terça-feira, 10 de janeiro de 2017

[Aparecido rasga o verbo] A questão é simples: desordem em cima da ordem

Aparecido Raimundo de Souza

Senhoras e senhores, transcreveremos, abaixo, as impressões do cidadão José Toma no Rego da Bunda Silva, conhecido, em todo o país, como Zé Povinho. Em entrevista exclusiva concedida em sua velha barraca de camping de frente para o Lago Paranoá, na Capital Federal (enquanto tomávamos café requentado e comíamos bolo de fubá), Povinho, muito educadamente, respondeu às nossas indagações em face dos itens da DUDH -Declaração Universal dos Direitos Humanos que lhe demos de presente dias antes de gravarmos esta reportagem. Povinho prometeu ler (como, de fato, o fez, na íntegra,) mostrando coerência, conhecimento e boa interpretação de todos os itens grafados no presente tratado.

Jornalista: O que o senhor, como cidadão brasileiro, teria a dizer sobre essa declaração dos direitos humanos?

Zé Povinho: Muito e ao mesmo tempo nada. Todas as pessoas, meu caro jornalista, nascem livres e iguais em dignidade e direitos, mas não sei porque cargas d’água agem em relação às outras com o espírito de porco. Elas sempre deixam prevalecer aquele velho e batido jargão “quem puder mais, chora menos” e fim de papo. Essa tem sido, até agora, a fórmula que o povo encontrou para sobreviver, seja aqui ou em qualquer outro lugar do mundo.

Jornalista: O senhor concorda que toda pessoa tem capacidade para gozar seus direitos como está posto no artigo 2º?



Zé Povinho: Não, não concordo.  Acho que toda pessoa tem capacidade para gozar seus direitos e liberdade sem distinção de raça, cor, sexo, língua, olho, braço, perna, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer condição, só que por algum motivo, não, desfruta, não  usufrui.  Ao invés disso, é ridicularizado e achincalhado. No meu entender, isso que o senhor perguntou não se aplica a todo mundo. Só a banda rica tira proveito.  A parte podre, estragada, ou toda pessoa sem posses, meu senhor, principalmente aquela sem nenhuma condição de sobrevivência, eu diria que nasceu guindada a tomar no olho do cu, sempre.  Desculpe pelo palavrão, é o que penso.

Jornalista: Quanto a isso, não se preocupe. fique a cavalheiro. Passemos ao parágrafo 3º, direito e liberdade?

Zé Povinho: Está escrito bem bonitinho, bem certinho, que todos têm direito à vida e a liberdade. No contragolpe, também à insegurança pessoal. Aliás, o que prevalece é exatamente isso, a insegurança pessoal. A maioria dos bem nascidos é unânime em afirmar que seria bom que morresse pelo menos uma dezena de depauperados por dia, o que evidentemente faria com que sobrasse mais direito à vida e a liberdade para que os poderosos de terninhos de grife pudessem circular com mais pompa e sossego. O Bruno Júlio, secretário de Juventude do Temer, vomitou nas redes sociais que deveria haver uma chacina por semana. Está lembrado disso?  Pois então. O pobre, meu caro jornalista, só tem um futuro assegurado: morrer. Bater com “as doze”. Somente dessa maneira infame, o fodido, o pé rapado, conseguirá desfrutar de cuidados rápidos, isso porque, ninguém em são consciência de seu nariz, quer um corpo fedendo pelos cantos, à solta, ou à espera de um buraco para ser enterrado.

Jornalista: Ao artigo 4º, o que o senhor acrescentaria?

Zé Povinho: Esse artigo é bem claro ao sinalizar que ninguém será mantido em escravidão ou servidão. Eu acrescentaria o seguinte: ninguém será mantido em escravidão, a não ser para o pleno gozo dos pilantras que nos representam no Congresso Nacional e na Câmara Federal. Somos, pois, capachos dessa corja de safados, e, como tal nos submetemos e nos subjugamos à pecha da servidão e da própria estupidez que criamos para nós. Tudo é muito específico no papel. Na prática, ocorre exatamente o oposto. Sem contar que a maioria dessas cabeças de vento nunca ouviu falar em escravidão. Servidão, então... duvido que um filho de Deus lhe defina consistentemente o sentido da palavra.

Jornalista: Com relação ao artigo 5º, qual seria seu raciocínio?

