Dia difícil para os bispos da caminhada! Apesar de se terem mobilizado totalmente para a presidência da CNBB, não conseguiram fazer o 2° vice-presidente e muito menos o secretário geral.
G. M. Ferretti
Todos sabemos que quem comanda a CNBB é o secretário geral: é ele que organiza os trabalhos, coordena as comissões, realiza uma missão verdadeiramente exigente. Em geral, não é titular de uma diocese, mas um bispo auxiliar.
O candidato da facção da
esquerda retrô era ninguém menos que Dom Luiz Fernando Lisboa, um passionista
que foi bispo em Moçambique, mas que se envolveu com a política local e acabou
sendo transferido para a Diocese de Chachoeira do Itapemirim, no Estado do
Espírito Santo, e, como é ultra esquerdista e da teologia da libertação mais
radical que existe, acabou sendo nomeado pelo Papa Francisco arcebispo ad
personam, o que significa que ele não é o titular de uma arquidiocese, mas,
mesmo assim, tem dignidade arquiepiscopal – o progressismo do Papa Francisco,
às vezes, vale-se do restauracionismo de certas dignidades que já estavam em
desuso na Igreja.
Os “bispos da caminhada” o
queriam para secretário geral. O site ultra progressista de notícias da
Unisinos chegou a publicar hoje um artigo em que já estava por amargar a derrota nessa
eleição.
“A secretaria geral é uma função estratégica na estrutura da CNBB, porque a conduz em seu cotidiano. Há um bispo experiente nessa função, porque já a executou com propriedade em Moçambique. Foi bispo no norte do país, na região mais pobre daquela nação. (…) Talvez seja o nome certo para a hora. A CNBB precisaria de um secretário geral com essa coragem. Para quem já lidou com jihadistas, não seria tão complicado para ele lidar com ‘catolibãs’ em território nacional”.
Mais acima, o mesmo
articulista reclama de uma “guerrilha digital” que tenta fazer o “assassinato
de reputação da CNBB” e, quando não ataca explicitamente, ao menos
“desqualificar o magistério do Papa Francisco”. Ele lamenta que “a maior parte
do clero” crê que a Conferência Episcopal nada tem a acrescentar em seu
ministério e que os jovens seminaristas “torcem o nariz” para a tal “Igreja em
saída”. Ele afirma literalmente que, “se isso ocorre é porque, mesmo dentro do
episcopado, há essa visão a respeito da entidade”.
A preocupação do articulista,
por fim, se volta ao tema que lhe parece ser o mais gritante de todos: “fariam
da conferência episcopal espaço de oposição ao atual governo federal”! Em suma,
o que eles queriam é manter a CNBB totalmente subserviente a esse governo de
esquerda que tomou o poder no Brasil!
A que ponto chega a devoção
por Lula!
Acontece, porém, que Dom Luiz
Fernando Lisboa perdeu de lavada! A eleição foi ganha com ampla maioria de
votos por Dom Ricardo Hoepers, bispo da Diocese do Rio Grande-RS,
até agora presidente da Comissão Vida e Família.
Embora o novo secretário geral
não seja propriamente um conservador, nem se compara com o progressismo
desmedido do seu oponente. Ao mesmo tempo, diferentemente do anterior
secretário geral, excessivamente moderado, ele se manifestou mais veementemente
sobre os temas que são mais delicados para a maioria da população católica, que
dizem respeito à defesa da vida e da família.
A eleição da atual presidência
da CNBB nos apresenta o quadro de uma resistência interna dos bispos de boa
orientação que parece ser mais forte do que se pensava. Eles conseguiram
convencer a maioria, que são bispos mais centristas, e obtiveram considerável
protagonismo nessa nova fase da entidade.
Como prognosticava o
articulista da Unisinos, “dependendo de quem ocupe as funções-chaves da
conferência, neste momento se decide o rumo desta importante instituição
católica”. Uma verdadeira confissão de derrota e a demonstração de uma esquerda
episcopal exausta e sem vislumbres de renovação!
Título e Texto: G. M.
Ferretti, FratresInUnum.com,
25 de abril de 2023
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