domingo, 17 de agosto de 2014

Eduardo Campos

Valter Almeida
 
A morte trágica do presidenciável Eduardo Campos deixou perplexo tanto o Brasil como também o mundo. Não apenas pelo fato, porque todos os dias nós convivemos com constantes tragédias de todas as espécies, guerras, acidentes e violências de todas as formas.

A comoção generalizada, principalmente por todos os brasileiros, é porque uma das vítimas, já que foram sete, tratava-se de uma pessoa pública que, como político, tinha no seu trabalho um compromisso de grande responsabilidade para com o seu povo, o seu Estado e com o Brasil. Como Governador de Pernambuco por dois mandatos teve a sua aprovação entre 80% a 90% da população. Como cidadão era considerado por todos que conviveram com ele, um brasileiro que cumpria com seus deveres e no seio familiar não poderia ter sido melhor, amado como neto, filho, irmão, pai e esposo, enfim, por todos os seus familiares.


Na cidade do Recife milhares de pessoas estão no velório para se despedir de Eduardo Campos, o povo realmente demonstra o quanto admirava e gostava do ex-governador e o lamento pela tragédia é evidenciada no rosto e nas lágrimas dos pernambucanos e todos os brasileiros que reconhecem que o País perdeu um político jovem, inteligente, humilde e que, com certeza, tinha um caminho muito longo para percorrer e com isso se aprimorar para contribuir com o seu trabalho em prol de um Brasil próspero e justo para todos.

A minha opinião não é diferente daqueles que estão tristes e sensibilizados com esse inesperado e infausto acontecimento, entretanto, eu tenho que ser sincero e fazer dois comentários. O primeiro é o desprazer que eu estou vendo e ouvindo a respeito das manifestações através de declarações de sentimentos por parte de pessoas cujos nomes eu não vou citar porque não convém, que para mim não são verdadeiras e não passa de demagogia barata e que sempre acontece quando morre um político. A outra observação eu faço questão de guardar comigo e transcrever alguns trechos que me chamou atenção, trata-se do que ele falou na entrevista realizada no dia 12 de agosto de 2014 no Jornal Nacional da Rede Globo e que foi o seguinte:

“O que aconteceu é que aquilo que foi prometido, que o Brasil ia corrigir os erros e aprofundar as mudanças, não aconteceu. Tantas pessoas que votaram na Dilma e se frustraram tantas pessoas que estão nos assistindo que viram agora um governo que valoriza no seu centro a velha política, um governo que deixou a inflação voltar, um governo que está fazendo derreter os empregos. Agora, o que o povo quer é alguém que dê solução a isso.” (Eduardo Campos)

“As pessoas estão percebendo, quem está nos assistindo tem percebido que o salário não dá para o mês inteiro. Os aposentados, os assalariados, os que vivem por conta própria do seu esforço percebem. O compromisso um com o centro da meta da inflação e a retomada do crescimento.” (Eduardo Campos)

As palavras proferidas nestas últimas declarações feitas por Eduardo Campos me chamaram atenção porque ele foi sincero quando disse o motivo pelo qual deixou de apoiar o atual governo federal e quando falou que os salários dos brasileiros não davam para terminar o mês, dando entender que a situação dos trabalhadores e dos aposentados era de miserabilidade.

Pela primeira vez eu vi e ouvi um candidato falar em APOSENTADO. Espero que isso sirva de alerta para que os candidatos a presidente coloquem na sua agenda de campanha o compromisso de fazer justiça com os aposentados do RGPS que pagaram para receber 5, 6, 8, 10 e até mais de salários mínimos e que criminosamente tiraram os seus direitos e os condenou a miséria de ficarem com seus benefícios em apenas um salário mínimo. Se eleito Presidente da República, Eduardo Campos iria cumprir com o que declarou na entrevista, nunca iremos saber, mas o que temos que fazer e exigir dos outros candidatos compromissos semelhantes ao que o candidato Eduardo Campos prometeu, principalmente a respeito dos aposentados porque se isso não acontecer, os trabalhadores da ativa que serão os futuros aposentados e os aposentados de hoje, não poderão comungar com essa bela mensagem que o Eduardo Campos nos deixou antes de morrer.

“Não vamos desistir do Brasil. É aqui onde nós vamos criar nossos filhos, é aqui onde nós temos que criar uma sociedade mais justa. Para isso, é preciso ter a coragem de mudar, de fazer diferente, de reunir uma agenda.“ (Eduardo Campos)

A morte de um homem de bem traz para todos nós saudade e tristeza, a tristeza o tempo cura, mas a saudade continua como lembrança do bem que ele nos fez
Título e Texto (formatação original): Valter Almeida, 17-08-2014
Imagens: O Globo

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