Zé Povinho: De novo aquela conversa mole de que ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. Todavia, os grandalhões que estão no poder podem enfiar uma pica bem grande em nossa bundinha na hora que bem entenderem. Quer tortura maior que essa? E o que podemos contra gângsteres poderosos? Nada. A não ser colocarmos o rabinho entre as pernas e obedecer. No Brasil, desde os tempos de Dom Pedro, não se manda, se obedece. 

Jornalista: Fale do artigo 6º, por favor.

Zé Povinho: Está escrito que toda a pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida, e eu diria, reconhecida como palhaça perante a lei, observando que seria de bom alvitre colocar nas costas dessa pessoa uma placa com aquele brasão bonito da república seguida da seguinte frase: “SOU UM BABACA VIVENDO NUM PAÍS DE FILHOS DA PUTA!”.

Jornalista: O senhor então não concorda com o princípio de que todos são iguais perante a lei?

Zé Povinho: Amigo, na verdade, todos são desiguais perante a lei e com direito a desigual proteção dela. Trocado em miúdos: escreveu não leu, o sistema vem e mete a lei nos costados dos filhos da mãe mostrando logo àqueles que se insuflam, que se amotinam, quem verdadeiramente dá as cartas neste paizinho de porcos.

Jornalista: Comente, por favor, o direito dos tribunais e a violação dos direitos fundamentais.

Zé Povinho: Bem, eu penso assim. Todos têm direito a receber dos tribunais nacionais solução efetiva contra as violações dos seus direitos fundamentais, entre eles, o de pleitearem uma indenização por acidente aéreo, por exemplo. Contudo, aqui no Brasil, nunca vi ninguém receber porra nenhuma por ter tido seus direitos profanados. O que chega ao meu conhecimento é, evidentemente, uma corrida literalmente desigual depois que as famílias enterram seus entes queridos. Elas carecem o tempo todo provar estarem seus parentes queridos purgando as almas nas ruas escuras do purgatório. (Risos).

Jornalista: Com relação a alguém ser preso, detido, ou exilado?

Zé Povinho: Vou resumir numa frase corriqueira: ninguém será injustamente preso, detido ou exilado, a não ser que seja pobre fodido e preto.

Jornalista: Acesso a tribunal independente e imparcial, o que o senhor teria a dizer?

Zé Povinho:  Amigo, isso me faz rir. Essa história de que todos têm direito, em plena igualdade, ao acesso a tribunal independente e imparcial, para que os juízes, promotores, decidam sobre seus direitos e deveres, ou sobre qualquer acusação criminal, é pura conversa pra boi dormir.

Na realidade, o que ocorre é que o tal tribunal só funciona se o sujeito (entenda aqui “sujeito” como aquele pobre, tipo o Tião Pica Mole), estuprar um deputado, ou um senador ou comer com farinha, a boceta de uma representante de qualquer desses partidos políticos que ajudamos a sustentar. Aí ele terá um excelente tribunal para enfiá-lo numa das celas do Complexo da Papuda. Ao contrário, se ele tiver condições, se for bem dotado de bolso, possuir posses,  fará a mesma coisa que o Tião Pica Mole.

Entretanto, contará com todas as falcatruas regaliadas ao alcance das mãos. Não é do seu tempo, mas continuamos iguais aquele sabonete antigo, o “Vale quanto pesa”. A marca não existe mais, todavia, o que perpetuou sua fama, se mantém inalterado até nossos dias.      


Jornalista: O senhor concorda que toda pessoa acusada de delito tem direito a ser considerada inocente até que a culpa seja efetivamene comprovada?

Zé Povinho: Olha, jornalista, eu concordo com a sua pergunta, e discordo do que realmente ocorre na realidade. No papel impresso, é tudo muito perfeito e correto, porém, sempre haverá um “porém” atrapalhando.  Assim, por causa dessa palavrinha despretensiosa, toda pessoa acusada de delito tem direito de ser considerada culpada, até que a inocência seja comprovada, observando sempre o princípio da autonomia do peso do recheio da carteira ou o “quantum” disponível na conta bancária do cidadão. Se a acusação for criminal, esse infeliz deverá ter grana suficiente para “molhar” as mãos dos advogados, promotores e juízes. Dessa forma garantirá uma sentença favorável da qual não precisará vir a apelar depois. Se a carteira não falar a língua conhecida desses homens... não há como tirar a cabeça da guilhotina. Somos de maneiras diferentes réplicas de fornicados e teimosos Tiradentes. Cada um com um dilema no embornal para se livrar do sisudo carrasco.

