Paulo Hasse Paixão
Estamos a perder.
Estamos a perder a guerra da
cultura. Estamos a perder a guerra da informação.
Estamos a perder a voz.
Estamos a perder a liberdade. Estamos a perder representação e poder político.
Estamos a perder a democracia e os direitos constitucionais da tradição
ocidental.
Estamos a perder valor.
Estamos a perder dinheiro.
Estamos a perder o controlo
sobre os nossos filhos. Sobre o que lhes é ensinado, sobre o que lhes é
mandatado, sobre a substância do legado histórico e cultural que lhes é
vinculado.
Estamos a perder privacidade.
Estamos a perder mobilidade. A física e a social.
Estamos a perder a vontade e
estamos a perder a esperança e estamos a perder a vergonha.
Estamos a perder virtudes e estamos a perder lucidez.
Estamos a perder o país, a
língua, a história e até: a memória.
Estamos a perder o passado e
estamos a perder o futuro.
Estamos a perder a identidade.
Estamos a perder Cristo.
Estamos a perder a verdade, a transcendência, a glória.
Estamos a perder o contacto
com a realidade. Estamos a perder o Norte.
Estamos perdidos, no inferno.
E a culpa é nossa.
Título, Imagem e Texto: Paulo
Hasse Paixão, ContraCultura,
7-12-2023
No meu humilde entendimento, meu caro amigo Paulo Paixão, já perdemos tudo o que o senhor acima descreveu... notadamente depois que chegou em nossas vidas o 'maldito celular.' Com ele, perdemos também a nossa vida, a nossa individualidade, o nosso sossego. a nossa vergonha, os nossos filhos, pais, avôs, as boas leituras de excelentes livros (os físicos), os bons costumes que trouxemos de berço. Enfim, a culpa não é nossa. A culpa é da nossa burrice galopante, da nossa falta se senso do ridículo. Não aprendemos a dividir o tempo entre o real e não real. O real seria a nossa vidinha sem o uso do celular... o não real, o uso diabólico dele no nosso cotidiano. Viramos máquinas desconexas, escravos de uma tecnologia que num futuro próximo (para não dizer já, agora, hoje, no minuto seguinte, em tempo real, num tempo que não retrocede) veremos por ai, um bando de pessoas imbecilizadas, de mentes atrofiadas, de crianças idiotizadas, tudo pelo fato de não sabermos usar a tecnologia dos aparelhos a nosso favor. Ontem, no 'Fantástico,' foi ao ar uma reportagem interessante (não completa, diga se de passagem) sobre o uso indiscriminado, e perigoso, ou sem os limites necessários com relação aos aparelhos celulares. Acredito que dentro em breve seremos um bando de zumbis, olhos vidrados, pescoços pendidos tortos, um punhado de cegos e ceguetas, em face dessa desgraça que nos assola a todos, pior que a existência de qualquer outra doença considerada irreversível e incurável.
ResponderExcluirCarina Bratt
da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro.