Edgar Caetano
“Portugal, e não Espanha, é
a maior surpresa positiva na periferia” da Zona Euro, diz o Commerzbank. O
banco alemão está confiante em relação às perspectivas económicas e acredita
que o País não necessitará de um segundo resgate.
“A economia portuguesa tem
crescido de forma notável desde a Primavera e o mercado de trabalho conseguiu
dar a volta”, escrevem os economistas Ralph Solveen e Jörg Krämer em nota
enviada aos investidores e a que o Negócios teve acesso.
“A recuperação deverá
continuar, suportada pela melhor competitividade e a actividade mais robusta
nos mercados de exportação”, acrescenta o Commerzbank, notando que Espanha tem
estado “mais em foco” mas que “Portugal, não Espanha, é o verdadeiro milagre
económico na Península Ibérica”.
Optimista em relação à retoma
económica no País e ao enquadramento na Europa, o Commerzbank afirma que
“Portugal tem boas hipóteses de se erguer do programa de ajustamento, que
termina em meados de 2014, e não necessitar de mais do que um programa
cautelar”.
País está a colher os
frutos das reformas
O Commerzbank recorda que, há
pouco mais de um ano, praticamente todos os especialistas diziam que Portugal
necessitaria de um segundo resgate, à semelhança da Grécia. “Mas hoje ninguém
fica surpreendido que o primeiro-ministro queira evitar esse cenário”, afirma o
banco alemão. “Portugal registou uma inversão da actividade económica mais
acentuada do que Espanha”, defendem Ralph Solveen e Jörg Krämer, este último
economista-chefe.
Os economistas acreditam que
“a melhoria dos indicadores de clima económico dão-nos razões para acreditar
que a tendência positiva vai continuar nos próximos trimestres”. Sobretudo
porque o mercado de trabalho está a colher os frutos das reformas que foram
feitas e porque são boas as perspectivas para as exportações, afirma o banco
alemão.
Ainda assim, o Commerzbank
afirma que “tudo isto não significa que os problemas do País estão resolvidos”.
Os principais riscos prendem-se com a estabilidade do Governo e com os
sucessivos chumbos de medidas de contenção da despesa pública por parte do Tribunal
Constitucional.
“Boas perspectivas” para as
obrigações do Tesouro
O banco alemão elogia as
recentes iniciativas do Tesouro português na gestão da dívida pública,
nomeadamente a operação de troca realizada em Dezembro – que aliviou os
reembolsos de dívida nos próximos anos – e a emissão de obrigações a cinco anos
da semana passada.
As necessidades de
financiamento que faltam “são ultrapassáveis”, diz o banco, que assinala a
“almofada de liquidez” do Tesouro português.
“Neste contexto, as perspectivas
para a dívida pública portuguesa [no mercado] são boas”, diz o Commerzbank.
“Uma conclusão bem-sucedida do programa de resgate, os dados económicos sólidos
e a busca dos investidores por activos com maior rendibilidade – gerada pela
política de taxas de juro baixas por parte do BCE – deverão fazer com que os
prémios de risco e as taxas de juros da dívida portuguesa continuem a cair”,
remata o banco alemão.
Título, Imagem e Texto: Edgar Caetano, Jornal de Negócios, 14-01-2014
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