Jornalista: Como o senhor vê as interferências?

Zé Povinho: Vejo igualmente de um modo bem simples. Aliás, meu prezado, em tudo procuro ser descomplicado. Ninguém será interferido ou estará sujeito a interferências na sua vida privada (mesmo se não estiver sentado num vaso cagando). De igual modo, na sua família, no seu lar, ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Salvo se esse alguém for ou tiver parentesco com o saudoso Bin Laden ou conhecer algum Manoel Fedido no Estado Islâmico. Por falar nisso, sinto uma pequena interferência interferindo em nossa entrevista.

Jornalista: Fale alguma coisa sobre a liberdade de locomoção?

Zé Povinho: Outro ponto confusamente difuso. Todos têm direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado e o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar, mesmo que essa volta seja disfarçada de defunto fresco.

Jornalista: E quanto à vítima de perseguição?

Zé Povinho: Toda pessoa vítima de perseguição tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países, ainda que esta perseguição seja pelo simples fato de, indevidamente, o infeliz ter espalhado que o Brasil é uma caixa preta ou um tremendo de um saco de putos, e, de lambuja, gritar aos quatro cantos que seus governantes não passam de um bando de vermes os mais peçonhentos possíveis.

Jornalista: Como o senhor descreveria a questão nacionalidade?

Zé Povinho: Primeiro, não deveria ser uma questão, mas um direito. Concorda? Pois bem. Partindo desse ponto, como o escriba colocou, toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. Ninguém será arbitrariamente privado da sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. Mais outra pergunta que ficará sem uma resposta à altura. Existe nacionalidade? A única nacionalidade que tenho conhecimento, e acredito piamente ser a mais plausível é, sem dúvida alguma, aquela que dá acesso a qualquer país. Essa, meu amigo jornalista, é a nacionalidade de “FALECIDO”.

Jornalista: Vamos falar da família. Como o senhor descreveria a família dentro dos direitos humanos?

Zé Povinho: Não tenho como descrever por duas razões óbvias. Primeiro, a família não existe para os direitos humanos. Segundo, os direitos humanos não existem para a família.  Prevalece, se muito, uma meia dúzia de gatos pingados.  Os homens e mulheres de maior idade, sem restrições de raça, nacionalidade ou região, têm o direito de casar e formar uma família. Têm direitos iguais em relação ao casamento, sua duração e dissolução. A família tem direito à proteção da sociedade e do Estado, observando, sociedade de hipócritas e Estado interessante. Entre A sociedade e o Estado existe um paralelo, qual seja a sociedade dos comedores de criancinhas (Mais risos).

Jornalista: Se é assim, o direito de propriedade, como ficaria? Ou na sua concepção, não ficaria?

Zé Povinho: Não ficaria. Todos têm direito à propriedade, só ou em sociedade com outro. É o que diz o texto. Na praticidade, meu nobre jornalista, ninguém será arbitrariamente privado da sua propriedade, a não ser que ele deixe de pagar o IPTU. Não pagou o IPTU, tomou no pescoço em francês.

Jornalista: E a liberdade de pensamento?

Zé Povinho: Outra balela. Outra farsa. Todos têm direito à liberdade de pensamento, consciência e religião e o direito de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença. Na minha santa burrice, isso só é válido para quem tem sangue subversivo, dois colhões no lugar do escroto e não receie encarar os cachorrinhos fardados da tropa de choque. O resto, amado, o resto, é resto.

Jornalista: Fale da liberdade de expressão?

Zé Povinho: Claro. Todos têm direito à liberdade de opinião e expressão, incluindo a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de transmitir informações independentes de fronteiras. Isto quer dizer que todos podem mandar como eu vou mandar agora, se me permite, a galera da polícia civil, da polícia militar, da polícia federal, com todas as suas “operações de nomes garbosos” para a puta que pariu. Ai vai.

