sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A TAP e a CP

Foto: Leandro Ferreira
Paulo Malo
Penso que sempre que uma empresa recorre à greve é culpa de ambas as partes, trabalhadores e administração. Infelizmente, no caso da CP parece-me uma greve sem justificação, o que aliás tem sido recorrente nesta unidade de negócio do Estado, que é usada como arma de pressão política sobre os governos. Neste caso, o governo tem de mostrar firmeza e não ceder porque tem de se pôr um fim a estas atitudes. Lembra-se do caso da Qantas?
Tenho pena que a TAP esteja também neste caminho destrutivo. É certo que o prometido é devido, mas do outro lado também existem argumentos válidos, nomeadamente:
1. O aumento de salários é incomportável;
2. A situação económica da empresa obriga a que tenham de ser feitos reajustamentos. Não existirem aumentos não é mau, porque o que poderá estar em cima da mesa é baixarem os salários ou haver despedimentos.
Os trabalhadores da TAP querem 20% da empresa. Vai ser muito difícil vender a TAP tendo o sindicato 20%, pois os interesses dos sócios são claramente diferentes. Enquanto uns só ganham se a empresa der lucros, os outros ganham mesmo com o prejuízo.
Acredito no entanto que os pilotos, que são pessoas esclarecidas, mais cedo ou mais tarde perceberão que não é possível haver aumentos nem participação dos mesmos no capital da empresa, e que terão mais vantagens em negociar com a actual administração que com a futura.
É difícil baixar o nível de vida, e leva tempo a ser digerido, mas com ou sem greves não temos alternativa. Vai ser necessária muita compreensão e diálogo, mas todos vão ter de aceitar esta mudança e quanto mais cedo melhor.
Título e Texto: Paulo Malo, Presidente da Malo Clinic Health & Wellness, jornal "i", 16-12-2011

Foto: Leandro Ferreira
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