa interferência de ricaços na
política norte-americana.
Não é a concentração de
riqueza que o incomoda de fato, até porque, por mais medíocre que ele tenha se
tornado como economista, Krugman ainda sabe que a economia não é um jogo de
soma zero. Ele está assustado apenas com os bilionários que são de
direita. Os bilionários de esquerda ele abraça com carinho e sem qualquer
desprezo. A democracia não estaria ameaçada por estes bilhões do bem, assim
como podem existir o “racismo do bem”, o “ódio do bem” etc. O problema de
esquerdistas radicais como Krugman nunca foi com os super-ricos em
si, mas com a direita em geral.
Título e Texto: Rodrigo Constantino, Revista
Oeste, nº 161, 21-4-2023
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-