domingo, 18 de janeiro de 2015

Vanitas vanitatum, omnia vanitas... Velhinhos e velhinhas do Aerus...

São Jerônimo (que traduziu a bíblia do hebraico e aramaico para o grego e o latim) por Caravaggio (1605-6), Galleria Borghese, Roma.

Valdemar Habitzreuter
Por que nossos egos são tão conflitantes? Cada qual quer a primazia em tudo. A antropologia – o estudo do fenômeno humano –, em suas várias ramificações científicas tenta dar as devidas explicações. Mas, é sobretudo na ciência evolucionista (darwinismo) que encontramos uma explicação sui generis: a sobrevivência do mais forte.  

O evolucionismo expõe a teoria da origem e luta das espécies animais pela sobrevivência. Vence aquela que se adapta melhor às condições do meio ambiente. É, portanto, uma seleção natural feita pela própria natureza. Isto é, a natureza em suas transformações dá o privilégio da vida ao mais forte. E mesmo dentro de uma mesma espécie o mais forte é selecionado para vencer.

Na espécie humana não é diferente. Daí o egoísmo humano na luta pela sua própria sobrevivência, mesmo que isto possa levar ao apagamento de seu semelhante mais fraco na luta pela vida. É claro que ao longo da história da humanidade este egoísmo foi refreado através de instituições edificadas pelo próprio homem que, de posse da inteligência, vislumbrou a vantagem de se viver numa sociedade uníssona onde a ajuda mútua seria uma garantia mais abrangente pela sobrevivência de todos os membros. Daí o surgimento do Estado e suas leis e as religiões que contribuem para este fim.  

Mas, no fundo, palpita ainda no homem o gene do egoísmo que, se deixado à vontade e sem controle, é capaz de inúmeras ações destrutivas para afirmar sua hegemonia, unicamente para se satisfazer exclusivamente. Tenta, portanto, se impor para que prevaleçam suas façanhas e ser reconhecido pelo grupo como o mais forte. Neste caso, o egoísmo também manifesta-se em forma de vaidade.

Alguma coincidência com o nosso caso Aerus na luta pela volta de nossos proventos cuja vitória foi do grupo como um todo? No entanto, alguns egos estão agora em franca manifestação reivindicando a primazia pelo bom êxito. Fentac, Aprus, outros grupos isolados e mesmo pessoas querem proclamar-se os heróis isolados pela conquista. Nada mais apropriado que citar o provérbio latino: “vanitas vanitatum, omnia vanitas” – tudo é vaidade...

A que isso leva, a não ser à desunião?...
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 18-1-2015

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3 comentários:

  1. Para Valdemar Habitzreuter,
    E mais toda a "velharada" que quiser ouvir
    Você não é um velho Valdemar e demais velhos
    Seus corpos sim, envelheceram ou
    Tornaram-se velhos mas em Energia Eterna
    E esplendidamente individualizadas
    Já Existiam mesmo antes de a Terra Existir!

    Ah! O Ego? Apenas um participante ativo!
    Vocês não! Vocês estão, mas não são velhos!

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  2. Vaidade das vaidades, diz o pregador, vaidade das vaidades, tudo é vaidade
    Eclesiastes 1.2
    Certa vez a atriz Tonia Carrero disse:
    - Ficar velho é uma merda, pior é a segunda opção.
    Jovens se sentem imortais, e velhos querem ser jovens, mas isso é impossível.
    O corpo envelhece e vem com a escassez da mente.
    Tudo é mais lento, menos o tempo.
    A depressão da terceira idade é causa da inconformidade de estar velho.
    Ficar velho é ver o tempo passar na janela, vendo as coisas que mais amamos irem-se no tempo.
    Valdemar escreveu sobre o maior dos pecados capitais, àquele que engloba os sete em sua essência, o EGOÍSMO.
    Envelhecer não me causa "vaidades", quantos nesse mundo não atingem essa meta.
    Nós não vivemos um dia de cada vez, nós envelhecemos dia após dia.
    O que torna essa compreensão muito difícil, é nossa fuga das realidades que nos esperam.
    Somos obrigados a aceitar os teoremas da natureza.
    Chega um tempo que devemos abdicar de nossos tronos.
    Somos velhos, estamos cada dia mais velhos, enquanto nossas mentes ativas trabalham.
    Nesta luta contra o tempo, não reivindicamos sorte ou azar, faz parte se conscientizar que certas coisas não nos pertencem mais.
    Não posso competir numa corrida de metros ou quilômetros, mas posso participar, até os limites do vigor que ainda resta, sem extrapolar os limites.
    O que diferencia os humanos dos animais é podemos dispender nossas velhices sem sermos sacrificados ou expulsos da sociedade.
    Não existem sociedades alternativas para os animais.
    Fazendo um aforismo meio paradoxo.
    O que mais necessitamos para viver, é o que nos mata.
    Incrível, descobrir que o nosso oxigênio é responsável pelo nosso envelhecimento.
    As cigarras adultas machos vivem até um mês e as fêmeas morrem logo depois da postura de seus ovos, e cantam harmonicamente para legrar as primavera e verões.
    No entanto suas formas de ninfas podem durar até 17 anos, em algumas espécies, debaixo da terra em profundidades que podem ter mais de 3 metros, alimentando- se das seivas das árvores.
    Nosso período de ninfa é de cerca de 9 meses, para conhecer e encantar-se com a natureza por cerca de 70 anos ou mais.
    Devemo enaltecer esse período cantando mais alto que as cigarras, e deixar que novas ninfas nos substituam, esse é o ciclo.
    Rejubile-se por vivê-lo.
    Sou velho, estou velho e ficarei cada dia mais velho, aceito de bom grado a oportunidade de poder existir.

    boa tarde


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    Respostas
    1. Muito bem, VSROCCHA. Os conhecimentos que adquirimos ao longo das nossas vidas nos tornam mais esclarecidos para "aceitarmos de bom grado a oportunidade de poder exixtir".
      Valdemar

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