sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Os passageiros da American Airlines podem dormir tranquilos


Claudio Candiota Filho
Já era esperada a concordata da American Airlines, anteontem (29) veiculada em oportuna atualização do Espaço Vital.
Era previsto, caso a AA não encontrasse comprador para a American Eagle (regional).


A American era a única grande companhia aérea norte-americana que, a partir dos atentados de 11 de setembro, não tinha pedido a proteção do Chapter 11 (Capitulo 11, da Lei de Falências dos Estados Unidos). Todas as demais já haviam requerido essa proteção. Houve, inclusive, fusões e aquisições entre companhias aéreas americanas.
Não há como sobreviver o transporte aéreo, no mundo, sem os voos dessa empresa, pois são milhares, tanto no hemisfério norte, quanto entre as Américas, o Caribe, Africa, Ásia, enfim, entre os cinco continentes.
O caos aéreo mundial que decorreria da interrupção dos voos da American seria gigantesco; proporcional ao atual caos aéreo brasileiro, instalado no Brasil, após a interrupção dos voos da saudosa Varig.
Não se acredita que o Governo dos Estados Unidos permitisse a parada dos voos da American, cometendo erro de magnitude semelhante ao brasileiro, em face dos prejuízos que seriam causados aos consumidores americanos e do resto do mundo.
Mesmo os americanos mais liberais e privatistas não seriam insanos a ponto de permitir a interrupção dessa quantidade de voos, pois os prejuízos ao mercado americano e mundial, seriam muito superiores ao custo de eventual intervenção estatal.
Ainda se faz sentir a repercussão da falta de intervenção no Lehman Brothers e o custo que a omissão representou em termos de quebra da credibilidade do sistema financeiro mundial.

Assim, a julgar pelo ocorrido no caso de todas as demais empresas aéreas norte-americanas que, após os atentados de 11 de setembro de 2001, buscaram proteção no Capítulo 11 (Chapter 11 - espécie de concordata), os consumidores, clientes da American Airlines, salvo melhor juízo, não deverão sofrer dano; ou seja, é situação bem diferente do que se verificou, após a quebra da Varig, no Brasil. Até porque, caso a reestruturação proposta aos credores não surta o efeito esperado pelo Grupo Controlador da American Airlines (AMR), ainda restaria, antes da parada total dos voos, a alternativa da intervenção e posterior transferência da concessão a outro grupo. Tudo sem interrupção dos voos e sem a destruição da malha aérea, como aconteceu no Brasil.  
A interrupção dos voos da American para o mundo seria tão catastrófica diante do volume de passageiros transportados, quanto foi para o Brasil a interrupção dos voos da Varig. É notório que  o serviço de transporte aéreo no Brasil nunca mais foi o mesmo.
Assim, é impossível imaginar eventual parada, mesmo temporária, da American Airlines, pois não haveria como compensar a falta de 4 mil voos por dia, em 2.500 aeronaves - indo e vindo - que transportam 340 milhões de passageiros por ano. Para que se possa fazer uma comparação, todas as companhias aéreas que operam no Brasil, nacionais e estrangeiras, em voos domésticos e internacionais, transportam, juntas ao redor de 130 milhões de passageiros/ano.
Assim que, salvo engano ou alguma ocorrência econômica de grandes proporções que atingiria a todos e a todas as companhias aéreas, indistintamente, no mundo, àqueles passageiros que estão com viagem marcada ou planejando voar American podem dormir tranquilos.
Título e Texto: Claudio Candiota Filho, Espaço Vital, 01-12-2011
Colaboração: Jorge Cunha

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