Rodrigo Constantino
O grande vencedor do debate da
TV Globo foi Aécio Neves, que finalmente resolveu adotar uma postura bem mais
firme, sem aquele ar de Mr. Simpatia de antes. Com cara de poucos amigos, soube
enquadrar a leviana e irresponsável Luciana Genro, com sua pose de menina
mimada, reforçou a lembrança de que Marina foi PT por 24 anos e que sua “nova
política” foi contratar para seu ministério vários petistas derrotados nas
urnas, e colocou Dilma contra a parede em relação ao fracasso evidente de sua
gestão econômica, assim como no caso das quadrilhas instaladas dentro de nossas
estatais. Soube, enfim, explorar bem as fraquezas e contradições das
adversárias, assim como sua clara vantagem em termos de preparo e equipe.
Já Marina foi a grande
perdedora, em minha opinião. Não apenas pelo visível cansaço físico e
abatimento emocional, após tanta pancada nas campanhas recentes, mas por ter
deixado sua máscara de moderada mais ao centro cair quando confessou ter um
programa de governo muito parecido com o de Luciana Genro, a mais radical de
todas, que só sabe culpar o mitológico “capital financeiro” por todos os males
do mundo. Não sei que votos ela ganha com essa declaração sincera, mas sei os
que ela perde: os de todos aqueles que resolveram acreditar que ela era
Giannetti da Fonseca e Lara Resende, e não MST.
Dilma foi… Dilma, a de sempre,
com imensa dificuldade de concatenar o raciocínio, mostrando enorme esforço
para completar uma frase com começo, meio e fim, e algum elo entre todos.
Parece realmente algum problema cognitivo. Logo na primeira fala cometeu ainda
um ato falho, quando tentou falar que seu governo era responsável pelo
“confisco de bens” dos corruptos, e acabou dizendo “conquista de bens”. Ou
seja, o seu governo realmente quer conquistar os nossos bens, apoiando os
corruptos. Freud explica.
Enrolou-se feito uma moréia no
anzol ao falar de independência e autonomia do Banco Central, alegando que
defende a autonomia, mas não a independência legal. Em outras palavras, quer
uma “autonomia” até resolver que não é mais desejável. Como demonstrou em seu
governo, tornando o BC subserviente ao Planalto e permitindo a volta da alta
inflação. Afirmou, em total desconexão com a realidade, que “a inflação está
sob controle”. Só se for sob o controle da Unicamp, rumo aos 10% ao ano!
Dilma ainda conseguiu celebrar
a quantidade abissal de 56 milhões de dependentes de esmolas estatais. Para
Dilma, quanto mais miseráveis no Bolsa Família, melhor? Presumo que se fossem
100 milhões seria uma conquista ainda maior. Ou seja, o PT vibra com o aumento
dos pobres que precisam de programas assistencialistas para sobreviver. Vai
adorar a miséria assim lá em Cuba!
Em suma, o debate da Globo tem
potencial para colocar Aécio no segundo turno com Dilma, levando em conta que
já há empate técnico entre ele e Marina. Para aqueles que, como eu, consideram
a candidatura do tucano a mais preparada para enfrentar os desafios que vêm por
aí, como resultado das trapalhadas do governo Dilma, isso é alvissareiro.
Título, Imagem e Texto: Rodrigo Constantino, VEJA,
3-10-2014
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ResponderExcluirAécio Neves: 386
Marina Silva: 111
Dilma Rousseff: 54
Luciana Genro: 15
Eduardo Jorge: 13
Pastor Everaldo: 10
Zé Maria: 7
Levy Fidelix: 5
Eymael: 4
Mauro Iasi: 3
Rui Pimenta: 1