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Foto: Leandro Ferreira |
Penso que sempre que uma
empresa recorre à greve é culpa de ambas as partes, trabalhadores e
administração. Infelizmente, no caso da CP parece-me uma greve sem
justificação, o que aliás tem sido recorrente nesta unidade de negócio do
Estado, que é usada como arma de pressão política sobre os governos. Neste
caso, o governo tem de mostrar firmeza e não ceder porque tem de se pôr um fim
a estas atitudes. Lembra-se do caso da Qantas?
Tenho pena que a TAP esteja
também neste caminho destrutivo. É certo que o prometido é devido, mas do outro
lado também existem argumentos válidos, nomeadamente:
1. O aumento de salários é
incomportável;
2. A situação económica da
empresa obriga a que tenham de ser feitos reajustamentos. Não existirem aumentos
não é mau, porque o que poderá estar em cima da mesa é baixarem os salários ou
haver despedimentos.
Os trabalhadores da TAP querem
20% da empresa. Vai ser muito difícil vender a TAP tendo o sindicato 20%, pois
os interesses dos sócios são claramente diferentes. Enquanto uns só ganham se a
empresa der lucros, os outros ganham mesmo com o prejuízo.
Acredito no entanto que os
pilotos, que são pessoas esclarecidas, mais cedo ou mais tarde perceberão que
não é possível haver aumentos nem participação dos mesmos no capital da
empresa, e que terão mais vantagens em negociar com a actual administração que
com a futura.
É difícil baixar o nível de
vida, e leva tempo a ser digerido, mas com ou sem greves não temos alternativa.
Vai ser necessária muita compreensão e diálogo, mas todos vão ter de aceitar
esta mudança e quanto mais cedo melhor.
Título e Texto: Paulo Malo,
Presidente da Malo Clinic Health &
Wellness, jornal "i", 16-12-2011
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Foto: Leandro Ferreira |
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