sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Em tempos de crise, vivam os palhaços


António Ribeiro Ferreira
Os socialistas do não pagamos e os bobos da corte socrática merecem todo o apoio
O país não está bem-disposto, os portugueses não andam alegres. Percebe-se. Têm consciência de que o presente e o futuro vai ser muito difícil e já sentem no bolso as consequências da austeridade. Nestas ocasiões faz sempre falta um pouco de circo com os seus inevitáveis palhaços. Podem ser ricos, pobres, péssimos, razoáveis ou muito bons. Tanto faz. Fazem rir e aliviam um pouco a raiva de quem caiu em situações dramáticas pela mão de um bando de criminosos que atirou o país para a bancarrota e para anos de miséria. Na política nacional, os tais criminosos foram duramente penalizados nas urnas. Nada de surpreendente.  Acontece que em Portugal, um país de brando costumes, estes energúmenos fizeram o que fizeram e na maior parte dos casos saíram do poder com dinheiro mais que suficiente para se rirem na cara dos que sofrem a bom sofrer as consequências dos seus crimes. É a justiça a que não temos direito, mas agora, nesta fase do campeonato, não vale a pena chorar por leite derramado. E como tristezas não pagam dívidas, importa registar e divulgar por todos os cantinhos o que os bandidos, os assumidos e a sua imensa corte de bobos anónimos, andam por aí a dizer, às escondidas ou às claras, normalmente às escondidas, sobre a forma como Portugal está a tentar, com muitos sacrifícios, reparar os males provocados por este imenso bando de predadores das poucas riquezas nacionais. É claro que a pobre direcção do PS, que herdou um partido completamente saqueado, tenta por todos os meios dar uma imagem de seriedade, compostura e responsabilidade. Tenta, mas não consegue. Os malfeitores estão bem instalados, não deitaram fora os instrumentos que foram saqueando nos anos em que estiveram no poder e fazem a vida negra ao pobre António José Seguro. E como a votação do PS no Orçamento do Estado não lhes correu bem, apareceu a público uma intervenção do seu chefe, feita no seu refúgio parisiense, a dar o mote ao bando ainda meio atordoado pela abstenção socialista. A ideia, claro, é desvalorizar os roubos cometidos e as dívidas criminosas contraídas em seis anos de poder. Coisa de criancinhas isso de andar preocupado com o pagamento de calotes. Está certo. Qualquer criminoso comum dirá exactamente o mesmo e terá por certo argumentos muito fortes para justificar os roubos, as dívidas e os crimes. Falou o chefe e logo os acólitos começaram aqui e ali a imitá-lo com discursos arruaceiros a propósito de festinhas de Natal. O caso mais notório é o de um jovem vice-presidente da bancada do PS, presidente da federação de Aveiro, que num repasto em Castelo de Paiva puxou do não pagamos com um chorrilho de ameaças aos banqueiros. Descontando alguma alteração de discernimento, o discípulo do chefe tocou nos pontos que unem por laços muito fortes os membros do bando. Ainda bem que assim acontece. Os portugueses ficam a conhecer muito melhor o ideal do grupo e identificam bem os membros do bando e os palhaços anónimos que tentam manter viva a chama do crime. E como o povo é sábio, é normal que os mantenha afastados do poder por muitos e bons anos. Um bando destes não é para ser levado a sério. E como não pode ser preso, ao menos que faça rir.
Título e Texto: António Ribeiro Ferreira, jornal “i”, 16-12-2011
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