Paulo Hasse Paixão
“A triste verdade é que
o mal é feito principalmente por pessoas que nunca se decidiram a ser boas ou
más.”
Hannah Arendt, Eichmann in Jerusalem: A Report on the Banality of Evil, 1963
A tirania, o caos, a
decadência, a infâmia, o espetáculo de horrores que nos oferece a queda da
civilização ocidental tem os seus agentes.
Mas o pior agente possível não
é o ativista da Antifa, que anda de martelo em riste a esmagar crânios de quem
ainda tem esperança (vã) de conservar um país para os nativos desse país; ou o
militante LGBT que acha que quem não está predisposto a levar no cu é
homofóbico; ou o gestor de fundos em Wall Street que trabalha com o dinheiro da
classe média para fazer desaparecer a classe média; ou o CEO de Silicon Valley
que gosta de se fazer passar por Deus, enquanto gasta biliões de dólares para
programar um modelo de linguagem que muito vagamente se assemelha à mais
estúpida das criaturas; ou o globalista de Davos que tem pretensões a José
Estaline, enquanto esquia pelos Alpes; ou o palhaço rico que se transporta de
jacto privado para profetizar o apocalipse climático e ganha o prémio nobel da
paz por causa de um powerpoint falacioso.
O pior agente possível não é o
Marcelo, o Costa, o Sócrates, ou até (mesmo esticando o argumento) o
Montenegro.
O pior agente possível, por
incrível que possa parecer, não é o Alexandre de Moraes, nem o Justin Trudeau,
nem o Emmanuel Macron, nem qualquer vilão deste género.
Não. Estes sinistros personagens são escassos, são raros e, num mundo normal, seriam irrelevantes. Pela simples razão de não ser nada fácil tirar o primeiro prémio da vilania na lotaria genética.
Ao contrário, o pior agente possível abunda como uma praga sem remédio. O pior agente possível é o executivo anónimo da Sonae que vende a alma ao diabo por mil e quinhentos euros por mês (brutos). É o repórter da SIC Notícias que mente – e sabe que mente – todos os dias no canal que promete factos. É o engenheiro da Vodafone que está mais preocupado com a diversidade e a equidade e a inclusão do que proporcionar um serviço minimamente decente aos seus infelizes clientes. É o incauto que vota Iniciativa Liberal a pensar que a Iniciativa Liberal é liberal. É o imbecil que dá uma pipa de massa por um Tesla a pensar que está a economizar uns cobres e a salvar o planeta.
É o infeliz que, por ser feminista, acha que vai ter mais sorte com as mulheres. É o burocrata que faz o que lhe mandam, independentemente do que lhe mandam fazer. É o polícia de giro que ‘visita’ um cidadão para controlar o seu pensamento, porque o fascismo está na Lei, mesmo que não esteja na Constituição. É o guarda prisional que saca uns cobres extra para proteger o preso político dos verdadeiros criminosos. É o normalóide que não discute política para não correr o risco de perder o emprego que detesta.
É
aquele inseto que, durante a pandemia, usava máscara enquanto conduzia, a sós,
o seu automóvel. É o colaboracionista, que empresta massa crítica aos tais que
são raros e que seriam irrelevantes não fosse a multidão de servos de que se
servem.
O verdadeiro e primeiro e
derradeiro crime contra a humanidade não foi cometido pela Pfizer. Foi cometido
por aqueles que se sujeitaram, alegremente, à terapia genética da Pfizer.
Bem sei que estas palavras são
duras, mas, estatisticamente, é muito provável que o pior agente possível sejas
tu.
Acontece, porém, que tens a
sorte de fazer parte de uma cultura – a cristã – que te oferece a possibilidade
da redenção. Basta que confesses: sim, o pior gajo possível, sou eu. Basta que
prometas, de ti para ti: Vou tentar, daqui para a frente, ser um gajo decente,
perseguir a verdade de Cristo, assumir a condição de Sapiens e abdicar do
conformismo bovino.
Não é tão difícil como parece.
Título e Texto: Paulo Hasse
Paixão, ContraCultura,
13-9-2024
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