GRAVÍSSIMO: Jornalistas que revelaram denúncias de censura na Justiça Eleitoral agora são alvos de queixa-crime julgada pelos próprios denunciados
Leandro Ruschel
Sabe aqueles inquéritos que foram abertos pelo Supremo há mais de seis anos — e que o ministro Barroso havia prometido encerrar ainda em 2025? Pois continuam sendo utilizados — agora por “jornalistas” de extrema esquerda — para perseguir aqueles que expuseram as graves denúncias de censura e perseguição política envolvendo a Justiça Eleitoral.
Os jornalistas @david_agape_e @EliVieiraJr
tornaram-se alvo de uma representação criminal por matérias jornalísticas que
expuseram as denúncias de Eduardo Tagliaferro sobre como a Justiça Eleitoral
teria sido usada para censurar e perseguir a direita brasileira.
Entre as denúncias, há a
revelação de uma suposta rede informal de “colaboradores”, todos ligados à
esquerda, que operariam para sinalizar à Justiça Eleitoral publicações com
“fake news” que deveriam ser retiradas do ar.
As reportagens de David Agape
e Eli Vieira seguiram a trilha das primeiras revelações feitas por @ggreenwald e @FabioSerapiao na @folha.
Agora, uma dessas
“colaboradoras” da Justiça Eleitoral decidiu enviar uma notícia-crime
diretamente ao ministro Moraes, no âmbito do inquérito das “Milícias Digitais”
— o mesmo instrumento que vem sendo usado há anos para intimidar opositores.
É difícil até saber por onde começar diante da montanha de irregularidades que esse caso traz. Em primeiro lugar: em vez de o Ministério Público abrir uma investigação para apurar as graves denúncias apresentadas por Eduardo Tagliaferro, a própria Procuradoria-Geral da República decidiu denunciá-lo criminalmente.
Agora, Tagliaferro está a um
voto de se tornar réu no Supremo, em um processo sob a relatoria do ministro
Moraes — o mesmo magistrado que figurava no centro das revelações feitas pelo
ex-assessor. O procurador-geral da República também foi citado por Tagliaferro
como tendo conhecimento da atuação desse grupo informal de “apoio” à Justiça
Eleitoral.
E não para por aí: os
jornalistas que apenas cumpriram seu papel profissional, divulgando informações
de interesse público, estão agora sendo alvos de uma queixa-crime — que será
avaliada pelo próprio ministro citado nas denúncias.
Qualquer pessoa tem o direito
de acionar a Justiça caso se sinta ofendida. Mas isso precisa ser feito dentro
do devido processo legal — ou seja, a denúncia deve ser apresentada às
autoridades competentes, como a polícia ou o Ministério Público, e o caso deve
ser avaliado na instância adequada, conforme o princípio do juízo natural.
Ninguém tem o direito de
escolher o juiz que irá analisar sua causa — por motivos óbvios de
imparcialidade e justiça. Pior: o pedido parte de alguém que jamais escondeu
ser colaboradora da Justiça Eleitoral, que atuava sob a presidência do próprio
ministro que agora avalia a denúncia.
Na peça, a repercussão do caso
em perfis de direita é apresentada como “prova” da existência de uma
“organização criminosa”, supostamente voltada a “atacar as autoridades e as
instituições democráticas”.
Em resumo, trata-se da
desavergonhada criminalização de qualquer questionamento ao sistema. É o
retrato fiel de uma ditadura: o poder sendo usado para silenciar e punir quem
ousa questioná-lo.
Texto e Imagem: Leandro
Ruschel, X,
11-11-2025, 20h57
Se enganou quem acreditava que o autoritarismo do Judiciário brasileiro se limitaria ao inquérito das “fake news” e aos milhares de procedimentos derivados, que criaram um verdadeiro sistema de repressão política.
— Leandro Ruschel 🇧🇷🇺🇸🇮🇹🇩🇪 (@leandroruschel) November 11, 2025
Agora, o Supremo foi além: criou uma estrutura de intervenção… pic.twitter.com/AopTzsL8qf
11-11-2025: Oeste sem filtro – Gilmar Mendes recepciona Fux com discurso anti lava jato + Votação do projeto-lei contra facções criminosas é adiada
“Eu gostaria muito de colocar o senhor na cadeia”
“Helder Barbalho é uma farsa!”
Crimes na Linha Amarela mais que dobram em 2025, aponta levantamento
A máquina inteira contra um único homem!
Mistura de alhos com bugalhos
DREX: o medo da transparência total ou quando a moeda fala demais
Eu posso ser incluído nos inquéritos das “milícias digitais” até amanhã.
— David Ágape (@david_agape_) November 11, 2025
Eu, Eli Vieira e Eduardo Tagliaferro viramos alvo de uma representação criminal da Letícia Sallorenzo — a “bruxa da Vaza Toga”.
Ela nos acusa de “ataques coordenados” e mandou o caso direto para Alexandre… pic.twitter.com/8v4CMoQfwJ

Tagliaferro diz que em todos os processos, inclusive de Bolsonaro, houve a inversão do rito processual, ou seja, primeiro Moraes condena e prende, para depois criar um enredo para “validar” as narrativas dos supostos crimes.
ResponderExcluirÉ muito GRAVE que o livre exercício do jornalismo mais uma vez esteja sendo tratado como crime. E mais grave ainda é ver essa denúncia partir justamente de uma jornalista, alguém que deveria ser a primeira a defender a liberdade de imprensa.
ResponderExcluirLetícia Sallorenzo acusa os jornalistas David Ágape, Eli Vieira e Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes, de integrarem uma “milícia digital” por causa da Vaza Toga, série de reportagens que expôs como o STF tem atuado para perseguir pessoas com opiniões divergentes do entendimento da Corte, em especial vozes de direita.
O absurdo atinge outro nível quando Letícia pede que o caso seja encaminhado diretamente ao próprio ministro Moraes, dentro do inquérito das milícias digitais, que corre em sigilo. Isso encurta caminhos jurídicos e transforma um processo em instrumento de pressão, com o claro objetivo de intimidar e silenciar quem trouxe os fatos à tona.
Esse tipo de manobra nada mais é do que perseguição política disfarçada de ação judicial. Defender o jornalismo é defender o direito à verdade, mesmo quando ela incomoda quem está no poder. David Ágape, Eli Vieira e Eduardo Tagliaferro contam com a minha solidariedade contra essa perseguição implacável e nossa gratidão pela coragem de exporem as entranhas do poder mesmo diante de tanta intimidação.