Atenção Pessoal de todas as Polícias. Quero que todos vocês, sem exceção, vão para a casa do caralho. A isso, meu amigo jornalista, eu chamaria de liberdade de expressão. E cá entre nós, que expressão? Hoje mesmo, como deve ser do seu conhecimento, ouvi no meu radinho que o TSE determinou a retirada do comentário de Arnaldo Jabor do site da CBN, a pedido de um vagabundo e mentiroso que a nação inteira teima em chamar de ex-presidente e todos se curvam diante dele, como se fosse um Deus. Segundo esse pústula desgraçado, o velho Jabor teria ferido, com seu artigo, a boa e límpida imagem desse ladrão do povo. Em conclusão, meu caro jornalista, liberdade de expressão neste país de safados e malfeitores, se traduz por Liberdade de Livre Censura à Imprensa. Ou se o amigo quiser mudar para mordaça... fique à vontade... Dentro de pouco tempo, escreve aí o que estou lhe dizendo, não iremos longe os jornalistas escreverão artigos que nunca serão publicados.      

Jornalista: O senhor aplicaria o mesmo esquema para a liberdade de reunião?

Zé Povinho: Não. É certo que todos teríamos, em tese, o direito à liberdade de reunião e associação pacificas. Todavia, nesse Brasil de filhos da puta, ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação, a não ser que seja da associação dos bunda moles, ou, daquela corriola em que os caras se encontram, dispostos a dar o troco, mas, com medo de represálias, acabam puxando a cordinha da descarga e mandando suas ideias avassaladoras pelos ares, quando o certo, o correto, seria explodir Brasília com toda a sua corja de malandros e apaniguados.

Jornalista: O artigo 21º trata da grande massa em poder tomar parte do governo de seu país. O senhor pensa assim... ou?

Zé Povinho: Batemos sempre na mesma tecla. Todos têm direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por representantes livremente escolhidos. Todos têm igual direito de acesso ao serviço público do seu país, mesmo que ele não exista. Porém, a vontade do povo, expressa por meio do voto secreto e livre (quanto mais secreto e livre, melhor), será a base da autoridade para o governo mostrar à ralé miúda, quem manda é ele, quem dá as ordens é ele, e que a merda do voto livre, não serve para porra nenhuma. Nem pra limpar a bunda.

Jornalista: Segurança social existe?

Zé Povinho: Só no papel. Talvez nem aí. Toda pessoa tem direito a segurança social e à realização dos seus direitos econômicos, sociais e culturais e ao livre desenvolvimento de sua personalidade, mas só nos livros. Qualquer do povo pode mostrar, logo de cara, a sua personalidade para ser comandado e provar que basta ser convocado que representará bem o papel. O papel da eterna vaquinha de presépio, logicamente.

Jornalista: Trabalho e livre escolha do emprego?

Zé Povinho: Outro embuste. Outra enganação. Ninguém tem direito ao trabalho, à livre escolha do emprego, a condições justas de trabalho, à proteção contra o desemprego e direito a igual remuneração por igual trabalho. Acredite. Difícil é alguém, em sã consciência, achar um trabalho digno, condições justas de trabalho, proteção contra o desemprego e direito a igual remuneração por igual trabalho. Todos precisam lembrar que neste país só existe dignidade para os que detêm as rédeas do poder. O resto, jornalista, é a escória, a plebe, o povão sofrido se fodendo.    

Jornalista: O problema do repouso como fica?

Zé Povinho: Não fica. Todos têm direito ao repouso e ao lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas. Isso está em algum código.  Não sei em qual, mas está. Mas veja bem: só está. 

Jornalista: Padrão de vida, saúde, bem-estar?...

Zé Povinho: O início é sempre o mesmo. Todos têm direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos, amparo no desemprego, doença, invalidez, viuvez ou velhice. Todos têm direito? Por certo. Porém, me responda o senhor: qual o filho da puta que teve coragem de escrever essa porra? Será que ele conseguiu desfrutar de tudo isso? Tenho cá minhas dúvidas.

Jornalista: E a questão da instrução?

Zé Povinho: Como as outras coisas, todos têm direito a instrução. Concorda? Pois eu não. O que diz a lei? A instrução pelo menos aquela considerada elementar, será obrigatória e a técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, baseada no mérito. (Risos) Entenda-se aqui mérito por QI, cuja tradução é simples: “Quem Indicar”.

Jornalista: Participar de comunidades, artes, etc?

Zé Povinho: Repetindo de novo. Todos têm o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fluir as artes e de participar do processo científico e de fluir com seus benefícios. Certo? Negativo! Fluir, aqui, se traduz e me corrija se eu estiver errado. Fluir literalmente falando é se escafeder no ar. Puff!... como um peido aprisionado.

