João Bosco Leal
Muito tem sido dito sobre o
direito da imprensa de massificar notícias de corrupção sobre determinada
pessoa, sem que nada ainda tenha sido comprovado, e a mesma não tenha sido
julgada e condenada.
Não há, porém, discordâncias
sobre o fato de que “nunca antes na história deste país” se viram tantas
denúncias de corrupção sobre membros da cúpula de todos os Três Poderes
Constituídos e que, se não houvesse no mínimo suposição, essas denúncias não
ocorreriam.
Em todos os setores da
administração pública, ocorrendo qualquer suspeição, investigações devem ser
iniciadas imediatamente, com o suspeito afastado de suas funções até que
nenhuma dúvida reste sobre o mesmo, ainda que o Estado ou quem o denunciou
tenha que, decorrido todo o processo e apurada sua inocência, ser denunciado
por calúnia e danos morais.
O que não podemos admitir é
que, em qualquer setor de sua estrutura, o país continue sendo administrado por
pessoas sequer suspeitas de corrupção. E a população já declarou isso, ao se
organizar e exigir a criação daquela que ficou conhecida como lei da “Ficha
Limpa”.
Independentemente de siglas
partidárias, na democracia quem manda é o povo e os brasileiros estão, ainda
que aos poucos, demonstrando das mais diversas formas, já não admitir que a
mesma não vigore plenamente.
Muitos jornalistas hoje
acusados de linchamentos públicos sem provas conclusivas são os mesmos que,
anos atrás, ideologicamente tanto lutaram para a eleição de Lula e do PT e
frustrados com o que assistiram nos últimos dez anos de seu governo, passaram a
mostrar a podridão da estrutura por ele montada.
O loteamento dos principais
cargos públicos do país, em feudos administrativos de determinados partidos,
foi a maneira corrupta encontrada por esse partido para conseguir o apoio
político necessário para aprovação de matérias de interesse ideológico do
grupo.
Em uma nova e edição do que
ficou conhecido como o “Mensalão do PT, os partidos políticos passaram a ser
“donos” de ministérios, empresas estatais e obras, de onde procuram retirar o
dinheiro necessário para as próximas campanhas eleitorais e para interesses
particulares de suas lideranças.
O Presidente do Congresso
Nacional, já acusado de diversos desvios de conduta, consegue aprovação até
para construir e manter um acervo histórico de suas “obras”, enquanto seu
estado – tratado como propriedade particular -, continua como o pior da nação
em saúde e educação.
Nada teria se tornado de
conhecimento público sem que pelo menos um, de todos os atuais meios possíveis
de comunicação divulgasse os fatos e a repetição massiva das denúncias foi
necessária, para que providências fossem tomadas, pois o que temos visto é que
mesmo com muitas denúncias a Presidente Dilma possui muitas dificuldades em
demitir ou, no mínimo, afastar os acusados enquanto se investiga.
Se essa dificuldade é pessoal,
por pressão dos partidos políticos “donos” do cargo, ou de seu criador Lula,
não vem muito ao caso. O que realmente é mais importante, é que fique claro,
para todos, políticos e eleitores, que em uma verdadeira democracia todo cargo
– inclusive o de Presidente -, pertence ao “povo”, que pode e deve cobrar
eficiência nos mesmos.
Consciente de sua obrigação
democrática a imprensa sempre deve denunciar qualquer desvio de conduta em
cargos públicos e seu público, democraticamente exigir afastamentos, investigações,
punições dos condenados e principalmente, a devolução dos recursos desviados o
que não está sendo cobrado.
Na democracia é direito, mas também obrigação de todo cidadão, tanto
eleger, como derrubar representantes.
Título, Imagem e Texto: João Bosco Leal
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