segunda-feira, 12 de maio de 2014

Holocausto brasileiro


Passei por uma livraria e vi este livro na montra/vitrina. Fiquei olhando… talvez com cara de… ah, xapralá!
Entrei na loja e comprei-o.
Folheei-o. As fotos são dramáticas. Sinceramente, não sei se conseguirei lê-lo.

Esgoto que cortava os pavilhões era fonte de água de internos. Foto: Luiz Alfredo, para a revista “O Cruzeiro
 

Milhares de crianças, mulheres e homens foram violentamente torturados e mortos no hospício de Colônia, em Barbacena, fundado em 1903. A maioria foi internada sem diagnóstico de doença mental: eram meninas violadas que engravidaram dos patrões, homossexuais, epilépticos, mulheres que os maridos não queriam mais, alcoólicos, prostitutas. Ou simplesmente seres humanos em profunda tristeza. Sem documentos, sem roupa e sem destino, tornaram-se filhos de ninguém.


Em Holocausto Brasileiro, a premiada jornalista de investigação Daniela Arbex resgata do esquecimento esta chocante e macabra história do século XX brasileiro: um genocídio feito pelas mãos do Estado, com a conivência de médicos, funcionários e população, que roubou a digni-dade e a vida a 60.000 pessoas.
Bebiam água do esgoto. Comiam ratos. Morriam ao frio e à fome. Eram exterminados com electrochoques tão fortes, que toda a cidade ficava sem luz, por sobrecarga da rede. Os bebés eram roubados às mães logo à nascença. Nos períodos de maior lotação, morriam 16 pessoas por dia dentro dos muros do Colônia. Ao morrer, davam lucro. Os cadáveres eram vendidos às faculdades de medicina. Quando o número de corpos excedia a procura, eram decompostos em ácido, no pátio, diante dos pacientes. Os ossos eram comercializados. Nada ali se perdia. Excepto a vida.
É a essas 60.000 pessoas que Daniela Arbex devolve agora o rosto e a identidade, num relato que recupera o testemunho dos poucos sobreviventes e dá voz aos milhares que já não podem contar a sua própria história. O hospício de Colônia só foi transformado em verdadeiro Centro Hospitalar Psiquiátrico em 1980.

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