Jornalista: Discorra sobre a ordem social, e os direitos à liberdade como está posto no artigo 28º?

Zé Povinho: Utopia. Todos têm direito sim, mas a uma desordem social e internacional em que os direitos e liberdades contidos nessa declaração possam ser plenamente tolhidos. Se alguém chiar, ou der contra, cadeia e fim de papo.

Jornalista: Qual sua visão dos deveres para com a comunidade?

Zé Povinho: Repetindo o bordão. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade. Mas a pergunta é: toda comunidade tem deveres para com as pessoas?  No exercício de seus direitos e liberdade, toda pessoa estará sujeita apenas às limitações determinadas pela lei, ou seja, o exercício de seus direitos nada mais é que um punhado de limitações que impedirá qualquer cristo a dar um passo em falso, ou estará no mato sem cachorro, e, pior, com as sanções da lei prontas para serem enfiadas com força, no meio de seu rabicó. Bem lá dentro do olho do cu, com todas as letras.

Jornalista: No geral, para terminar, como o senhor descreveria a declaração dos direitos humanos?

Zé Povinho: Não descreveria, porque na verdade, ela não existe. É uma merda elevada ao quadrado. Mesmo que você abrisse todas as pedras do tabuleiro. Esse tabuleiro não emana de vida própria. A Declaração, portanto, nasceu morta. Nenhuma das disposições dessa declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar ato destinado à destruição de quaisquer direito e liberdade ali estabelecidos. Em linhas gerais, meu amigo jornalista, TUDO O QUE ESCREVERAM NESSAS TRINTAS DISPOSIÇÕES, SÓ TEM UMA FINALIDADE E UM OBJETIVO: MOSTRAR DE MODO CRISTALINO QUE NINGUÉM - E QUANDO EU FALO NINGUÉM - ME REFIRO NÃO SÓ A MIM, MAS A VOCÊ, SEU AMIGO, SEU VIZINHO, SUA FAMÍLIA.  EM RESUMO, JORNALISTA, NINGUÉM, EU DISSE NINGUÉM, TEM DIREITO A PORRA NENHUMA. SE QUALQUER DO POVO SE LEVANTAR CONTRA A ORDEM, MOFARÁ NA CADEIA E VIRARÁ MULHERZINHA DE BANDIDO EM PRESÍDIO DE INSEGURANÇA MÁXIMA.   

Jornalista: Meu amigo Zé Povinho, agradeço a sua atenção em me receber e obrigado pelo café. Fica com Deus e na PAZ.

Zé Povinho: O senhor, também vá em paz. Saúde. Quando quiser tomar um café simples, feito de coração, pode passar por aqui. Sempre teremos, como apregoa aquele cara da televisão, o Ratinho. “Aqui tem café no bule”.

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SE O FACEBOOK, PARA LER E PENSAR, CÃO QUE FUMA OU OUTRO SITE QUE REPUBLICA MEUS TEXTOS, POR QUALQUER MOTIVO QUE SEJA VIEREM A SER RETIRADOS DO AR, OU MEUS ESCRITOS APAGADOS E CENSURADOS, PELAS REDES SOCIAIS, O PRESENTE ARTIGO SERÁ PANFLETADO E DISTRIBUIDO NAS SINALEIRAS, ALÉM DE INCLUI-LO EM MEU PRÓXIMO LIVRO “LINHAS MALDITAS” VOLUME 3.
Título, Imagens e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, jornalista, São Paulo, 10-1-2017

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2 comentários:

  1. Como de praxe deixou bem claro pra todos, como funciona nosso Brasil, com funciona os direitos dos menos favorecidos, e deixo aqui minha indignação pelo fato ocorrido com Arnaldo Jabour, teve seu texto retirado por estar falando a verdade, por estar dizendo como nosso Brasil virou um país de merda, direcionado pelos corruptos safados, que agora tbém esta querendo tirar o direito de se expressar daqui a pouco vai querer cortar nossas linguas pra não falar nada, sou brasileira e digo não vou desistir de ver meu Brasil, ser nosso de novo, não vou me calar diante de tanta safadeza, muito triste ver nosso país ser achovalhado la fora, por tanta corrupção. Muita vergonha.

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  2. Caro Aparecido, bons textos, verdadeiros, atuais, mas vou dizer, muito longos, creio que poderiam ser mais sucintos!
    Um Abs,
    Heitor Volkart

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