sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Ritchie – O Homem que Saiu da Inglaterra

Sir Ernesto Ribeiro
Em 1983, um cidadão britânico que desceu para essas plagas veio a se tornar um astro.
De repente, o público brasileiro foi premiado com obras-primas no perfeito estilo do melhor pop inglês.
Hits dançantes, alternando baladas melancólicas de rasgar o coração com pop-rocks vigorosos e videoclipes de cair o queixo; tudo que ele toca vira disco de ouro. Ou discos de platina, diamante...
O revolucionário Ritchie é o homem que trouxe ao Brasil o padrão-ouro de produção artística do Primeiro Mundo.
Eis a revolução pop do salto de qualidade dos anos 80.


Estilo nota 1000. Presença de palco magnífica, hipnotizando a platéia com uma voz contida em vocais intensos. Visual impecável, moderno e elegante. Canções inesquecíveis, com um nível de composição denso e sofisticado como nunca se viu nesse país – antes ou depois. Músicas BELÍSSIMAS, eternas, performances mesmerizantes com direito a mímica e interpretação cool... Foi como se David Bowie cantasse em português. Um assombro!


Brilhante em tudo, Ritchie dominou facilmente o idioma nacional e elevou a língua portuguesa em letras inteligentes e poéticas, lírica sensível, existencial... Algo inédito para os padrões tupiniquims. As inovações tecnológicas permeavam harmonicamente tanto o texto (Ritchie é o único a rimar “amor” com“computador”) como o som (a voz metalizada em Pelo Interfone realçando os sentimentos tanto da frieza e distanciamento como de perplexidade e desespero numa relação). Pela primeira vez em muitos anos, alguém nos levou ás lágrimas em alto-astral.
No meio da sala / o seu holograma / você parece sorrir
Você me pisca o olho / você me manda um beijo / parece estar mesmo aqui...
Yeah. Dá até pra dançar de rostinho colado no escuro para esconder as lágrimas.
Richard David Court nasceu em 1952. Morou em vários lugares do mundo, até que, em 1972, conheceu em Londres um grupo de músicos brasileiros, entre eles o baixista e produtor musical Liminha, que o convenceu a vir para o país.
2 MILHÕES de cópias vendidas de uma vez logo no álbum de estréia. Um feito histórico. Produção luxuosa, chique, mas sem excessos. Foi a vitória do talento, apresentando ao pop-rock nacional uma nova estética. Outros jovens astros brazucas até ganharam um pretexto para copiar descaradamente a onda inglesa; diziam que estavam apenas seguindo o estilo local de Ritchie. O que dava no mesmo.


Salve o Novo Rei
Ocupando todos os espaços sem medo da superexposição, esse artista tem conteúdo. Esbanjando carisma, teve seus sucessos como temas de novelas da Globo, astro da TV no Globo de Ouro, shows superlotando estádios... foi a grande unanimidade de público e crítica, levando TODOS os melhores prêmios, inclusive de Melhor Cantor, desbancando até o Rei Roberto Carlos por 11 votos a 1. Reinado absoluto e incontestável, a estrela explodiu como uma supernova.

Deus abençoe o Youtube do Tempo. Os bons dias voltaram.
Definitivamente, os anos 80 foram a época da melhor música.
Até o Brasil brilhou. Ainda que com investimento estrangeiro. 
Título, Imagens e Texto: Ernesto Ribeiro, 10-8-2012 

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