O Antagonista
Um tiroteio no Morro do Juramento fechou a estação
de metrô de Tomás Coelho. Em Bangu, uma menina de quatro anos morreu atingida
por uma bala perdida. Nas praias de Arpoador e Ipanema, voltaram a ocorrer
arrastões. Tudo segue como se nada houvesse no Rio de Janeiro, coração do meu
Brasil.
Na Zona Norte e nos subúrbios cariocas, a lei é do
cão. Na Zona Sul, o quadro só é bonito por causa da paisagem. A demagogia
impede de os jornais dizerem, mas O Antagonista diz: a tendência da
criminalidade é piorar nos outrora cartões postais, por causa da linha de metrô
que está sendo construída. Copacabana, Ipanema e Leblon serão ligadas
expressamente à favela da Rocinha. Decerto a maioria na Rocinha é honesta.
Decerto é também um ninho de ladrões, traficantes e assassinos. Decerto as UPPs são uma mistificação.
Os cariocas fingem não ver, porque isso seria uma
má propaganda para a sua cidade adorada, mas as praias da Zona Sul já foram
"dominadas". O que deveria ser conservado como patrimônio nacional –
as orlas de Copacabana, Ipanema e Leblon – está imundo, repleto de cabanas que
parecem recém-transplantadas de um acampamento de refugiados do Sudão, povoado
de mendigos, percorrido por ambulantes de toda sorte e, claro, infestado de
bandidos (sim, há ainda os que moram de frente para o mar, em apartamentos
luxuosos).
No Rio 50 graus, o melhor a fazer é pegar uma
gastroenterite e ficar de molho em casa ou no hotel. Os coliformes fecais são
os seres mais aprazíveis que você pode encontrar.
Quem esconde não ama. O
Antagonista ama e por isso não esconde a situação do Rio de Janeiro.
Título e Texto: O Antagonista, 18-1-2015
Relacionados:
Ainda bem, ou ainda mal, que não tenho complexos de inferioridade/inveja, pois este artigo resume, de uma vez por todas, o que venho escrevendo/comentando sobre a falácia de "cidade maravilhosa" que, ao longo dos anos, tem servido de escudo e de escada para ufanismos infantis que em nada contribuem para o progresso e desenvolvimento, de fato, da cidade.
ResponderExcluirThink about!