quarta-feira, 26 de abril de 2023

Eleito o secretário geral da CNBB. “Bispos da caminhada” em depressão.

Dia difícil para os bispos da caminhada! Apesar de se terem mobilizado totalmente para a presidência da CNBB, não conseguiram fazer o 2° vice-presidente e muito menos o secretário geral.

G. M. Ferretti

Todos sabemos que quem comanda a CNBB é o secretário geral: é ele que organiza os trabalhos, coordena as comissões, realiza uma missão verdadeiramente exigente. Em geral, não é titular de uma diocese, mas um bispo auxiliar. 

O candidato da facção da esquerda retrô era ninguém menos que Dom Luiz Fernando Lisboa, um passionista que foi bispo em Moçambique, mas que se envolveu com a política local e acabou sendo transferido para a Diocese de Chachoeira do Itapemirim, no Estado do Espírito Santo, e, como é ultra esquerdista e da teologia da libertação mais radical que existe, acabou sendo nomeado pelo Papa Francisco arcebispo ad personam, o que significa que ele não é o titular de uma arquidiocese, mas, mesmo assim, tem dignidade arquiepiscopal – o progressismo do Papa Francisco, às vezes, vale-se do restauracionismo de certas dignidades que já estavam em desuso na Igreja.

Os “bispos da caminhada” o queriam para secretário geral. O site ultra progressista de notícias da Unisinos chegou a publicar hoje um artigo em que já estava por amargar a derrota nessa eleição. 

“A secretaria geral é uma função estratégica na estrutura da CNBB, porque a conduz em seu cotidiano. Há um bispo experiente nessa função, porque já a executou com propriedade em Moçambique. Foi bispo no norte do país, na região mais pobre daquela nação. (…) Talvez seja o nome certo para a hora. A CNBB precisaria de um secretário geral com essa coragem. Para quem já lidou com jihadistas, não seria tão complicado para ele lidar com ‘catolibãs’ em território nacional”.

Mais acima, o mesmo articulista reclama de uma “guerrilha digital” que tenta fazer o “assassinato de reputação da CNBB” e, quando não ataca explicitamente, ao menos “desqualificar o magistério do Papa Francisco”. Ele lamenta que “a maior parte do clero” crê que a Conferência Episcopal nada tem a acrescentar em seu ministério e que os jovens seminaristas “torcem o nariz” para a tal “Igreja em saída”. Ele afirma literalmente que, “se isso ocorre é porque, mesmo dentro do episcopado, há essa visão a respeito da entidade”.

A preocupação do articulista, por fim, se volta ao tema que lhe parece ser o mais gritante de todos: “fariam da conferência episcopal espaço de oposição ao atual governo federal”! Em suma, o que eles queriam é manter a CNBB totalmente subserviente a esse governo de esquerda que tomou o poder no Brasil!

A que ponto chega a devoção por Lula!

Acontece, porém, que Dom Luiz Fernando Lisboa perdeu de lavada! A eleição foi ganha com ampla maioria de votos por Dom Ricardo Hoepers, bispo da Diocese do Rio Grande-RS, até agora presidente da Comissão Vida e Família.

Embora o novo secretário geral não seja propriamente um conservador, nem se compara com o progressismo desmedido do seu oponente. Ao mesmo tempo, diferentemente do anterior secretário geral, excessivamente moderado, ele se manifestou mais veementemente sobre os temas que são mais delicados para a maioria da população católica, que dizem respeito à defesa da vida e da família.

A eleição da atual presidência da CNBB nos apresenta o quadro de uma resistência interna dos bispos de boa orientação que parece ser mais forte do que se pensava. Eles conseguiram convencer a maioria, que são bispos mais centristas, e obtiveram considerável protagonismo nessa nova fase da entidade.

Como prognosticava o articulista da Unisinos, “dependendo de quem ocupe as funções-chaves da conferência, neste momento se decide o rumo desta importante instituição católica”. Uma verdadeira confissão de derrota e a demonstração de uma esquerda episcopal exausta e sem vislumbres de renovação!

Título e Texto: G. M. Ferretti, FratresInUnum.com, 25 de abril de 2023

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